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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

VENEZA...ESTAÇÕES DA MEMÓRIA E DO AMOR


Naquela noite em Veneza, o vinho e a música se tornaram eternidade



Entre reflexos de água e o soar dos sinos da Praça São Marco, nasceu uma estação da memória que ainda hoje nos embala.


Naquela noite em Veneza, há vinte e cinco anos, o tempo pareceu suspenso.

Entre o reflexo das águas e o soar dos sinos da Praça São Marco, um vinho — cujo nome se perdeu, mas cujo sabor permanece eterno — nos acompanhou como testemunha silenciosa de um amor jovem e vibrante.

Hoje, ao abrir uma garrafa de Villa Antinori Tinto, deixo que as canções italianas preencham o ambiente e devolvam à memória o calor daquele instante.

Veneza não é apenas uma cidade: é uma estação da alma, onde cada acorde de Vivaldi e cada gole de vinho se transformam em eternidade.

Entre reflexos de água e o soar dos sinos da Praça São Marco, nasceu uma estação da memória que ainda hoje nos embala.

"Um vinho esquecido, uma canção eterna, e Veneza gravada para sempre em nossa memória."


A Cidade Eterna dos Canais
Há cidades que não se visitam apenas: vivem-se. Veneza é uma delas.

Recordo com emoção aquele primeiro encontro, há vinte e cinco anos, quando eu e minha esposa desembarcamos na cidade dos canais. O Vêneto nos recebeu com sua aura de eternidade, e cada pedra, cada reflexo nas águas parecia 
guardar segredos de séculos.

Majestosa, erguida sobre um arquipélago no noroeste do Adriático, Veneza reinou como potência mundial, conduzida pelos Doges que ditavam destinos e condenavam vidas na sombria Ponte dos Suspiros. Mas além da história marcada por poder e glória, há a poesia que se respira em cada esquina, em cada gôndola que desliza suavemente ao som dos gondoleiros.

Praça São Marco e o Vinho da Memória
Na Praça São Marco, coração pulsante da cidade, a Basílica se ergue imponente. No alto, os quatro cavalos de bronze parecem cavalgar eternamente entre nuvens, guardando o tempo e as estações.

Foi ali, entre turistas e pombos, que saboreamos um vinho cujo nome se perdeu na memória, mas cujo gosto permanece vivo: suave, levemente adocicado, como se fosse a própria essência de Veneza engarrafada.

Hoje, para reviver esse instante, sugiro um Villa Antinori Tinto, clássico da Toscana, que traz em cada gole a tradição e a elegância da Itália — perfeito para acompanhar canções como O Sole Mio ou Con Te Partirò, e para nos transportar de volta àquele cenário inesquecível.

Monumentos e Encantos
A Ponte de Rialto, com seu arco de pedra, nos conduziu a paisagens delirantes, inspirando pintores e amantes. À noite, a cidade se transformava: cassinos, máscaras, fantasias e orquestras medievais davam vida a um espetáculo que parecia não ter fim.

E como não lembrar de Antonio Vivaldi, filho de Veneza, que eternizou em música o que os olhos contemplam? Suas “Quatro Estações” ecoavam em nossa mente, como se a cidade inteira fosse uma partitura viva.

Meus Poemas das Estações
VERÃO...
Diviso ao longe sobre um vaporetto a bela Rialto
Ponte de pedra em arco
Caminhos de uma época
Rumo à Basílica de São Marco
Paisagem delirante e inebriante
Inspiração de pintores e grandes amores
Por suas águas passam gôndolas
Transportando casais apaixonados
Com suaves suspiros e som contagiante...
Procissão de gondoleiros
Transportando personagens
Máscaras e trajes do glorioso passado
Ao carnaval e ao Festival de Cinema
Histórias contadas da cidade dos Doges...

INVERNO...
Mãos trêmulas no gélido ar.
Sopra forte e cortante o vento europeu.
Recôndito... Esfrego as mãos ao pé da lareira.
Lá fora, cai uma neblina fina.
Parecendo uma garoa sobre o chão nevado...
Olho essa paisagem sobre uma vidraça embranquecida
Na sala atapetada, bate forte o coração.
Ouço o som suave e cadenciado de uma gravação...
É Vivaldi com o tema Inverno das quatro estações.

Vinho e Música – A Terceira Estação
Entre o verão das águas e o inverno das neblinas, há uma estação que não se escreve em partituras: é a estação da memória.
Nela, o sabor de um vinho italiano se mistura ao som das canções da bela Itália, e cada acorde desperta lembranças de um tempo em que o amor era jovem e a vida parecia infinita.
Hoje, ao abrir uma garrafa e deixar que a música preencha o ambiente, sinto que Veneza retorna em cada nota e em cada gole.
Não importa o nome do vinho que bebemos naquela noite na Praça São Marco — o que importa é que o sabor permanece eterno, como o nosso amor, como a própria cidade.

