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quarta-feira, 18 de junho de 2025

A INSENSATA MORDAÇA

 

O SUPLÍCIO DE UM EXÍLIO


Uma crise se instalou.
Povo assustado!
Revolta estudantil.
Para mudar o país.


A força da caserna se apresentou.
Avistou-se um Castelo Branco nas nuvens negras.

Um caminho intolerante e obscuro.


Quebrou-se a caneta, destruiu-se o papel.
As amarras prenderam a boca.
Lenço forte, apertado!
Músculos oprimindo o pensamento.
A voz está muda.


O pranto desaba na face.
Molha o lenço e reforça as amarras.
Um suspiro sai das entranhas.
Um gemido preso pela dor.


Um Hino Nacional não cantado.
A vontade de gritar se faz presente.


O suplício da voz apaixonada.
Um pensamento patriótico acalenta o momento.

Uma viagem forçada para terras distantes.
“¡Abajo, abajo, abajo!”

A alma se purifica e acrescenta beleza.
O pranto foi embora.

O retorno foi consagrado,
ao berço esplêndido tão esperado.
Vem das profundezas da alma
uma palavra chamada Liberdade.

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terça-feira, 17 de junho de 2025

O RESGATE DA MEMÓRIA NA PRAÇA DA MATRIZ




JUNDIAÍ EM ÓLEO SOBRE TELA NA ÉPOCA
 DO BRASIL COLONIAL
AUTOR DESCONHECIDO

A tradicional Praça da Matriz, cujo nome oficial homenageia o governador Pedro de Toledo, abriga entre seus prédios uma majestosa e centenária igreja, hoje designada Catedral Diocesana da região. Nesse dia, o espaço irradiava alegria, repleto de visitantes entusiasmados pelo evento que ali acontecia: a 5ª edição do Arte na Praça.

Organizado por um grupo dedicado à valorização cultural, destacando-se as poetisas Valquíria Gesqui Malagoli, Renata Iacovino e Júlia Fernandes Heimann, o evento reunia amantes da arte e da literatura. E, entre os diversos momentos daquele encontro, estavam meus poemas estendidos em um varal literário, fazendo parte da programação Praça Viva, da qual tive a honra de participar.

Um agradável som vinha do palco montado diante da igreja, onde um conjunto musical deslumbrava o público com clássicos do sertanejo. A praça pulsava em criatividade: oficinas abertas permitiam que as pessoas moldassem esculturas em argila, inspiradas na arquitetura da catedral. Ver tanta gente interagindo com a cultura do município despertou em mim um profundo sentimento de pertencimento.

Sentado em um dos bancos, deixei-me levar pelas memórias daquele lugar tão marcante na minha juventude. A igreja sempre foi um ponto de encontro, onde eu assistia às missas dominicais e, logo após, participava da ciranda de jovens que seguia até a entrada do lendário Cine Ypiranga — hoje desaparecido. Ali, assistíamos a animações clássicas, como Tom e Jerry, e grandes produções cinematográficas em sessões concorridas.

Minha mente vagava. Recordei a icônica fonte luminosa no centro da praça, cuja beleza e magia encantavam visitantes. Com o tempo, tornou-se palco de comemorações espontâneas — formaturas, despedidas de soldados e até a celebração do título mundial de futebol de 1958. Entretanto, a euforia nem sempre terminava bem, pois a polícia frequentemente intervinha, conduzindo os mais exaltados ao famoso camburão “13”.

Os discursos dos políticos também marcaram épocas, muitos deles aparecendo apenas em busca de votos, esquecendo-se rapidamente das promessas feitas. E, claro, rememorei um dos momentos mais especiais da minha vida: meu casamento. Subir os degraus da igreja ao lado de minha esposa, Dijanira, foi um instante inesquecível que tornou aquele espaço ainda mais significativo para mim.

Por alguns instantes, fui completamente absorvido pelo passado. Entretanto, despertei quando minha esposa me mostrou meus poemas no varal literário. A emoção foi indescritível: era como receber o elogio de um pai ou professora. Ver um trabalho meu exposto publicamente, integrado a um evento tão belo, reacendeu em mim o amor pela escrita.

O encantamento daquele dia ainda se perpetua. Ao voltar para casa, fui surpreendido por uma notificação no meu notebook: um e-mail da poetisa Valquíria me enviava o certificado de participação no evento. Agora, providencio um quadro para exibi-lo em meu espaço literário, como uma lembrança viva desse momento memorável.

Que iniciativas como o Arte na Praça continuem florescendo, para que a cultura e os talentos da cidade sejam sempre celebrados e preservados.


