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domingo, 12 de outubro de 2025

OBELISCO INACABADO: UMA VIAGEM ENTRE PEDRASS E SURPRESAS


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O Obelisco Inacabado de Assuã: Uma Pedra Gigante, Uma História Surreal

"Não apenas leia — clique no negrito nas palavras e mergulhe."


O impressionante obelisco inacabado em Assuã — uma obra monumental que revela os segredos da engenharia antiga e rende boas histórias de viagem. 

"Não apenas leia — clique no negrito nas palavras e mergulhe."
Durante nossa viagem ao Egito, minha esposa e eu vivemos uma daquelas experiências que misturam fascínio histórico com situações inesperadas — e, claro, boas risadas. Tudo começou em Assuã, onde nos deparamos com o famoso obelisco inacabado. Imagine uma pedra gigantesca, com quase 43 metros de altura e mais de mil toneladas, largada na pedreira como quem desistiu de ir à academia no meio do treino. Pois é, foi mais ou menos isso.

Segundo nosso guia, o carismático Sr. Sahid — um egípcio simpático e surpreendentemente fluente em português, que aprendeu o idioma durante seus estudos na Universidade do Cairo — esse obelisco foi abandonado por causa de uma falha na rocha. Acredita-se que tenha sido iniciado na época da rainha-faraó Hatshepsut. Sim, uma mulher no poder numa época em que isso era praticamente um escândalo. Para disfarçar, ela se vestia como homem, usava até um cone na barba — o que, convenhamos, deve ter gerado muita confusão nos salões do palácio.
 
O obelisco, apesar de inacabado, revelou muito sobre as técnicas de construção da época. Ao redor dele, foram encontradas bolas de diorito — pedras duríssimas usadas para alisar a superfície do granito. O processo incluía fazer fogo na rocha, jogar água para causar rachaduras e depois vir com as bolas como se fosse uma sessão de spa... só que para pedras. Depois, vinham ferramentas de bronze para aprofundar os cortes e escavar túneis laterais para remover o monólito. 
Um trabalho que exigia força, paciência e, provavelmente, muito café (ou o equivalente egípcio da época). Se tudo desse certo, o obelisco ganharia hieróglifos pintados com pigmentos de ocre vermelho ou carbono preto. 

Esses monumentos eram dedicados ao Deus Sol e tinham uma forma elegante e pontiaguda, como se apontassem para o divino — ou para o próximo raio de sol que iluminaria a glória dos faraós.

 Mas os obeliscos não ficaram só no EgitoQuando o Império Romano dominou a região, o imperador Augusto se encantou com essas obras e decidiu levar algumas para casa — como quem visita o Egito e volta com um souvenir... só que de 40 toneladas. O maior deles, o Lateranense, foi construído na época dos faraós Tutmosis III e IV e hoje está em Roma, na Praça São João de Latrão. Depois de algumas reformas e mudanças de endereço dignas de novela, foi erguido novamente em 1588 por ordem do Papa Sisto V.

Outro obelisco famoso está na Praça de São Pedro. Para colocá-lo lá, foram necessários 150 cavalos e 47 guinchos — e provavelmente muita fé. Ele veio do Egito no tempo do imperador Nero e está lá desde 1585. Tive o privilégio de contemplá-lo ao lado da minha esposa, em um dia de espiritualidade sob a proteção do Papa João Paulo II. Um momento que misturou história, fé e admiração.

E não para por aí. Em 1831, o Vice-Rei do Egito, Méhémet Ali, presenteou a França com dois obeliscos que marcavam a entrada do palácio de Ramsés II. Segundo nosso guia (que já parecia nosso tio egípcio de tanto que conversamos), esse mesmo vice-rei cogitou destruir as pirâmides da quarta dinastia para construir pontes sobre o Nilo. Sim, você leu certo. Ainda bem que alguém o fez mudar de ideia — talvez um engenheiro sensato ou um faraó bravo em espírito.

O primeiro obelisco chegou a Paris em 1823 e foi erguido na Place de La Concorde em 1836, diante de 200 mil pessoas. O rei e a família real, com medo de um desastre, assistiram tudo de longe e só apareceram na varanda quando o monólito ficou de pé — como quem espera o bolo crescer no forno antes de chamar os convidados.

