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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

ONDE VÔ - UM PRESENTE CHAMADO MEMÓRIA



🌿 Introdução

Há lembranças que não se apagam com o tempo — elas se transformam. O que antes foi tristeza, hoje é ternura.

 O que foi ausência, hoje é presença em forma de saudade serena. Em 2017, nossa família viveu um momento de dor com a partida precoce de Norberto. 
Mas hoje, com o coração mais leve e os olhos voltados para o que ele deixou, escolhemos homenageá-lo com gratidão.

Norberto não foi apenas um primo querido — foi um espírito sensível, um observador da vida, um poeta da simplicidade. E é com essa leveza que revisitamos seu manuscrito, encontrado sobre sua mesa de trabalho, como quem encontra um tesouro escondido no tempo.

 O Manuscrito do Primo Norberto

“ONDE VÔ”
(Encontrado em sua mesa de trabalho)

Os lugar onde vô
Nem eu sei escolher.
Quando o zóio piscô,
Já cheguei, sem querer.

Sem querer, também não!
Eu so vô se eu gosto
E, se lá não for bão,
Curto da maneira que eu posso.

Normalmente, fica afastado
Do que se chama civilização.
Nunca vô apressado,
Presto muita atenção.

Pode sê o mato crescendo,
Ou, então, a cachoeira caindo.
Eu ali, quieto, só vivendo.
E a natureza explodindo.

O Vento batendo depressa
Como com pressa de ir embora;
A verde mata atravessa
E parte para o mundo afora,

Trazendo e levando perfume,
Arrastando as foia do chão.


 Encerramento

Hoje, ao reler essas palavras, não sentimos apenas a ausência — sentimos a presença. A tristeza daquela data se transformou em dádiva: um convite à contemplação, à poesia, à natureza, à vida. 

Norberto segue “vôando” por aí, em cada brisa que toca a pele, em cada folha que dança no chão. 

E nós, sua família, seguimos com ele — mais leves, mais atentos, mais vivos.

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Cartas que nunca foram enviadas

Palavras escritas para quem partiu, para quem ficou, para quem nunca soube.

Cartas que não pedem resposta — apenas repousam no papel.

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 Toninho Vendramini 

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sexta-feira, 18 de julho de 2025

MARROCOS: ENTRE O SONHO E O CAOS
















Um filme que virou viagem

Sempre achei que Casablanca era só um filme bonito, desses que a gente assiste com um café na mão e um suspiro no peito. Mas aí resolvi ir além da tela — e fui parar em Marrocos. O banner que fiz é uma homenagem a esse imaginário cinematográfico, com imagens que encontrei pela internet, mas que capturam bem o clima de mistério e charme que o país evoca. Só que o que vivi lá... foi muito mais intenso.

Uma parada entre continentes

Tudo aconteceu numa parada de um dia durante um cruzeiro transatlântico. Saímos de Gênova, na Itália, com destino ao Brasil, cruzando mares e histórias. Quando o navio atracou em solo marroquino, descemos e embarcamos num ônibus oferecido pelo próprio cruzeiro — rumo a Marrakesh. Foi uma jornada curta, mas intensa. Voltamos tarde da noite, com a alma cheia de imagens e sons, e pernoitamos no navio, que seguiu viagem mar adentro como se nada tivesse acontecido. Mas dentro de mim, tudo havia mudado.

O piano, o bar, e a canção que atravessa o tempo

Em Casablanca, visitei o bar onde a famosa canção As Time Goes By foi tocada pelo pianista no filme. E lá estava ele — o piano original, logo na entrada, como se guardasse segredos de um tempo que não volta. Foi como entrar num cenário congelado pela memória do cinema. A música parecia ainda ecoar nas paredes, e por um instante, me senti parte da história. Não era só turismo — era emoção pura.

 Marrakesh: Onde tudo acontece ao mesmo tempo

Depois, Marrakesh me virou do avesso. A praça principal é um espetáculo sem roteiro: cobras dançando ao som de flautas, macacos vestidos para selfies, vendedores que surgem do nada oferecendo desde pulseiras até promessas de sabedoria ancestral. Tudo é colorido, barulhento, vivo. E tudo tem preço — até o olhar curioso do turista.

Minha esposa, encantada com a cena, tirou uma foto de um adestrador de animais. Foi aí que a loucura começou: o homem veio correndo atrás de nós, exigindo dinheiro pela imagem. Saímos quase em disparada pela praça, rindo e assustados, até reencontrar o grupo do cruzeiro. Marrakesh não é só exótica — é intensa, imprevisível, e cheia de histórias que a gente não planeja viver.