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A FONTE DOS DESEJOS - FONTANA DI TREVI - ROMA - ITÁLIA


Fontana Seca, Emoção Transbordando:

Uma Romaria à Italiana

Roma é um daqueles lugares que se visita com os olhos, o coração — e o paladar. Em uma viagem marcada por descobertas deliciosas e surpresas inesperadas, um encontro inusitado com a Fontana di Trevi acabou se tornando o clímax de uma verdadeira romaria romana, recheada de charme, humor e muita história.

Uma noite encantadora e a promessa de um reencontro

Após um dia repleto de passeios pela magnífica Cidade Eterna, voltamos ao hotel e combinamos um jantar à italiana. O restaurante estava em clima de festa — um burburinho bom, contagiante, fazia da noite um espetáculo à parte.

Pedimos, como prima portata, uma massa envolta em aroma divino, que nos fez salivar antes mesmo do primeiro garfo. O sabor? Irretocável. Como só “aquela gente” sabe fazer. E para acompanhar, um vinho tinto piemontês, digno de louvores a Dionísio, o deus do vinho — que, aliás, parecia estar à mesa conosco.

Entre risadas e goles inspirados, fizemos planos: no dia seguinte, visitaríamos a Fontana di Trevi. Na viagem anterior, optamos por Nápoles, Pompeia e a Ilha de Capri — e a fonte ficou para depois.

Caminhos despretensiosos e a beleza dos encontros

Saímos como bons turistas: óculos escuros, mapa na mão, câmera pendurada no pescoço, e um italiano improvisado misturado ao inglês e ao português. O caos linguístico? Parte da diversão.

Pelas ruas, encontramos monumentos que tiravam o fôlego — entre eles, o majestoso Pantheon, cuja imponência parecia rir da passagem do tempo. Lá dentro, heróis italianos repousavam sob o olhar de mártires e deuses, enquanto fiéis rezavam com devoção tocante.

Saímos de alma leve e coração em transe: “Onde estamos?” — “Perto da Fontana, acho…” — “Ali, talvez?” — “Grazie!” E seguimos.

A Fontana estava... seca!

A movimentação aumentava. Vozes se misturavam em vários idiomas. Entramos na Via del Lavatore, por onde a tradição mandava passar. A fome apertava ao ver as cervejas nas mesas das calçadas — mas a ansiedade pela fonte falava mais alto.

E então… deparamos com ela. Mas algo estava errado. A Fontana estava seca! Dentro dela, homens limpavam o fundo e recolhiam moedas. Vozes indignadas ecoavam palavrões — em italiano, francês, inglês, espanhol. A decepção era global.

Rimos. Jogamos uma moeda argentina que estava misturada com os euros e brindamos à surpresa com uma boa cerveja ali por perto. Descobrimos, enfim, que toda segunda-feira é dia de manutenção e retirada das moedas. Cazzo! Pois é.

O retorno triunfal

No dia seguinte, tudo mudou. A Fontana di Trevi jorrava sua beleza em cascatas vibrantes. Os turistas se aglomeravam, as câmeras disparavam. Fizemos nossos pedidos — sempre pensando na família — e jogamos as moedas, agora em euros, como manda o ritual.



Ali, diante de Netuno e seu cortejo aquático, vimos Roma sorrir para nós. A Fontana enfim transbordava, mas nossa emoção já estava transbordando desde antes.

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segunda-feira, 16 de junho de 2025

A LENDA DO NEGRINHO DO PASTOREIO


SOU GAÚCHO LÁ DOS CONFINS DA FRONTEIRA


As lendas do nosso Brasil são inúmeras e fascinantes, especialmente nas regiões mais afastadas do burburinho das grandes cidades. Vagueiam pelos rincões e pelas matas, onde vivem na voz dos contadores, que com imaginação fértil transportam mentes por céus, terras e mares, perpetuando saberes através da crendice popular.

Em uma viagem de férias ao Sul do Brasil, mais precisamente à charmosa cidade de Gramado, na Serra Gaúcha, vivi uma dessas experiências que parecem saídas de um livro — ou de um sonho. Naquela noite gelada, saímos de um concerto musical e, para aquecer a alma, decidimos tomar um chocolate quente. Fomos orientados por um local a caminhar até a famosa “Rua Coberta”.

Seguimos a pé. Logo percebemos a estrutura característica: telhas em arco formando uma cobertura sob a qual turistas se aconchegam em bistrôs e bares, embalados por apresentações culturais. Um grupo de jovens, trajando os trajes típicos da região, animava o ambiente com canções folclóricas. Ao lado, uma fogueira ardia lentamente, cercada por espetos com carnes suculentas — aroma inconfundível da paixão gaúcha pelo churrasco e pelo chimarrão.

