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quarta-feira, 4 de junho de 2025

O MENINO DA VIDRAÇA

Seu Pensamento vagava...

Mostro aqui, um mini-conto, carregando  um mistério sutil e que dá destaque à visão perturbadora de Mr. Anthony. O título provoca curiosidade e sugere a dualidade entre realidade e ilusão na mente do protagonista.

A sala de estar mergulhava em uma penumbra suave, iluminada apenas por um tímido feixe de luz que se infiltrava pela fresta da janela daquela imensa casa onde Mr. Anthony viveu seus últimos dias.

Era 22 de setembro de 2007. Sobre sua escrivaninha, uma agenda ostentava essa data como um lembrete do tempo que escapava. Seu pensamento vagava pelas paredes da memória, onde o passado se fazia presente em uma espetacular sucessão de nostalgias.

Nervoso, ele tentava ordenar o emaranhado de pensamentos furtivos que o assaltavam—arrependimentos, impulsos reprimidos e decisões nunca tomadas. Sonhos da juventude que a vida, por caminhos incertos, havia lhe arrancado sem piedade.

Mas agora já era tarde. O tempo lhe escapava, e suas ideias inquietantes o consumiam. Pegou a caneta e começou a escrever o que lhe veio à mente: uma relação de suas posses em forma de testamento. O fato de não ter herdeiros o atormentava.

Foi então que um ruído inesperado interrompeu sua concentração—uma pedra estilhaçava a vidraça. Lentamente, ele se levantou e abriu a cortina. Do lado de fora, um menino lhe acenava alegremente. Por um momento, Anthony permaneceu imóvel, observando-o com um olhar aturdido, até que, como num passe de mágica, o garoto desapareceu em meio às frondosas árvores que rodeavam o casarão.

Seria uma visão de sua mente perturbada? O desejo inconsciente de ter um filho para quem pudesse deixar sua herança?

Na mansão, um casal de empregados cuidava dos jardins e das tarefas domésticas, zelando pelo lar que agora se tornava um mausoléu de lembranças.

Anthony voltou para sua escrivaninha e fez sua última anotação às 17 horas. No dia seguinte, foi encontrado sem vida pela esposa do jardineiro, que há tempos se dedicava a atender seus últimos caprichos.

Com as mãos trêmulas, a mulher olhou para a agenda aberta sobre a mesa e viu anotações que não conseguia compreender. Estavam escritas em inglês, em caligrafia quase indecifrável. Apesar disso, uma revelação se destacava: deixava todos os seus pertences para aquele menino que acreditava ser seu filho.

Atônita, a mulher correu para chamar o marido. Ao encontrá-lo, exclamou:

— José, ele morreu! Deixou tudo escrito sobre a mesa!

O jardineiro, que entendia o idioma, leu atentamente o testamento até se deparar com a parte que os deixou perplexos: Anthony deixava seus bens para o filho do casal. Mas como poderia? Eles nunca tiveram filhos.

💢

Acredito que a escrita é uma arte em constante evolução, refinada pelo hábito, pela observação e, principalmente, pelo desejo de transmitir emoções e ideias de forma mais autêntica. O retorno de vocês, leitores, me motiva a buscar sempre o melhor.

Sigamos juntos, entre palavras e páginas, sempre explorando novos horizontes literários. 

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