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sexta-feira, 1 de agosto de 2025

MONGÓLIA: ENTRE CÉUS AZUIS E PEGADAS DE GÊNGIS KHAN

 

O DESTEMIDO GUERREIRO


A Mongólia é mais do que um ponto no mapa entre gigantes como Rússia e China. É uma terra onde o passado ecoa nas planícies, onde o céu parece não ter fim, e onde tradições milenares convivem com a vastidão do silêncio. Este texto é um convite para conhecer um país de contrastes — entre o império de Gêngis Khan e a vida nômade moderna, entre desertos fósseis e montanhas sagradas. Prepare-se para viajar sem sair do lugar.

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Gêngis Khan, o destemido guerreiro do século XII, lançou as bases do que viria a ser o maior império contíguo da história: o Império Mongol. Hoje, a Mongólia é apenas uma sombra territorial do que foi, mas sua alma permanece grandiosa. Encravada entre a Rússia e a China, é um dos países menos densamente povoados do planeta — um vasto oceano de terra e céu.

A paisagem mongol é uma pintura viva: rios serpenteiam entre colinas verdejantes, montanhas se erguem como sentinelas do tempo, e planícies cobertas de grama se estendem até onde a vista alcança. Ao Sul, o deserto de Gobi guarda tesouros pré-históricos — fósseis de dinossauros preservados como se o tempo tivesse parado.

Com altitude média de 1.580 metros acima do nível do mar, a Mongólia é conhecida como a “Terra do Céu Azul”. E com razão: são mais de 250 dias de sol por ano, emoldurando a vida dos mongóis com uma luz quase mística.

O clima é de extremos. No verão, o calor pode chegar a 40 °C; no inverno, despenca para abaixo de -40 °C. Quase um terço da população vive como nômade, em harmonia com a natureza. O dia começa cedo, com homens e mulheres ordenhando cabras, vacas, camelas e éguas. A dieta é simples e robusta: carne de carneiro e derivados de leite são a base da alimentação.

A hospitalidade é um valor sagrado. As tradicionais tendas circulares — chamadas GERS — permanecem destrancadas, prontas para acolher qualquer viajante. É costume oferecer chá com leite quente, temperado com uma pitada de sal, aos visitantes.

O budismo molda profundamente a cultura mongol, mas há também espaço para o xamanismo, islamismo, cristianismo e para os que não seguem nenhuma religião. A espiritualidade é tão diversa quanto a paisagem.

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Na Mongólia, o tempo parece respirar com calma. Entre os ecos de Gêngis Khan e o silêncio das estepes, há uma sabedoria ancestral que resiste ao mundo moderno. É um país que nos ensina que liberdade pode ser uma tenda aberta, que riqueza pode ser o céu azul, e que a verdadeira grandeza não se mede em território — mas em alma.

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quinta-feira, 24 de abril de 2025

O CAMINHO ERRANTE DO CAIPIRA PIRAPORA

O INÍCIO DE UMA LONGA JORNADA

A história da fundação de Bom Jesus de Pirapora remonta a 1725, quando alguns pescadores encontraram no rio Tietê uma imagem do Cristo, hoje disposta no santuário sobre uma pedra à beira do rio. Esse evento singular marcou o início da vila que mais tarde se tornaria a cidade.

De origem missionária, Bom Jesus de Pirapora começou como um vilarejo com forte papel religioso, tornando-se posteriormente destino preferido de romeiros atraídos pela fé e pela tradição. Seu nome, “Pirapora”, vem do tupi-guarani e significa “peixe que pula em águas limpas” — um cenário que, infelizmente, hoje está apenas na memória, já que os peixes desapareceram e as águas límpidas ficaram no passado.

O avanço desordenado trouxe um panorama desolador para quem atravessa a ponte sobre o rio ao se aproximar da cidade. A espuma química das indústrias flutua como icebergs, acompanhada de um cheiro nauseante de esgoto, tornando irreconhecível a beleza que antes encantava.

Mas vamos voltar ao passado! Ah, Pirapora dos tempos de adolescência, das romarias que partiam de lugares remotos, com familiares e amigos, enfrentando a jornada de 40 quilômetros com diferentes formas de locomoção: a pé, de bicicleta ou a cavalo.

Minha primeira romaria foi com primos que moravam na emblemática Rua Zacarias de Góes, reduto das famílias italianas. Optamos pelas bicicletas, o transporte que estava em alta na época. A aventura começou no Largo de Santa Cruz, onde o padre deu sua bênção coletiva aos romeiros. Equipados e animados, a estrada de terra nos aguardava, com um acampamento no famoso "Capão da Onça" programado para o meio da jornada.