Em um momento especial, o cantor — alegre e altivo, com botas altas e um cajado que mais parecia um bastão mágico — executou um sapateado vibrante sobre o tablado de madeira. Aplausos ressoaram. Depois, com sotaque carregado de chão e história, anunciou a próxima canção: “O Negrinho do Pastoreio”, uma lenda do sul que, segundo ele, jamais deveria ser esquecida.

A plateia, encantada, pediu que ele contasse mais. Com um brilho nos olhos, ele começou:

“Sou gaúcho lá dos confins da fronteira, terra de bugre bravo e de lenda forte…”

E contou. Contou que no tempo da escravidão, um senhor poderoso possuía uma tropa de cavalos que era seu orgulho e sustento. Seu filho — mimado, preguiçoso e cruel — não herdara o gosto pelo trabalho, mas herdara o capricho de judiar do mais fraco. E foi assim que o Negrinho do Pastoreio, esperto menino cativo, recebeu a ingrata tarefa de cuidar da tropa, liderada por um belo cavalo baio.

Certa vez, o filho do fazendeiro espantou os animais de propósito. O menino não conseguiu recuperá-los. Acusado e injustamente punido, foi levado às coxilhas à noite e, ao não reencontrar a tropa, foi brutalmente chicoteado e deixado nu sobre um formigueiro.

Três dias depois, o fazendeiro retornou e, para seu assombro, encontrou o menino ileso ao lado dos cavalos, protegido por Nossa Senhora. Nascia ali a lenda do Negrinho do Pastoreio — guardião dos animais e das coisas perdidas.

Naquele instante, a rua escureceu. As luzes apagaram-se. Levei a mão ao bolso e percebi a falta da minha carteira. Pedi uma vela ao garçom e a acendi, como manda a tradição. Senti então algo sob meu pé: a carteira! Teria sido milagre? Coincidência?

Foi quando um tropel de cavalo ecoou pela rua. Vimos surgir da escuridão o Negrinho montado em seu cavalo baio. As ferraduras faiscavam no asfalto. Ele parou diante de mim e disse:

“Pois é, senhor... encontrou sua carteira, né? Ouvi seu pedido. Vim mostrar minha força — para que continuem acreditando na lenda.”

“Obrigado”, respondi. “Mas... quem é você?”

“Faço parte do grupo de teatro que se apresentou na peça que vocês assistiram.”

E, montado em seu baio encantado, galopou rua afora, saudando os presentes e deixando para trás um rastro de emoção.

O churrasco foi servido. Peguei minha carteira — que estava no bolso, pronta para pagar a conta. Foi então que acordei.

Estava no hotel. Ao meu lado, sobre o criado-mudo, repousava um prospecto turístico: naquela noite, haveria uma peça teatral sobre lendas gaúchas, com passeio à Rua Coberta e chocolate quente.

Nossa cultura é feita desses mistérios. Os nomes variam, os sotaques mudam, mas as histórias sobrevivem, encantam e ensinam. São um tesouro que deve ser cultivado nas escolas, passado adiante — de geração em geração — para que não se percam no tempo.

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Como todo escritor, busco aperfeiçoar cada linha, cada texto, cada narrativa para que a experiência de leitura seja envolvente e marcante.

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domingo, 15 de junho de 2025

O PALETÓ BRILHANTE DO SUPOSTO CANTOR ITALIANO

 

Celebrações Italianas


Em um tempo que já não lembro mais, numa cidade vizinha tradicionalmente marcada pela imigração italiana, aconteciam as festividades que celebravam a chegada das famílias da Vecchia Signora. No coração dessa celebração, havia um restaurante rústico, coberto de sapé e cercado por toras de eucalipto, onde um pequeno palco acolhia cantores vindos do continente europeu e, em outras ocasiões, brasileiros da velha guarda metropolitana.

Numa dessas noites memoráveis, recebi um convite de um amigo italiano para prestigiar uma caravana de conterrâneos que se apresentariam no local. Com entusiasmo, embarcamos juntos nessa jornada: ele, sua esposa, eu e a minha. Ao chegarmos, deparamo-nos com uma mesa reservada por Salvatore, nosso anfitrião.

O ambiente transbordava animação. Canções napolitanas ressoavam, preenchendo o espaço com melodias que tocavam o coração. As taças tilintavam ao som das vozes dos cantores, enquanto pratos típicos eram servidos, envoltos nos aromas irresistíveis de temperos italianos. O vinho, produzido com uvas dos agricultores locais, exalava um perfume único e trazia à noite uma aura de celebração e nostalgia.