 Reflexão Final:

Hoje, olhando para tudo isso, percebo que os imperadores romanos queriam eternizar seus nomes roubando monumentos alheios — como quem leva o vaso da casa da sogra e diz que foi “herança cultural”. Já o vice-rei egípcio parecia não ter a menor noção do valor histórico do que estava doando — talvez achasse que obelisco era só uma pedra decorativa.

Felizmente, o Egito aprendeu com esses episódios e hoje protege com rigor seu patrimônio. E nós, viajantes curiosos, seguimos colecionando histórias, risadas e reflexões — como essa, que começou com uma pedra gigante abandonada e terminou com uma aula de história, cultura e comédia involuntária.

Porque no fim das contas, viajar é isso: descobrir o mundo, se encantar com o passado e rir do presente — especialmente quando o guia diz que quase derrubaram as pirâmides pra fazer ponte. Aí você percebe que a história da humanidade é mesmo uma mistura de genialidade e maluquice.

 Toninho Vendramini — viajante curioso, contador de histórias e apaixonado por cultura.


 Suspiros de lugares distantes

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sábado, 11 de outubro de 2025

EXPLORANDO O EGITO: UMA JORNADA PELA HISTÓRIA E CULTURA MILENAR


O GUARDIÃO DA TUMBA DA FARAÓ

"O negrito nas palavras não está ali por acaso — clique e veja por quê."


O Egito é um país fascinante, repleto de história e paisagens deslumbrantes. Suas terras abrigam monumentos que atravessam milênios e contam a trajetória de civilizações antigas. Viajar pelo Egito não é apenas um passeio turístico, mas uma verdadeira imersão na grandiosidade de um dos berços da humanidade.

"Clique nas palavras em negrito e vá além do texto."

Localizado no Norte da África, é limitado pelo Mar Mediterrâneo ao norte, pela Faixa de Gaza, Israel e o Golfo de Aqaba a leste, pelo Sudão ao sul e pela Líbia a oeste. Sua geografia e riqueza cultural fazem dele um destino único para aventureiros e amantes da história.

Após um dia explorando os imponentes monumentos da região, concluímos nosso tour no Museu Nacional do Cairo, onde contemplamos peças arqueológicas que datam de mais de 3.000 anos antes de Cristo. A experiência foi um verdadeiro banho de cultura, nos transportando para uma época de faraós e civilizações fascinantes.

Nosso próximo destino era Aswan, a cerca de 950 km ao sul do Cairo. Optamos por um trem noturno turístico, acomodando-nos em cabines confortáveis. A jornada foi hipnotizante—pela janela, mesmo durante a noite, podíamos ver o Egito silenciosamente desenrolando sua paisagem, sempre às margens do lendário Rio Nilo.

Ao chegar, seguimos rumo à Ilha Elephantina e nos hospedamos em um complexo hoteleiro magnífico. Nossa estadia foi marcada por conforto e vistas impressionantes. Visitamos a represa alta e o famoso obelisco inacabado, um intrigante testemunho das técnicas de construção egípcia que, devido a uma rachadura, permaneceu no solo, transformando-se em uma atração histórica.

Na cidade, enfrentamos temperaturas extremas de até 43°C, o que tornou qualquer deslocamento a pé um desafio. Optamos por explorar Aswan em uma charrete conduzida pela simpática égua “Mônica”, enquanto o seu dono fazia elogios a ela.

Após alguns dias explorando a cidade e navegando pelo Rio Nilo, visitamos templos extraordinários em Kom Ombo e Edfu, chegando a Luxor, a antiga Tebas, conhecida como a cidade das cem portas. Exploramos o grandioso templo de Karnak, dedicado ao deus Amon-Rá, e seguimos para o Vale dos Reis, onde se encontram as tumbas dos grandes faraós, incluindo a de Tutankhamon.

Uma experiência memorável foi a visita à tumba de Ramsés. Ao entrar no local, as paredes repletas de inscrições milenares pareciam sussurrar histórias de um passado glorioso. O ar era pesado, denso com o mistério de séculos enterrados. Eu, fascinado pelo cenário, mal podia conter a vontade de registrar cada detalhe. Mirava a câmera para tudo quanto era lado quando, de repente, ouvi um grito áspero e cortante.

