PREPARE
O SEU CORAÇÃO
Se você sonha em caminhar por ruas
banhadas de sol, mergulhar na história viva de uma civilização ancestral e
sentir o calor de um povo que vive com intensidade cada momento, embarque
comigo nesta jornada.
Neste relato, compartilho a experiência de
explorar Sevilha e outras cidades fascinantes da Andaluzia, onde tradições
vibram, as emoções correm soltas e o passado e o presente se entrelaçam como
uma dança flamenca. Prepare-se para sentir o coração da Espanha bater mais
forte.
Durante um verão escaldante e apaixonado, eu e
minha esposa desembarcamos na vibrante Sevilha — um lugar onde a história vive,
a cultura pulsa e as emoções caminham lado a lado com os visitantes.
Logo de cara, o povo nos impressiona: parecem
sempre apressados, quase nervosos. Mas bastaram algumas interações para
perceber que, por trás dessa energia intensa, há um povo acolhedor, apaixonado
e orgulhoso de suas raízes. Talvez seja o fogo da herança ancestral — de
guerreiros mouros a conquistadores cristãos — que queima no coração andaluz.
Além de Sevilha, seguimos explorando Mérida,
Córdoba e Granada — verdadeiras joias do sudeste ibérico. Sevilha, com seus
cerca de 700 mil habitantes, não é apenas a quarta maior cidade da Espanha. É
um mosaico de tempos, onde a arquitetura mourisca, os palácios renascentistas e
a fé católica coexistem com impressionante harmonia.
É impossível andar pelas ruas sem sentir o peso —
e a beleza — da história. No ano de 712, o califa Musa cruzou o estreito com um
exército de 18 mil homens e iniciou a conquista moura. Cidades como Carmona,
Medina, Mérida e Sevilha caíram uma a uma. Sob domínio islâmico, Sevilha
floresceu, tornando-se símbolo do esplendor cultural de Al-Andalus. A
reconquista cristã veio em 1248, e mesmo assim, a alma moura permaneceu
impressa nas pedras e no espírito da cidade.
Hoje, ela é viva, quente e cheia de cor. O clima
mediterrâneo mantém uma média anual de 19 °C, mas no verão o termômetro
ultrapassa fácil os 40 °C. Para os turistas, é o paraíso — suas ruas dobram de
gente, de música e de encanto.
E o que dizer das celebrações? A cidade vibra com
o flamenco, dança de alma e expressão profunda, e exalta suas tradições em
festas como a Semana Santa e a Feria de Abril. Esta última é um espetáculo à
parte: multidões em trajes típicos, casetas folclóricas, música, dança e,
claro, touradas.
Visitamos a icônica Plaza de Toros de La Maestranza e o museu que ali se mantém, cuidadosamente montado. É ali que a história das touradas se preserva — tradição complexa, envolvente, polêmica. O espetáculo é intenso: arquibancadas cheias, adrenalina no ar, e sempre, no final, a inevitável estocada. Um ritual de força, técnica e drama.
Entre as relíquias do museu, destaca-se o lendário El Manolete — Manuel Laureano Rodríguez Sánchez — símbolo maior da tauromaquia espanhola. Seu estilo sóbrio e preciso encantava a plateia. Sua técnica “Manoletina” e sua coragem silenciosa se tornaram mitos. Tragicamente, morreu em 1947, ferido por um touro durante uma apresentação em Linares. A comoção foi tamanha que o ditador Francisco Franco decretou três dias de luto nacional.
Confesso: assistir a touradas, mesmo no museu,
desperta sentimentos ambíguos. O touro — símbolo de força e bravura — é
submetido a um espetáculo que encanta e choca. Dentro de mim, torço por ele.
Mas não há como negar: trata-se de uma expressão cultural profunda, que resiste
mesmo em tempos de mudança. Em Barcelona, por exemplo, a antiga arena foi
transformada em shopping center — uma nova era que se anuncia, silenciosamente.
Sevilha, porém, segue flamejante. A cidade não apenas conta sua história — ela a encena, todos os dias, em ruas, praças e olés. Ao final da viagem, ficou a certeza: Sevilha é mais do que um destino turístico. É uma chama que arde com intensidade, paixão e memória.
💯
Espero que, por meio deste relato, você tenha sentido um pouco desse calor espanhol que ainda pulsa em nossas memórias.
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