Salvatore, já entregue ao espírito festivo, não conseguia conter sua empolgação. Cantava em sua própria mesa, gesticulando com paixão e entoando trechos como um verdadeiro amante da música. Até que, num momento de pura euforia, exclamou:

— É o Tony! Meu velho conhecido! Faz tempo que não o vejo! Olha só, com aquele paletó brilhante, digno de um grande cantor!

A cada garfada na comida e cada gole de vinho, sua animação aumentava. Até que, tomado pela euforia, decidiu ir até o palco.

Ali, fazia sinais para Tony como se quisesse gritar: Estou aqui, velho amigo! O cantor, por sua vez, gesticulava de volta, indicando que estava ocupado com sua apresentação. Mas Salvatore não se conteve. Aos poucos, aproximou-se, pedindo para ouvir esta ou aquela canção da sua região. A plateia observava a cena, divertida com sua audácia.

E foi então que, movido pelo entusiasmo, ele subiu as escadinhas do palco. Os olhares se voltaram para ele. Tony tentava, com paciência, manter o controle da situação, mas a paixão italiana de ambos se transformou numa conversa acalorada — ou melhor, numa discussão exaltada, repleta de gestos largos, vozes cada vez mais altas e exclamações típicas da língua italiana.

Num rompante inesperado, Tony, já sem saber o que fazer, arrancou seu paletó brilhante e entregou para Salvatore, como se fosse um troféu.

E, de repente, Salvatore o vestiu e começou a sapatear no palco, sentindo-se o próprio cantor! A plateia delirava, gargalhando diante da cena cômica e absurda. O gerente do restaurante, percebendo que a situação havia fugido do controle, correu até o palco para intervir. Tony, indignado, exigia seu paletó de volta. Mas Salvatore, em seu estado de euforia e já "meio alto", segurava a peça com firmeza, recusando-se a devolvê-la.

O embate atingiu seu ápice: os dois rolaram pelo palco, em uma disputa hilariante e digna de um espetáculo teatral. O público italiano vibrava, ovacionando aquela confusão absurda e divertida.

No final, o paletó rasgou-se no corpo de Salvatore. Tony conseguiu recuperar o que restava da peça, mas, ao subir novamente para cantar, percebeu que faltava uma manga. Tomado pela raiva e pelo cansaço, ele simplesmente arrancou a outra, transformando seu elegante traje num colete improvisado.

A apresentação chegou ao fim em meio a risos e aplausos. Salvatore, ainda tomado pelo espírito da noite, entrou no carro com uma manga do paletó brilhante na mão, bradando:

— Eu sou Tony agora! Ano que vem, venho cantar aqui de novo! Vou mandar fazer um paletó com essa manga como amostra para o meu alfaiate!

Deixamo-lo em sua casa com sua esposa, ainda imerso em sua euforia musical. Enquanto isso, voltávamos para casa chorando de rir.

E assim foi mais uma noite inesquecível, festiva e deliciosamente caótica — típica das celebrações italianas na bucólica cidade dos imigrantes!

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sábado, 14 de junho de 2025

EXPLORANDO O EGITO: UMA JORNADA PELA HISTÓRIA E CULTURA MILENAR


O GUARDIÃO DA TUMBA DA FARAÓ

O Egito é um país fascinante, repleto de história e paisagens deslumbrantes. Suas terras abrigam monumentos que atravessam milênios e contam a trajetória de civilizações antigas. Viajar pelo Egito não é apenas um passeio turístico, mas uma verdadeira imersão na grandiosidade de um dos berços da humanidade.

Localizado no Norte da África, é limitado pelo Mar Mediterrâneo ao norte, pela Faixa de Gaza, Israel e o Golfo de Aqaba a leste, pelo Sudão ao sul e pela Líbia a oeste. Sua geografia e riqueza cultural fazem dele um destino único para aventureiros e amantes da história.

Após um dia explorando os imponentes monumentos da região, concluímos nosso tour no Museu Nacional do Cairo, onde contemplamos peças arqueológicas que datam de mais de 3.000 anos antes de Cristo. A experiência foi um verdadeiro banho de cultura, nos transportando para uma época de faraós e civilizações fascinantes.

Nosso próximo destino era Aswan, a cerca de 950 km ao sul do Cairo. Optamos por um trem noturno turístico, acomodando-nos em cabines confortáveis. A jornada foi hipnotizante—pela janela, mesmo durante a noite, podíamos ver o Egito silenciosamente desenrolando sua paisagem, sempre às margens do lendário Rio Nilo.