Um guardião de túnica esvoaçante surgiu das sombras como um espectro, os olhos faiscando com severidade. Com um movimento ágil, tomou minha câmera sem sequer me dar chance de protestar. O que antes era um passeio histórico transformou-se em um impasse inesperado. Ele vociferava em um idioma que eu não compreendia, mas sua expressão e gestos não deixavam margem para dúvidas: eu estava em apuros.

Tentei argumentar, dizendo repetidamente que não havia tirado nenhuma foto. Ele, porém, insistia em uma multa exorbitante, brandindo minha máquina como um troféu conquistado. Enquanto o grupo olhava perplexo, o tempo parecia congelar. O que fazer? Aceitar a injustiça ou arriscar uma reação?

A adrenalina pulsou. Num impulso calculado, estendi a mão e, com destreza, arranquei a câmera de suas garras. O guardião arregalou os olhos, surpreso com a audácia, e por um breve instante, houve silêncio. Então, a torrente de palavras em sua língua voltou ainda mais intensa. Ele gesticulava furiosamente, mas eu já recuava, puxando minha esposa pela mão.

"The Police!" bradei, vendo-o vacilar por um instante. Seus olhos se estreitaram, avaliando a situação, mas não se moveu. Com passos rápidos, escapamos pelo túnel estreito até alcançar a saída, onde nosso guia nos esperava. Ele nos olhou sério e apenas disse: "Melhor vocês saírem rápido. Esse sujeito não gosta de ser desafiado."

Com o coração ainda acelerado, seguimos para a van que nos levaria ao Vale das Rainhas. A câmera estava em minhas mãos, intacta, e com ela, todas as preciosas fotos de nossa jornada. Um episódio tenso, mas que se transformou em uma história memorável—afinal, cada viagem reserva surpresas que jamais poderíamos prever.

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Como todo escritor, busco aperfeiçoar cada linha, cada texto, cada narrativa para que a experiência de leitura seja envolvente e marcante. E é essa jornada de aprendizado e aperfeiçoamento que desejo compartilhar com vocês!

 O Pequeno Gesto Que Mantém Grandes Histórias Vivas

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 Toninho Vendramini

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terça-feira, 30 de setembro de 2025

CLEÓPATRA: A RAINHA QUE ENFRENTOU IMPÉRIOS COM SEDUÇÃO E ESTRATÉGIA

CLEÓPATRA"O Egito Depois de Cleópatra: 
O Legado da Rainha"

Em tempos em que o poder feminino ainda é subestimado, a figura de Cleópatra ressurge como um símbolo de inteligência, ousadia e influência. Mais do que uma mulher bela e vaidosa, ela foi estrategista, diplomata e protagonista de uma das histórias mais fascinantes da Antiguidade. Sua trajetória, marcada por alianças políticas e paixões intensas, continua a inspirar debates sobre liderança, ambição e o papel da mulher na história.

A Ascensão de uma Rainha

Cleópatra VII foi a última soberana da dinastia ptolomaica, que governou o Egito após a conquista grega. Filha de Ptolomeu XII com sua irmã, ela ascendeu ao trono aos 17 anos, após a morte do pai. Contudo, o poder não veio sozinho: teve que dividir o trono com seus irmãos, Ptolomeu XIII (com quem se casou, como era costume dinástico) e, posteriormente, com Ptolomeu XIV.

Luxo, Vaidade e Inteligência Política

Cleópatra era conhecida por sua paixão pelo luxo. Adornava-se com joias de ouro e pedras preciosas — diamantes, esmeraldas, safiras e rubis — encomendadas de artesãos ou recebidas como presentes. Mas por trás da vaidade, havia uma mente afiada. A instabilidade política causada pela disputa com seus irmãos a levou ao exílio, onde arquitetou um plano audacioso: enrolou-se em um tapete e enviou-se como presente a Júlio César, em Roma.

