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terça-feira, 12 de agosto de 2025

A BROMÉLIA DO JARDIM


DEPOIS DE MUITO OBSERVAR, ENCONTREI SUA MORADA


Embora não seja a estação das flores, hoje, no jardim, deparei-me com um resplandecente exemplar de bromélia, exibindo uma beleza arrebatadora. Para mim, parecia um milagre, pois essa espécie desafiava o ciclo comum da natureza ao florescer fora de época.

Curioso, fui pesquisar e descobri que a bromélia floresce apenas uma vez na vida. Após esse espetáculo, inicia-se um novo ciclo: a planta, em um gesto de continuidade, gera brotos laterais que tomam seu lugar.

O tempo para atingir a maturidade e florescer varia conforme a espécie e as condições ambientais. A floração segue um padrão sazonal, mas pode ser afetada por fatores como luminosidade e temperatura. Curiosamente, uma brusca mudança no ambiente pode acelerar o processo, levando uma planta adulta a florescer inesperadamente.

Isso acontece porque, ao sentir-se ameaçada, a bromélia ativa seu instinto de preservação e desencadeia a floração, garantindo sementes e brotos para perpetuar sua existência. Algumas espécies produzem inflorescências exuberantes e duradouras, persistindo por meses; outras são breves, encantando por poucos dias.

Apesar de serem vistas por muitos como parasitas, as bromélias apenas se apoiam em outras plantas para captar melhor a luz e a ventilação. Ao me aproximar para examiná-la mais de perto, notei que sua estrutura abriga também outra forma de vida: insetos em uma atividade frenética, retirando pólen de seu interior. Esse movimento incessante sugeria um elo vital com uma colmeia nas proximidades.

Felizmente, não eram marimbondos, conhecidos por sua ferroada dolorosa. Tratava-se de abelhas dóceis, ocupadas em sua missão de coletar alimento para a colmeia. Pequenos seres que, sem agressividade, produziam mel caseiro para sustentar suas crias, abrigadas nos alvéolos.

Os humanos, por sua vez, interferem nesse ciclo. Os apicultores instalam dispositivos artificiais para forçar uma produção maior, comercializando o mel e seus derivados.

Instigado pela descoberta, resolvi procurar a colmeia. Depois de muito observar, encontrei sua morada: um bloco de concreto próximo ao canil.

Que ali permaneçam, livres, dentro dos princípios da natureza. Já adverti meu caseiro, o “bicho-homem”, para que não interfira no processo e permita que os filhotes cresçam sem perturbação.

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terça-feira, 29 de julho de 2025

O SINO QUE DESPERTA A NATUREZA




Há sons que apenas corações atentos escutam. Eles não ecoam apenas nas montanhas — ressoam nas memórias, nas estações, nas transformações silenciosas que moldam a existência. Este conto é uma jornada sensorial por vales e pensamentos, guiada pelo som de um simples sino que guarda segredos de vidas passadas, presentes e futuras.

  emoção e surpresa

Escuto, lá no fundo do vale, um som que serpenteia por entre o silêncio e se eleva sobre o pico verdejante da montanha. A relva, fina e úmida pelo orvalho da manhã, envolve meu corpo cansado — não apenas das trilhas percorridas com os pés, mas das que percorri com a alma, por paisagens que só o pensamento conhece.

O som se aproxima com a lentidão de um segredo. Apoio a cabeça entre as mãos, acolho minhas orelhas e tento decifrar a origem. Ele se torna agudo, quase chamativo, como se a própria montanha quisesse me dizer algo. Entre trilhas sinuosas, surgem criaturas: caprinos, fiéis aos desníveis íngremes que desafiam gravidade e lógica.

Lá estava ele — o líder. Um macho de olhar firme e passo preciso. No pescoço, uma sineta dourada, ecoando sua soberania nas encostas. Suas orelhas pendiam como estandartes, seu cavanhaque balançava com o vento, e seus olhos dirigiam o grupo com autoridade. Qualquer aproximação indesejada era punida com coices e mordidas. Um rei entre penhascos.

Distante, mas presente, vinha o condutor daquele rebanho quase coreografado. Era um garoto — olhos atentos, pés firmes. Ao seu lado, um cão pastor com instinto aguçado. Juntos, guiavam fêmeas em lactação, matéria-prima de um queijo artesanal que perfumava os mercados do vilarejo.

Curioso, perguntei sobre o sino. O garoto, com simplicidade encantadora, respondeu que ele era sua bússola sonora — sua forma de saber onde estava o coração do rebanho. E ali, sob o céu cor de bruma, comecei a refletir: o que representa o som de um sino?