Entre subidas e descansos, piadas para animar os menos dispostos, e lanchinhos preparados pelas mamães, a poeira levantada pelos tropeiros nos motivava a competir e ultrapassá-los. Ao cair da noite, chegamos ao Capão da Onça, onde o descanso foi interrompido pela sanfona e viola dos cavaleiros, o cheiro insuportável de bosta de cavalo e a sinfonia de suspiros intestinais dos animais. A noite foi marcada por histórias de medo e cansaço.

No ano seguinte, decidimos repetir a jornada, mas dessa vez montados a cavalo. Nosso plano? "Assustar" o contador de causos do Capão da Onça com um "fantasma". A preparação envolveu gravador com rugidos de onça e Nelsão Maluco, nosso ator principal, vestido de lençol branco. No auge da narrativa, rugidos ecoaram e provocaram pânico, mas um romeiro armado disparou para o mato, ferindo Nelsão, e nossa brincadeira terminou em correria e hospital.

Desde então, nunca mais participamos de romarias. Hoje, ao ouvir a música "Sou caipira Pirapora" de Renato Teixeira, esses momentos vêm à memória com gratidão por nada pior ter acontecido.

O retorno de vocês, leitores, me motiva a buscar sempre o melhor.

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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

TESOURO CAVALO E O JOVEM

 



Era uma vez um jovem que recebeu do rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a um outro rei de uma terra distante. Recebeu também o melhor cavalo do reino para levá-lo na jornada.

 - Cuida do mais importante e cumprirás a missão!  

 

Assim, o jovem preparou o seu alforje, escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras numa bolsa de couro amarrada a cintura, sob as vestes. Pela manhã, bem cedo, sumiu no horizonte. E não pensava sequer em falhar. Queria que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa.

 

Aliás, esse era o seu sonho e parecia que a princesa correspondia às suas esperanças. Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua montaria. Assim, exigia o máximo do animal.


Quando parava em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe aliviava da sela e nem da carga, tampouco se preocupava em dar-lhe de beber ou providenciar alguma ração.

 

- Assim, meu jovem, acabarás perdendo o animal - disse alguém. - Não me importo - respondeu ele. - Tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro. Nenhuma falta fará! Com o passar dos dias, e sob tamanho esforço, o pobre animal, não suportando mais os maus tratos, caiu morto na estrada.

 

O jovem simplesmente o amaldiçoou e seguiu o caminho a pé. Acontece que nessa parte do país haviam poucas fazendas e eram muito distantes umas das outras. Passadas algumas horas, ele se deu conta da falta que lhe fazia o animal. Estava exausto e sedento.

 

Já havia deixado pelo caminho toda a tralha, com exceção das pedras, pois lembrava da recomendação do rei: "Cuide do mais importante! ”

 

Seu passo se tornou curto e lento. As paradas frequentes e longas. Como sabia que poderia cair a qualquer momento e temendo ser assaltado, escondeu as pedras no salto de sua bota. Mais tarde, caiu exausto no pé da estrada, onde ficou desacordado.

 

Para sua sorte, uma caravana de mercadores que seguia viagem para o seu reino o encontrou e cuidou dele.

 

Ao recobrar os sentidos, encontrou-se de volta em sua cidade.

Imediatamente foi ter com o rei para contar o que havia acontecido e, com a maior desfaçatez, colocou toda a culpa do insucesso nas costas do cavalo "fraco e doente" que recebera.

 

- Porém, majestade, conforme me recomendaste, "cuidar do mais importante", aqui estão as pedras que me confiaste. Devolvo-as a ti. Não perdi uma sequer.

 

O rei as recebeu de suas mãos com tristeza e o despediu, mostrando completa frieza diante de seus argumentos. Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado.

 

Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a mensagem do rei, que dizia: "Ao meu irmão, rei da terra do Norte. O jovem que te envio é candidato a casar com minha filha. Esta jornada é uma prova. Dei a ele alguns diamantes e um bom cavalo.

 

 Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz-me, portanto, este grande favor e verifique o estado do cavalo. Se o animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem aprecia a fidelidade e força de quem o auxilia na jornada. Se, porém, perder o animal e apenas guardar as pedras, não será um bom marido nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância a rainha nem aqueles que o servem. ”

 



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