 Entre ficção e realidade

O banner que criei é só um pedaço do que senti. A frase “As Time Goes By” me pareceu perfeita — porque o tempo passa, sim, mas certas experiências ficam. Marrakesh não é só um lugar: é um estado de espírito. Um caos organizado, uma dança entre o antigo e o moderno, entre o turista e o local, entre o que se vê e o que se sente.

 Finalizando com alma

Voltei com a mala cheia de memórias e o coração um pouco mais aberto. Marrocos me ensinou que nem tudo precisa fazer sentido — às vezes, basta sentir. E foi isso que fiz: senti. E agora compartilho, com palavras e imagens, esse pedaço de mundo que me virou do avesso.

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quarta-feira, 9 de abril de 2025

O CASAMENTO DO LOBISOMEM E A MÃE D'AGUA



“Olhar o cotidiano 

é meu ofício; transformá-lo

 em palavra, minha arte.

toninho vendramini

A chama da fogueira dançava no coração da noite, iluminando os rostos atentos dos jovens indígenas ao redor. O velho cacique, com o olhar carregado de sabedoria e mistério, tragou lentamente seu cachimbo e começou:

"Há muitas luas atrás, quando o vale ainda era jovem e os rios cantavam mais alto que os ventos, surgiu uma criatura que confundia os viajantes e protegia as matas. Dizem que sua origem é tão antiga quanto as histórias que conto a vocês agora..."

Na pequena cabana do lenhador, a tarde se fez noite. Pela janela do casebre, via-se o clarão da vela sobre a mesa, iluminando o pedaço de pão endurecido que saciaria a fome daquele homem de músculos vigorosos. Seus golpes com o machado mantinham o fogo aceso para aquecer o ambiente nas noites frias e chuvosas de inverno. Ele morava sozinho. Como o sétimo filho de uma família que deixara o vilarejo, ficou para colher a última safra de milho a mando do pai, prometendo se reunir com os parentes ao término da colheita. Mas os meses se arrastavam, e sua solidão crescia.

Era um homem de modos estranhos, arredio e inquieto nas noites de luar. Contemplava a escuridão com olhares soturnos voltados à montanha que dominava o vale cortado por um riacho. Em uma dessas noites, enquanto aguardava algo inexplicável, acendeu um cigarro de palha. O luar crescendo despertou algo em seu interior. Arrepiado, com sangue fervendo, saiu de seu casebre como um foguete, rumo à montanha. No cume, contemplou o vale e o riacho caudaloso. Foi então que avistou o corpo de uma mulher com um canto hipnotizante às margens da água.

Era a Mãe D’Água, uma criatura de beleza arrebatadora, de olhos verdes e cabelos longos, que se banhava nas águas. Ele já percebia os pelos que cresciam em seus braços. Uivou ao céu e desceu em um trote desenfreado até o riacho. A mãe sabia de seu segredo, mas não estava ali para acalmá-lo. Seus instintos tomaram o controle. Pulou na água sem tirar a roupa — afinal, já estava coberto de pelos — e uniu-se à Mãe D’Água, embalado por sua dança nas ondas e por um desejo monstruoso que saciou sua sede de volúpia.

Quando o sol nasceu, o homem correu para refugiar-se da luz em seu casebre. A Mãe D’Água desapareceu, escondendo-se em uma caverna onde, meses depois, deu à luz a uma criatura única: o Caipora. De pés virados para trás e olhos penetrantes, tornou-se o protetor das matas e da caça. Pequeno e ágil, montado em um porco-do-mato, usava seu riso estridente para aterrorizar os caçadores desrespeitosos. Aqueles que encontravam seus rastros eram enganados por sua habilidade de despistar seguidores, deixando-os perdidos.

Com o tempo, o Caipora tornou-se uma figura lendária. Nos vilarejos, histórias de suas aparições em noites de luar alimentavam o imaginário popular. Os viajantes diziam vê-lo fumando cachimbo e pedindo cachaça, sempre com o propósito de preservar o equilíbrio das matas. Embora temido, era também respeitado como guardião da vida selvagem. O velho cacique, ao redor da fogueira, concluiu:
“Quem respeita a floresta sabe que tem um aliado; mas quem a desafia enfrenta a ira do Caipora.”

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ILHÉUS: ENTRE CACAU E MISTÉRIOS

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