Ao se desenrolar diante do general romano, Cleópatra não apenas surpreendeu pela ousadia, mas também conquistou César com sua inteligência e charme. Tornaram-se amantes, e com sua ajuda, ela eliminou Ptolomeu XIII, consolidando seu poder. Em Roma, deu à luz Cesarion, filho de César.
Ambição e Alianças

Após o assassinato de César em 44 a.C., Cleópatra retornou ao Egito. Ambiciosa como nunca, voltou seus olhos para Marco Antônio, governador da porção oriental do Império Romano. Em 37 a.C., iniciou com ele um relacionamento que misturava paixão e política. Tiveram dois filhos, e Marco Antônio, rendido à influência da rainha, devolveu-lhe territórios antes dominados por Roma.

Essa atitude provocou a ira do Senado romano, que declarou guerra ao casal. Derrotados por Otávio na batalha naval de Ácio, Marco Antônio e Cleópatra escolheram a morte ao invés da submissão. Ela, fiel à sua imagem dramática e simbólica, deixou-se picar por uma serpente em Alexandria, encerrando sua vida em 30 a.C.

Final:

Cleópatra não foi apenas uma mulher bela — foi uma líder que desafiou impérios, manipulou alianças e deixou um legado que resiste ao tempo. Sua história é um lembrete de que o poder pode vir em muitas formas: pela força, pela inteligência, pela sedução — e, acima de tudo, pela coragem de ser quem se é, mesmo diante dos maiores impérios.
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sábado, 13 de setembro de 2025

UMA VIAGEM DE EMOÇÕES E MEMÓRIAS

                  

O REENCONTRO 

Viajar é mais do que deslocar-se no espaço — é mergulhar em histórias, reencontrar sentimentos e fortalecer laços. Esta crônica é um tributo à amizade, à cultura e aos momentos inesperados que transformam simples trajetos em lembranças eternas. Do Cairo a Assuã, passando por Jerusalém, cada passo foi marcado por descobertas e reencontros que merecem ser celebrados.

Após a visita ao Museu do Cairo, seguimos rumo à estação ferroviária da cidade para iniciar nossa jornada até Assuã, lar da imponente represa que empresta seu nome à cidade.

Essa obra monumental, considerada a maior construção em solo egípcio desde as pirâmides, domou o Nilo, controlou suas águas e impôs a lógica humana às certezas da natureza. Um feito que impressiona tanto pela engenharia quanto pela ousadia.

Ao chegarmos em Assuã, fomos informados pela recepção que o trajeto até o hotel seria feito por barco, atravessando o majestoso Nilo até a encantadora Ilha Elefantina, onde se encontra o resort que nos acolheu. Lá, tivemos o privilégio de assistir a um casamento típico, uma celebração vibrante da cultura local.

Foi no desembarque que sentimos a ausência de nosso querido amigo Vanderlan — uma figura cativante, cuja habilidade em se comunicar é marca registrada de sua trajetória profissional.

Durante a viagem, ele nos encantou com histórias de sua amada Feira de Santana, cidade nordestina de gente batalhadora e empreendedora. Segundo ele, foi ali que começou a venda de gado, que mais tarde evoluiu para uma feira, consolidando o nome que hoje honra o progresso da Bahia.

Mas, voltando ao episódio de sua ausência, descobrimos que, por um erro da agência e da recepção, Vanderlan não estava incluído na lista de passageiros daquele trem. Seu nome constava no próximo horário — e assim, ele viajou sozinho.

Imagino os pensamentos que o acompanharam durante a noite. A expectativa do reencontro, a saudade da família, o desconforto de não estar em seu lar, em sua cama, em sua rotina. Mas Vanderlan é um homem de espírito leve e comunicação fácil — ainda mais depois de sua visita a Jerusalém, onde, no Monte das Oliveiras, fez orações pela família e agradeceu pela transformação em sua vida. De proprietário de lotérica a corretor de imóveis bem-sucedido, sua trajetória inspira.

Naquela noite, seus pensamentos devem ter transbordado emoções. E, quando finalmente nos reencontramos, tudo se iluminou. O sorriso, o abraço, a alegria — tudo voltou a pulsar com intensidade.