Lembro de sinos dobrando por grandes acontecimentos — pela partida do Papa João Paulo II, pela euforia infantil do recreio escolar, pela explosão de alegria no último dia do ano em minha cidade.

Percebo que os sinos nunca tocam por acaso. Seu som é expressão. E quem o faz soar, carrega a responsabilidade de emocionar, anunciar ou despedir. O badalador da catedral, o servente da escola, o sacerdote da matriz… cada um com seus “toques”, cada um com suas intenções.

Penso nas folhas caindo: não fazem barulho como os sinos, mas talvez deveriam. São despedidas silenciosas da estação. Os pássaros silenciaram, as formigas recolheram-se, e o outono começa sua sinfonia suave.

O que sobra de som, agora? Talvez um sino que toque esperança, que nos convide a deitar na relva molhada e imaginar manhãs quentes, repletas de luz e alegria.

Então, num instante poético, escuto as folhas douradas caindo, varridas pelo vento, abrigando-se no solo fértil. E ali, germina o futuro. Sementes iniciam sua dança invisível rumo à vida. E quando enfim romperem a terra em verdes esplendores, um novo sino badalará — alto, vibrante — celebrando o nascimento de um novo ciclo, de uma nova estação, de uma nova chance para nossa mãe natureza ser reverenciada, e não ferida.

 UM NOVO SINO BADALARÁ

Os sinos continuarão dobrando, para quem sabe escutar. Seja nas montanhas ou nos corações, eles guardam a música do mundo — aquele que sonha, floresce e resiste. Que possamos ser o som que anuncia a cura, não o silêncio que consente a destruição.

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segunda-feira, 14 de julho de 2025

ENTRE FIOS E MEMÓRIAS

Há lembranças que não apenas resistem ao tempo, mas o transcendem — guardadas em cantos esquecidos, costuradas por afetos e reencontradas entre quinquilharias e silêncios. Neste texto, convido você a embarcar numa viagem por memórias que repousam no banco traseiro de um antigo Ford Bigode, sob o cuidado de um embornal que carrega histórias, sons e imagens de uma época que moldou tantas vidas. É uma celebração daquilo que é imutável, mesmo quando o tempo insiste em passar.


Ao assistir a um noticiário televisivo que conclamava o público a prestigiar a inauguração de um museu de carros antigos, minha mente começou a divagar por caminhos ainda não explorados. Entrei numa máquina do tempo, guiado pelas trilhas da memória, entre cenários que misturavam, por acaso, uma obra divina com personagens de ficção e realidade. Pensei no que é eterno — e na inevitável passagem do tempo.

Na antiga garagem da família, onde repousavam itens em desuso, encontrei uma verdadeira relíquia: o imponente e valente Ford Bigode que pertencera ao meu avô Tonella. Ali, entre quinquilharias amontoadas, ele descansava sob um encerado ornamentado por teias de aranha. Retirei a cobertura e, ao observar seu interior com atenção, recordei um dia da infância em que, sob a repreensão dos meus pais, escondi no banco traseiro pequenas relíquias tão características dos meninos daquela época. Perguntei-me, com inquietude, se ainda estariam lá.

Aproximei-me da junção entre o banco de couro e o encosto. Com cautela, enfiei a mão, apalpando o espaço até sentir aquele tesouro guardado — ainda lá, protegido pelo querido embornal.

Explorando seu interior, ouvi o farfalhar dos papéis. Trouxe-os à luz do tempo e, com a alegria de menino, contemplei aquelas preciosidades. No primeiro pacote, amarrado com barbante, havia figurinhas de jogadores de futebol. O destaque era Baltazar, herói corintiano do Campeonato Paulista do IV Centenário, cuja figurinha carimbada era um verdadeiro luxo, raríssima. No segundo pacote, imagens de artistas de cinema: primeiro, Frank Sinatra, o “olhos azuis” da célebre canção My Way. Depois, Marilyn Monroe, a musa encantadora que habitava os sonhos inenarráveis da juventude daquela era.

Enquanto limpava o embornal, lembrei-me com ternura de sua origem: havia sido costurado pelas mãos hábeis de minha mãe, feito de retalhos mágicos, pois ela era uma costureira excepcional.

Foram lembranças de um tempo que não volta mais. E assim, entre fios e memórias, vamos tecendo as cores da nossa vida.

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REFLEXÕES AO SOM DA NATUREZA

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