Epílogo
Veneza não foi apenas uma viagem, foi um marco em nossa história.
O vinho esquecido, a música de Vivaldi, os cavalos de bronze e os beijos nas gôndolas — tudo se transformou em poesia.
E como os cavalos que vigiam a Basílica, nossa memória continua trotando pelo tempo, envolta em nuvens, presente em todas as estações do amor.

Este espaço é feito para quem gosta de descobrir. Falo de tudo um pouco: viagens, cultura, ideias que me atravessam. E como não há descoberta sem prazer, sempre encerro com uma receita ou uma dica de vinho — porque boas histórias merecem bons acompanhamentos.            

Antonio Toninho Vendramini Neto
Escritor | Criador de conteúdos culturais
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sábado, 15 de novembro de 2025

A MOÇA DA TARDE NO MERCADO DAS MEMÓRIAS



a moça da tarde
Som e Cores no Antigo Mercado Municipal

No coração de Jundiaí-SP, entre os ecos da história e os acordes da cultura, ergue-se um espaço que já foi palco de encontros comerciais, exposições vitivinícolas e hoje pulsa como centro artístico: o antigo Mercado Municipal, atual Centro das Artes. Mais do que um prédio, ele é testemunha silenciosa da transformação urbana e da alma vibrante da cidade.

 Da feira ao espetáculo
Do antigo ao Moderno
Antigamente, esse espaço abrigou a primeira exposição vitivinícola da região. Com o tempo, tornou-se o novo Mercado Municipal, movimentando a Rua Barão de Jundiaí — uma das principais vias da cidade. Porém, com o crescimento urbano, o local deixou de comportar o fluxo comercial e foi desativado, passando a servir como depósito da Prefeitura.

Somente em março de 1981, o prédio ganhou nova vida com a inauguração do Centro das Artes, abrigando em seu interior a sala de espetáculos Glória Rocha. Em agosto de 2001, acompanhando a evolução dos tempos e o resgate da memória cultural, o espaço foi reinaugurado com jardins revitalizados, bancos acolhedores e galerias de arte que convidam à contemplação.
 
Uma tarde de calor e melodia
Foi em uma dessas tardes preguiçosas e quentes que me sentei em um dos bancos do jardim, observando o vai e vem das pessoas. De repente, uma jovem chegou com um violão a tiracolo. Sentou-se, retirou a capa do instrumento e começou a dedilhar as cordas, afinando o som entre balbucios de “lalilarás”.

Aos poucos, o ambiente se transformou. Pessoas se aproximaram, curiosas. Trabalhadores do entorno pararam para ouvir. E então vieram os acordes completos — uma canção suave e envolvente que se aninhava pelo espaço, ecoando nas armações de ferro do telhado, preservadas como testemunhas da arquitetura original.

Um garçom da lanchonete próxima trouxe um cafezinho à moça, como se fosse um tributo à beleza do momento. Logo, sua voz se somou ao violão, criando uma trilha sonora cadenciada que encantava os presentes.

— Como é o nome dessa canção? — perguntou alguém.
— “Pássaro de Fogo”, respondeu ela. “Ficou conhecida na voz da Paula Fernandes, mas o autor é Silvano Sales.”
 Vozes que ecoam
Reproduzo aqui alguns versos que consegui captar:

Vai delirar de amor.
Sentir o meu calor.
Vai me pertencer.
Sou pássaro de fogo.
Que canta ao seu ouvido.
Vou ganhar esse jogo.
Amando feito um louco.
Quero o teu amor.

A jovem contou que vinha ali em algumas tardes para mostrar seu talento, esperando que alguém se interessasse por seu trabalho. Estava na cidade há poucos meses, após deixar uma banda em São Paulo por um desatino. Em outra canção, cantou: “de olhos abertos e por onde andei” — talvez um reflexo dos caminhos incertos que a vida lhe impôs.

Seu nome? Não foi dito. E ninguém perguntou. Ficou como a moça da tarde que cantarolou músicas em um dos nobres espaços culturais da cidade.
 Memória e orgulho
Ao me retirar, passei por um painel com fotos comemorativas do centenário do Teatro Polytheama, inaugurado em 1911. Um dos maiores orgulhos culturais de Jundiaí, o teatro foi reinaugurado em dezembro de 1996, com modernas instalações e equipamentos de primeira linha, oferecendo som de qualidade e conforto aos artistas e ao público.