Eu e minha esposa sentimos que a amizade se fortaleceu ainda mais. Com Vanderlan, Márcia, Thaís e Thiago. Com Elvira, Cícero e Davi. Com Ayala, Mila e o pequeno Miguel. A imagem que guardamos de cada um foi enriquecida por essa viagem repleta de cultura, que nos levou do Cairo a Israel, guiados por Osama, que nos presenteou com conhecimentos preciosos.

Essa experiência criou um elo que não queremos desfazer. E, graças à internet, podemos manter viva essa corrente de afeto e memória.

REFLEXÕES DESSA VIAGEM
Que essa conexão continue firme, como o Nilo que atravessamos, como os trilhos que nos conduziram, como os abraços que nos acolheram. De Jundiaí, São Paulo, enviamos um abraço caloroso, cheio de saudade e gratidão.

 O Blog de Toninho Vendramini

Um passeio por memórias, afetos e encantamentos.

Este meu blog não tem capa dura nem páginas numeradas.

Ele vive nas entrelinhas do tempo.

Cada texto é uma fresta — por onde escapa o que ainda pulsa.

Escrevo como quem conversa com o silêncio.

Como quem guarda o mundo em palavras pequenas.

Como quem acredita que lembrar é uma forma de amar.

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sábado, 2 de agosto de 2025

'FELUCAS, CHÁ DAS CINCO E SÓCRATES: UMA TRAVESSIA PELO RIO NILO'

 

Uma crônica divertida e encantadora sobre descobertas, encontros improváveis e o charme eterno do Egito


 Prefácio

Viajar é mais do que deslocar-se no espaço — é atravessar fronteiras culturais, mergulhar em histórias e, às vezes, viver situações tão inusitadas que só poderiam acontecer longe de casa. Nesta crônica, compartilho uma aventura vivida às margens do Rio Nilo, onde o passado milenar do Egito se mistura com o inesperado humor de um beduíno fã de futebol brasileiro. Prepare-se para navegar por paisagens deslumbrantes, templos sagrados e uma travessia que terminou com um grito: “Socorôto!”

 A NOSSA AVENTURA:

Estava em Aswan, cidade encantadora ao sul do Cairo, onde o Nilo se divide em dois canais por causa da Ilha Elephantina — uma faixa de terra de 1.500 metros de comprimento que parece flutuar entre o passado e o presente. Visitamos o Museu da Núbia, o Jardim Botânico, o Mausoléu de Agha Khan, o Obelisco Inacabado e o templo de Philae, cada um com sua aura de mistério e beleza.

Nos hospedamos em um hotel construído sobre uma impressionante prateleira de granito, com vista para a ilha. Foi ali que Agatha Christie se inspirou para escrever Morte no Nilo. No terraço, tomamos o tradicional chá das cinco, enquanto observávamos as felucas deslizando suavemente pelo rio, como se dançassem com o vento. O entardecer parecia pintado à mão.

As felucas — embarcações tradicionais de madeira com velas triangulares — ainda são muito usadas por quem busca uma travessia tranquila e silenciosa. No dia seguinte, decidimos cruzar o rio em uma delas, evitando os barcos a motor. Fomos recebidos por um beduíno vestido com túnica, turbante e chinelos típicos. A negociação da travessia foi um espetáculo à parte: gestos, sorrisos e uma tentativa de comunicação que mais parecia um jogo de mímica.

Ao dizer que éramos brasileiros, tentei ilustrar com um chute imaginário, como se estivéssemos em um campo de futebol. O beduíno sorriu, e seguimos viagem. Na volta, ele nos esperava no ancoradouro, empolgado, gritando: “SOCORÔTO! SOCORÔTO!” — e fazendo gestos de chute com entusiasmo.

Com meu inglês de turista e a ajuda de muita intuição, entendi que ele era fã de futebol brasileiro e admirador de Sócrates, o icônico jogador da Seleção. “SOCORÔTO DU BURAZIRO!”, repetia ele, com brilho nos olhos. Ao desembarcar, veio até mim, falou algo em árabe como se fosse um segredo, bateu nas minhas costas e apertou minha mão com força. Um gesto de amizade universal.

 O Gran Finale:

Aquela travessia pelo Nilo foi mais do que uma simples travessia. Foi um encontro improvável entre culturas, uma celebração da paixão pelo futebol e uma lembrança de que, mesmo em terras distantes, o Brasil vive no coração de muitos. E que Sócrates, com sua genialidade, ainda inspira sorrisos — até mesmo nas margens do Nilo.