Ao chegar, seguimos rumo à Ilha Elephantina e nos hospedamos em um complexo hoteleiro magnífico. Nossa estadia foi marcada por conforto e vistas impressionantes. Visitamos a represa alta e o famoso obelisco inacabado, um intrigante testemunho das técnicas de construção egípcia que, devido a uma rachadura, permaneceu no solo, transformando-se em uma atração histórica.

Na cidade, enfrentamos temperaturas extremas de até 43°C, o que tornou qualquer deslocamento a pé um desafio. Optamos por explorar Aswan em uma charrete conduzida pela simpática égua “Mônica”, enquanto o seu dono fazia elogios a ela.

Após alguns dias explorando a cidade e navegando pelo Rio Nilo, visitamos templos extraordinários em Kom Ombo e Edfu, chegando a Luxor, a antiga Tebas, conhecida como a cidade das cem portas. Exploramos o grandioso templo de Karnak, dedicado ao deus Amon-Rá, e seguimos para o Vale dos Reis, onde se encontram as tumbas dos grandes faraós, incluindo a de Tutankhamon.

Uma experiência memorável foi a visita à tumba de Ramsés. Ao entrar no local, as paredes repletas de inscrições milenares pareciam sussurrar histórias de um passado glorioso. O ar era pesado, denso com o mistério de séculos enterrados. Eu, fascinado pelo cenário, mal podia conter a vontade de registrar cada detalhe. Mirava a câmera para tudo quanto era lado quando, de repente, ouvi um grito áspero e cortante.

Um guardião de túnica esvoaçante surgiu das sombras como um espectro, os olhos faiscando com severidade. Com um movimento ágil, tomou minha câmera sem sequer me dar chance de protestar. O que antes era um passeio histórico transformou-se em um impasse inesperado. Ele vociferava em um idioma que eu não compreendia, mas sua expressão e gestos não deixavam margem para dúvidas: eu estava em apuros.

Tentei argumentar, dizendo repetidamente que não havia tirado nenhuma foto. Ele, porém, insistia em uma multa exorbitante, brandindo minha máquina como um troféu conquistado. Enquanto o grupo olhava perplexo, o tempo parecia congelar. O que fazer? Aceitar a injustiça ou arriscar uma reação?

A adrenalina pulsou. Num impulso calculado, estendi a mão e, com destreza, arranquei a câmera de suas garras. O guardião arregalou os olhos, surpreso com a audácia, e por um breve instante, houve silêncio. Então, a torrente de palavras em sua língua voltou ainda mais intensa. Ele gesticulava furiosamente, mas eu já recuava, puxando minha esposa pela mão.

"The Police!" bradei, vendo-o vacilar por um instante. Seus olhos se estreitaram, avaliando a situação, mas não se moveu. Com passos rápidos, escapamos pelo túnel estreito até alcançar a saída, onde nosso guia nos esperava. Ele nos olhou sério e apenas disse: "Melhor vocês saírem rápido. Esse sujeito não gosta de ser desafiado."

Com o coração ainda acelerado, seguimos para a van que nos levaria ao Vale das Rainhas. A câmera estava em minhas mãos, intacta, e com ela, todas as preciosas fotos de nossa jornada. Um episódio tenso, mas que se transformou em uma história memorável—afinal, cada viagem reserva surpresas que jamais poderíamos prever.

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sexta-feira, 13 de junho de 2025

SEVILHA EM CHAMAS: ENTRE TOURADAS, TRADIÇÕES E O CALOR DA ALMA ESPANHOLA


PREPARE

 O SEU CORAÇÃO

Se você sonha em caminhar por ruas banhadas de sol, mergulhar na história viva de uma civilização ancestral e sentir o calor de um povo que vive com intensidade cada momento, embarque comigo nesta jornada.

Neste relato, compartilho a experiência de explorar Sevilha e outras cidades fascinantes da Andaluzia, onde tradições vibram, as emoções correm soltas e o passado e o presente se entrelaçam como uma dança flamenca. Prepare-se para sentir o coração da Espanha bater mais forte.

Durante um verão escaldante e apaixonado, eu e minha esposa desembarcamos na vibrante Sevilha — um lugar onde a história vive, a cultura pulsa e as emoções caminham lado a lado com os visitantes.

Logo de cara, o povo nos impressiona: parecem sempre apressados, quase nervosos. Mas bastaram algumas interações para perceber que, por trás dessa energia intensa, há um povo acolhedor, apaixonado e orgulhoso de suas raízes. Talvez seja o fogo da herança ancestral — de guerreiros mouros a conquistadores cristãos — que queima no coração andaluz.

Além de Sevilha, seguimos explorando Mérida, Córdoba e Granada — verdadeiras joias do sudeste ibérico. Sevilha, com seus cerca de 700 mil habitantes, não é apenas a quarta maior cidade da Espanha. É um mosaico de tempos, onde a arquitetura mourisca, os palácios renascentistas e a fé católica coexistem com impressionante harmonia.