O Centro das Artes e o Teatro Polytheama são mais do que espaços físicos — são guardiões da memória, da expressão e da beleza que resiste ao tempo.
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Antonio Toninho Vendramini Neto
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segunda-feira, 27 de outubro de 2025

O CAMINHO ERRANTE DO CAIPIRA PIRAPORA: UMA RECEITA NO FINAL DE MILHO COZIDO

O INÍCIO DE UMA LONGA JORNADA

Bem-vindo ao Vendramini Letras — um espaço onde a palavra é servida com café, pão e saudade. Aqui, cada texto vem depois de um gesto simples: uma receita compartilhada, uma flor plantada, uma lembrança acesa. É um convite à pausa, à escuta e ao sabor da vida como ela é — com afeto, raízes e poesia.

 Sinta-se em casa.


chegou a crônica:

A história da fundação de Bom Jesus de Pirapora remonta a 1725, quando alguns pescadores encontraram no rio Tietê uma imagem do Cristo, hoje disposta no santuário sobre uma pedra à beira do rio. Esse evento singular marcou o início da vila que mais tarde se tornaria a cidade.

"O negrito nas palavras aponta. O clique leva."

De origem missionária, Bom Jesus de Pirapora começou como um vilarejo com forte papel religioso, tornando-se posteriormente destino preferido de romeiros atraídos pela fé e pela tradição. Seu nome, “Pirapora”, vem do tupi-guarani e significa “peixe que pula em águas limpas” — um cenário que, infelizmente, hoje está apenas na memória, já que os peixes desapareceram e as águas límpidas ficaram no passado.

Se quiser apoiar, clique nos anúncios.

 É um gesto pequeno que ecoa longe.

O avanço desordenado trouxe um panorama desolador para quem atravessa a ponte sobre o rio ao se aproximar da cidade. A espuma química das indústrias flutua como icebergs, acompanhada de um cheiro nauseante de esgoto, tornando irreconhecível a beleza que antes encantava.

Mas vamos voltar ao passado! Ah, Pirapora dos tempos de adolescência, das romarias que partiam de lugares remotos, com familiares e amigos, enfrentando a jornada de 40 quilômetros com diferentes formas de locomoção: a pé, de bicicleta ou a cavalo.

Minha primeira romaria foi com primos que moravam na emblemática Rua Zacarias de Góes, reduto das famílias italianas. Optamos pelas bicicletas, o transporte que estava em alta na época. A aventura começou no Largo de Santa Cruz, onde o padre deu sua bênção coletiva aos romeiros. Equipados e animados, a estrada de terra nos aguardava, com um acampamento no famoso "Capão da Onça" programado para o meio da jornada.

Entre subidas e descansos, piadas para animar os menos dispostos, e lanchinhos preparados pelas mamães, a poeira levantada pelos tropeiros nos motivava a competir e ultrapassá-los. Ao cair da noite, chegamos ao Capão da Onça, onde o descanso foi interrompido pela sanfona e viola dos cavaleiros, o cheiro insuportável de bosta de cavalo e a sinfonia de suspiros intestinais dos animais. A noite foi marcada por histórias de medo e cansaço.

No ano seguinte, decidimos repetir a jornada, mas dessa vez montados a cavalo. Nosso plano? "Assustar" o contador de causos do Capão da Onça com um "fantasma". A preparação envolveu gravador com rugidos de onça e Nelsão Maluco, nosso ator principal, vestido de lençol branco. No auge da narrativa, rugidos ecoaram e provocaram pânico, mas um romeiro armado disparou para o mato, ferindo Nelsão, e nossa brincadeira terminou em correria e hospital.

Desde então, nunca mais participamos de romarias. Hoje, ao ouvir a música "Sou caipira Pirapora" de Renato Teixeira, esses momentos vêm à memória com gratidão por nada pior ter acontecido.

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 Às vezes, basta abrir a janela para viver uma história.

"Escrevo para inquietar silêncios. Depois, siga os rastros: os mais lidos abaixo, as palavras à direita." 

 Milho Verde e Memórias de Inverno

Nas tardes frias, há algo de mágico no cheiro de milho cozido. Ele aquece a casa, a alma e a lembrança. 

Lembro de quando minha mãe colocava a panela no fogo e dizia: “Vai demorar, mas vale a pena.” E valia mesmo. Enquanto o milho amolecia, a gente sentava na cozinha, contava causos, ria de coisas simples. Era o tempo da escuta, do silêncio e do sabor.

Hoje, trago essa receita como quem oferece um abraço. 

Receita do dia: Milho Verde Cozido com Manteiga e Sal Grosso

Ingredientes:

         Espigas de milho verde (quantas quiser)

          Água,

      Sal grosso

         Manteiga

Modo de preparo:

        Retire as palhas e limpe bem as espigas.

         Coloque em uma panela com água e sal grosso.

         Cozinhe por cerca de 30 a 40 minutos.

         Sirva quente, com manteiga derretida por cima.

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Antonio Toninho Vendramini Neto
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