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quinta-feira, 17 de abril de 2025

EGITO: A CASA DA ALMA


Ao aproximarmos da cidade ainda dentro do avião...

O nome do Egito tem origem na palavra grega Aegyptus, derivada do termo antigo Hik up tah, que significa "a casa da alma". Esse solo milenar continua a seduzir e fascinar gerações, encantadas por sua grandiosa história, suas pirâmides e os lendários faraós, como Ramsés II e Tutancâmon.

A civilização egípcia está entre as mais antigas e duradouras do mundo, com uma trajetória que remonta a mais de 3.000 anos antes de Cristo. Seu legado, imortalizado em monumentos e tradições, continua a desafiar o tempo e a nos surpreender.

O Cairo: A Joia do Oriente

Situada no coração das rotas entre Ásia, África e Europa, a cidade do Cairo é um verdadeiro tesouro do Oriente. Suas famosas pirâmides, rodeadas por minaretes que misturam passado e presente, fazem da região um lugar único, onde a história pulsa a cada esquina.

Ao nos aproximarmos da cidade ainda dentro do avião, avistamos, lá do alto, o magnífico panorama das pirâmides. O impacto visual foi deslumbrante, um espetáculo inenarrável que parecia nos conectar a uma era distante.

Naquela noite, uma experiência mágica nos aguardava: um show de luzes e sons projetado sobre as pirâmides. Imagens e vozes ecoavam no tempo, como se os próprios faraós estivessem ali, guiando-nos por sua gloriosa história.

A Grande Pirâmide e Seus Mistérios

Pela manhã, do hotel Intercontinental Pyramids Park, vislumbramos no horizonte o complexo monumental das pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas para abrigar os corpos dos faraós e garantir-lhes a eternidade.

Após explorar os imponentes monumentos sob o sol escaldante, nosso guia, Sr. Sahid, nos propôs uma jornada ao interior da pirâmide. Adquirimos os bilhetes e aguardamos nossa vez de entrar. A passagem era estreita, um túnel em declive onde só um grupo reduzido poderia avançar. A cada passo, a sensação de mistério aumentava.

Ao descermos, nos deparamos com corredores adornados com hieróglifos, narrando a vida do faraó desde seu nascimento até sua entrada triunfal na câmara mortuária, onde repousava seu sarcófago.

Ali dentro, um beduíno nos recebeu com um olhar enigmático, como se revivesse os dias do sepultamento do faraó. Mesmo sem entender suas palavras, sentíamos o peso da história e a energia daquele espaço ancestral.

Uma Queda Entre Milênios

Enquanto explorava os detalhes entalhados nas rochas, dei alguns passos para trás e, sem perceber, pisei em um espaço vazio. O chão parecia se abrir e me senti sendo puxado para baixo. A queda foi leve, mas meu coração disparou. Seria a maldição do faraó? Teria eu perturbado seu descanso eterno?

O beduíno gritou algo incompreensível. Minha esposa também exclamou um alerta. E, naquele instante, meu pensamento flutuou por milênios. Eu me sentia diante do próprio faraó, como se o reverenciasse e expressasse meu respeito por sua história e por tudo que seu povo construiu.

Após recuperar o equilíbrio, percebi que o ambiente ao meu redor era um testemunho vivo da grandiosidade egípcia. Tesouros saqueados, escrituras preservadas e mistérios ainda por descobrir mostravam a importância de preservar esse legado.

A Eternidade Gravada nas Pedras

A história egípcia resistiu ao tempo e continua a ser estudada por arqueólogos e egiptólogos do mundo inteiro. A descoberta da Pedra de Roseta por Champollion permitiu decifrar os segredos dessa civilização extraordinária.

Mais de cinco mil anos se passaram, mas os obeliscos e monumentos seguem imponentes, desafiando o tempo. O que mais estará oculto sob as areias e montanhas do Egito? Que novos mistérios ainda aguardam para serem revelados?