É impossível andar pelas ruas sem sentir o peso — e a beleza — da história. No ano de 712, o califa Musa cruzou o estreito com um exército de 18 mil homens e iniciou a conquista moura. Cidades como Carmona, Medina, Mérida e Sevilha caíram uma a uma. Sob domínio islâmico, Sevilha floresceu, tornando-se símbolo do esplendor cultural de Al-Andalus. A reconquista cristã veio em 1248, e mesmo assim, a alma moura permaneceu impressa nas pedras e no espírito da cidade.

Hoje, ela é viva, quente e cheia de cor. O clima mediterrâneo mantém uma média anual de 19 °C, mas no verão o termômetro ultrapassa fácil os 40 °C. Para os turistas, é o paraíso — suas ruas dobram de gente, de música e de encanto.

E o que dizer das celebrações? A cidade vibra com o flamenco, dança de alma e expressão profunda, e exalta suas tradições em festas como a Semana Santa e a Feria de Abril. Esta última é um espetáculo à parte: multidões em trajes típicos, casetas folclóricas, música, dança e, claro, touradas.

Visitamos a icônica Plaza de Toros de La Maestranza e o museu que ali se mantém, cuidadosamente montado. É ali que a história das touradas se preserva — tradição complexa, envolvente, polêmica. O espetáculo é intenso: arquibancadas cheias, adrenalina no ar, e sempre, no final, a inevitável estocada. Um ritual de força, técnica e drama.

Entre as relíquias do museu, destaca-se o lendário El Manolete — Manuel Laureano Rodríguez Sánchez — símbolo maior da tauromaquia espanhola. Seu estilo sóbrio e preciso encantava a plateia. Sua técnica “Manoletina” e sua coragem silenciosa se tornaram mitos. Tragicamente, morreu em 1947, ferido por um touro durante uma apresentação em Linares. A comoção foi tamanha que o ditador Francisco Franco decretou três dias de luto nacional.

Confesso: assistir a touradas, mesmo no museu, desperta sentimentos ambíguos. O touro — símbolo de força e bravura — é submetido a um espetáculo que encanta e choca. Dentro de mim, torço por ele. Mas não há como negar: trata-se de uma expressão cultural profunda, que resiste mesmo em tempos de mudança. Em Barcelona, por exemplo, a antiga arena foi transformada em shopping center — uma nova era que se anuncia, silenciosamente.

Sevilha, porém, segue flamejante. A cidade não apenas conta sua história — ela a encena, todos os dias, em ruas, praças e olés. Ao final da viagem, ficou a certeza: Sevilha é mais do que um destino turístico. É uma chama que arde com intensidade, paixão e memória.

💯🔯

viajar é mais do que conhecer lugares — é mergulhar na alma de outros mundos. Sevilha nos envolveu com sua beleza ardente, suas tradições intensas e sua história viva. Espero que, por meio deste relato, você tenha sentido um pouco desse calor espanhol que ainda pulsa em nossas memórias.

E você, já viveu algo parecido? Compartilhe suas impressões, experiências ou sonhos de viagem aqui nos comentários. Vamos continuar essa conversa — porque o mundo é grande demais para se explorar sozinho! 🌍💬✈️

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quarta-feira, 11 de junho de 2025

LÁGRIMAS E SONHOS: A JORNADA DOS EMIGRANTES ITALIANOS



O AROMA AMADEIRADO DO VINHO

A taça de vinho repousava sobre a mesa, enquanto a cadeira de balanço embalava meus devaneios. O aroma amadeirado do vinho se misturava à nostalgia que pairava no ar, enquanto Lágrimas Napolitanas tocava suavemente ao fundo. Cada acorde da canção parecia carregar o peso da saudade e da esperança dos que deixaram suas terras.

O porto de Nápoles foi palco de incontáveis despedidas. Ali, famílias se abraçavam uma última vez, trocando olhares repletos de incerteza e promessas sussurradas ao vento. Muitos embarcavam sem saber se voltariam a ver aqueles rostos familiares, enquanto a silhueta imponente do Vesúvio permanecia como guardião silencioso de suas memórias.

Minha mente vagava entre o passado e o presente, e por um instante, senti-me transportado ao cais, como se pudesse ouvir o murmúrio dos que partiram. Lembrei-me da minha própria passagem por ali, a caminho da Ilha de Capri. Naquela ocasião, fiquei ali, imóvel, imaginando as lágrimas que haviam se misturado à água do mar.

"Quantas nos custa lágrimas esta América..."
"A nós, Napolitanos!"

A dor da despedida não era apenas física, mas existencial. Meus avós paternos e maternos não eram napolitanos, mas vieram de Veneza e Treviso, enfrentando jornadas árduas com crianças ao colo e na barriga. Em meio ao medo e à incerteza, traziam consigo um único bem que não poderia ser confiscado: a esperança.

A Itália que deixavam ainda era fragmentada, composta por pequenos reinos governados por líderes guerreiros. Somente em 1860 veio a unificação política, e, com ela, novas possibilidades. Mas para muitos, a verdadeira oportunidade estava além-mar—nas terras férteis do Brasil, onde poderiam reconstruir suas vidas.

Seus esforços não foram em vão. A Itália tornou-se uma potência econômica, impulsionada pelo trabalho incansável daqueles que ficaram e dos que se espalharam pelo mundo. Meus antepassados, como tantos outros, contribuíram para esse legado, seja nas fábricas, nas plantações ou nas cidades que ajudaram a erguer.

Minha conexão com essa história nunca se apagou. Caminhei por Veneza com minha esposa, ambos emocionados ao pisar o solo dos nossos antepassados. Descobri, tempos depois, que um antigo castelo próximo à Praça de São Marcos pertenceu à família Vendramini—um legado que ainda aguarda minha visita, guardado pela história.

Cada viagem trouxe mais fragmentos desse passado, mas o tempo sempre foi implacável, impedindo-me de concluir algumas buscas. No entanto, esse vínculo nunca se rompeu, e por isso, escrevo.

Assim nasceu "A Última Visão de Um Caboclo", um livro que eternizará essas memórias, para que as vozes dos emigrantes jamais se percam no tempo.

💫

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segunda-feira, 9 de junho de 2025

MÃE TERRA E O SOL DA MEIA NOITE

Medo e Transformação

O meu poema que vem a seguir tem uma atmosfera poderosa, quase cinematográfica, onde o universo e a terra se entrelaçam em uma dança de criação, medo e transformação. Há uma melancolia envolvente e um ritmo que certamente carregará o leitor momentos grandiosos e impactantes.

 💞


Mãe Terra

O universo avança na escuridão sem fim,

cometas e planetas giram na eterna dança das galáxias.
A Via Láctea nasceu, cintilante,
e a Terra despertou azul, viva, pulsante.

Frutos do ventre cósmico,
sementes de vida e amor,
brotam em ciclos infinitos,
na eterna beleza da criação.

A madrugada é fria,
silenciosa, furtiva,
como a sombra que se impõe
na calada da noite.

Vozes roucas lamentam
os infortúnios da existência.
Momento mórbido,
súplicas e suspiros
dobrados ao vento
como açoite.

Explosão no céu—
um cometa mergulha na escuridão,
a visão se turva…
É o caminho do medo.

Coração dispara,
o frenesi das emoções se acende.
O sol da meia-noite rompe o véu,
a noite virou dia.

Passo trôpego na calçada,
ritmo desenfreado,
marcha alucinante,
rufar de tambores.

O mundo quase acabou.
O ontem já se foi.
O amanhã ainda não chegou.
Último capítulo de uma era,
escrito por mim.

👂

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MAIS UMA EXPERIÊNCIA EM MINHA VIDA PROFISSIONAL

 

O   CARCARÁ  ALADO

Trabalhando na área de recursos humanos de um grupo empresarial, mais especificamente na divisão de alimentos, fui designado para iniciar pesquisas destinadas a suprir uma fábrica recém-construída em Petrolina, Pernambuco.

Na época, nossa empresa se antecipou a outras que ainda estavam em fase de projeto para desenvolver o cultivo de tomates, visando a extração e fabricação de extrato, que seria enviado para a fábrica central em São Paulo. Como parte do planejamento, elaborei a introdução de um restaurante nas dependências da fábrica, a fim de oferecer alimentação adequada aos futuros trabalhadores—uma iniciativa inédita na região. Além disso, iniciei pesquisas para estabelecer convênios com farmácias e outros benefícios essenciais que seriam incorporados com o início das operações.

Minha estadia ocorreu em um hotel previamente pesquisado, onde também foram acomodados outros profissionais responsáveis pela montagem dos equipamentos para dar início às atividades da fábrica. Após semanas de trabalho intenso, retornei a São Paulo para apresentar à diretoria um relatório detalhado dos avanços realizados.