O Cairo não é apenas um lugar; é um portal para a imortalidade de uma civilização que continua a nos ensinar e fascinar.



quinta-feira, 27 de junho de 2013

O PASSADO E O PRESENTE


 Toninho Vendramini e crianças egípcias
Todo ano, por volta de julho, o rio Nilo rompe o deserto do Egito com uma grande enxurrada. A cheia decorrente de apenas cinco dias de chuva, invade suas margens, depositando um lodo fértil e depois sai aos poucos, deixando uma terra mais produtiva, que soma apenas 13% de solo cultivável, sendo o restante um deserto.

O sedimento depositado rico em nutrientes é o bastante para fertilizar as duas margens do rio ao longo de 900 quilômetros. Aos camponeses, basta esperar a água drenar naturalmente, lançar as sementes e esperar a colheita.

No tempo dos faraós esse rio sempre foi generoso, porem inconstante e entregue à lógica da natureza. Os camponeses estavam condenados a sofrer enchentes devastadoras ou longas temporadas de seca. A enxurrada sempre vinha, mas com que vazão não se sabia.

Para que não houvesse mais essa situação, o governo egípcio teria que construir uma barragem, represando suas águas, para adequar à vazão conforme a necessidade do povo. Assim sendo, foi necessário desenvolver um projeto que dentre outras coisas, seria necessário retirar alguns morros e montanhas.

Em uma das montanhas, estava o templo de Abu Simbel, com as majestosas estátuas do faraó Ramsés II e alguns membros de sua família. A situação tomou ares de grandeza cultural, envolvendo mexer com um local sagrado. O governo recrutou os mais renomados egiptólogos, que mergulharam de cabeça, para resolver dois problemas: um de sobrevivência do povo campesino e outro de cunho religioso e cultural, envolvendo um templo, tombado pelo patrimônio mundial. Depois de muitos estudos, a remoção foi autorizada, e a operação foi considerada a mais sofisticada e técnica da época, sendo o templo cortado em gigantescos pedaços de pedras e granitos e colocadas em outro local, para que não fossem engolidas pelas águas.

Desta forma, o presente respeitou o passado, fazendo com que depois de mais de cinco mil anos, às margens do Nilo, continuassem a pertencer aos camponeses, que logram o seu sustento e a base da alimentação do país.

A represa, a maior obra em solo egípcio desde a construção das pirâmides, domou o Nilo, controlou suas águas e impôs a lógica dos homens às estranhas certezas da natureza.

Em nossa estada pelo Egito, eu e a companheira planejamos essa etapa e foi um dos pontos mais aguardados: a viagem com um trem especial, projetado para os turistas, com o qual percorremos por muitos quilômetros, a margem direita desse fabuloso rio, do Cairo até Aswan, onde está a represa.

Fomos dormir muito tarde, lendo bastante a respeito desse povo e também apreciando as paisagens do entardecer e os aspectos noturnos de algumas paradas técnicas para abastecimento. Nesses momentos, víamos todo o esplendor dessa raça de homens sofridos que respeitam o rio, pois é dali que vem o seu sustento.

Ficamos conversando e imaginando também, como teria sido a retirada do monumento, edificado por ordem de Ramsés II, se na ocasião estivesse presente, o que teria pensado vendo sua estatua ser cortada? Certamente não permitiria. Ele foi incansável e extremamente empreendedor, sua vida foi sempre cercada de altas cifras.

Em seu reinado, durante o século 13 A.C, construiu templos ao longo do Nilo, e pôs sua imagem neles, como nenhum outro, conforme pudemos constatar em um cruzeiro de vários dias pelo rio, partindo de Luxor, e passando pelas cidades de Edfu, Kom-Ombo, e Aswan, que visitamos com muita emoção, pois pudemos presenciar muita história, pois a civilização egípcia está entre as mais antigas e duradouras do mundo.   

Os faraós que o sucederam terminaram por levar o Egito à decadência. Mas sempre se lembraram dele como um exemplo de monarca.



ILHÉUS: ENTRE CACAU E MISTÉRIOS

VOCÊ VAI VER DETALHES DOS BORDEIS DOS CORONÉIS. ´   estátua de Jorge Amado Nossa jornada nos levou a Ilhéus , a cidade que respira caca...

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