Uma viagem inesquecível

Minha viagem de retorno para São Paulo estava programada para cinco dias após a conclusão das pesquisas. Não querendo permanecer ocioso, explorei alternativas de voo e optei por uma conexão via Salvador, na Bahia, utilizando um pequeno avião modelo Bandeirante, de apenas nove lugares. A experiência foi desconcertante: o ruído ensurdecedor da aeronave impossibilitava conversas entre os poucos passageiros. Em certo momento, o avião começou a descer abruptamente, e, por um instante, temi o pior. Para minha surpresa, aterrissamos em uma estrada de terra, onde um homem esperava para entregar um malote ao copiloto, sem que o avião sequer parasse completamente. A aeronave realizou uma manobra brusca e decolou novamente, levando-me a um estado de tensão extrema. Após essa experiência, decidi nunca mais utilizar voos desse porte para viagens profissionais, optando sempre por aeronaves comerciais de grande porte saindo do Aeroporto de Petrolina.

Outro susto na volta


O PÁSSARO FERIDO

Após concluir a instalação de procedimentos de segurança em equipamentos recém-chegados, me preparei para retornar a São Paulo. No entanto, o avião da companhia aérea sofreu um atraso considerável e, ao chegar, apresentou movimentos incomuns durante a aterrissagem. Fomos então informados de que o voo havia sido cancelado devido a um vazamento de óleo. A companhia nos transferiu para hotéis, e fui hospedado em Juazeiro, na Bahia, após atravessar a ponte Getúlio Vargas, que divide os estados de Pernambuco e Bahia.

Mecânicos chegaram durante a noite para realizar os reparos necessários, e fomos comunicados na madrugada seguinte de que o avião estava pronto para decolar à tarde. De volta ao aeroporto, notei um ambiente incomum no saguão de embarque: algumas pessoas choravam, trajando roupas pretas, como se estivessem em um velório. Ao perguntar o motivo, fui informado de que havia um corpo a bordo, aguardando transporte desde o dia anterior. O voo se tornou ainda mais tenso, pois além da apreensão pelo problema mecânico, viajávamos com um falecido a bordo. Conversando com um passageiro ao meu lado, tentei descobrir quem era a pessoa, pois a presença de políticos no voo indicava que se tratava de alguém importante.

Após a aterrissagem em São Paulo, senti um enorme alívio por ter chegado em segurança. Essa experiência, apesar dos desafios, tornou-se mais um capítulo marcante da minha trajetória profissional.

 🔅

Acredito que a escrita é uma arte em constante evolução, refinada pelo hábito, pela observação e, principalmente, pelo desejo de transmitir emoções e ideias de forma mais autêntica. 

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domingo, 8 de junho de 2025

OUTONO NO LESTE EUROPEU.


FOLHAS MORTAS

O outono chega como um sussurro do tempo, desfolhando os últimos resquícios do verão e preparando o mundo para o abraço frio do inverno. O ar se torna denso de nostalgia, e as folhas, amarelas como ouro envelhecido, tingem as paisagens com tonalidades crepusculares.

Da janela de um hotel, fui arrebatado por esse espetáculo, um privilégio raro que a natureza concede sem aviso. O vento carregava murmúrios antigos, histórias contadas pelo farfalhar das copas, enquanto a luz pálida do sol se espalhava como um véu dourado sobre a paisagem.

Com passos lentos e alma entregue, adentrei a alameda, onde plátanos imponentes desenhavam sombras alongadas sobre um chão coberto por seu próprio legado—folhas caídas, repousando como vestígios da estação que se despedia. O som do crepitar das folhas sob meus pés se misturava ao canto tristonho de um pássaro solitário, como um último adeus antes do silêncio do inverno.

Minha alma, embriagada pela beleza melancólica desse instante, encontrou refúgio entre árvores e folhas. A tarde límpida de outono sussurrava versos invisíveis, que se transformaram no poema abaixo.

Folhas Mortas

Agora repousam no solo,
Outrora verdes, vibrantes.
São páginas rasgadas do tempo,
Despedidas dançando ao vento.

O tempo foi cruel.
Como palavras esquecidas,
Amareladas entre as páginas,
Cansadas de esperar.

Antes, vigorantes,
Enfeitavam galhos e livros,
Paisagens delirantes,
Versos efervescentes.

Agora são memórias,
Colírio para os olhos,
O eco de uma estação
Que nunca volta igual.

💦

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Como todo escritor, busco aperfeiçoar cada linha, cada texto, cada narrativa para que a experiência de leitura seja envolvente e marcante.

Se hoje meus textos ressoam mais, se envolvem mais, se alcançam mais corações, é porque sigo me dedicando a aprimorar minha forma de contar histórias. E é essa jornada de aprendizado e aperfeiçoamento que desejo compartilhar com vocês!

Sigamos juntos, entre palavras e páginas, sempre explorando novos horizontes literários.


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