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sábado, 14 de novembro de 2015

SOCORÔTO

SOCORÔTO



O título desta crônica parece um tanto quanto esquisito à primeira vista, mas, para quem viveu uma aventura engraçada acontecida comigo em uma viagem pelo Egito, não vai estranhar nem um pouco. Estava em Aswan, situada a mais ou menos 950 Km ao sul do Cairo.

Por lá visitamos inúmeras atrações: tais como – Museu de Núbia, Jardim Botânico, Mausoléu de Agha Khan, Obelisco inacabado, templo de Philae e a Ilha “Elephantina”, (que separa o rio Nilo em dois canais opostos a Aswan). Tem cerca de 1500 metros de comprimento e 500 de largura na parte sul.

Conforme informações recolhidas, o nome ficou assim conhecido pelos gregos, provavelmente porque houvesse por lá, um mercado de vendas do marfim africano e, durante a época Greco-romana, começou a perder importância e as atividades foram transferidas para Aswan.

Nossa estadia nessa cidade, foi em um hotel pousado sobre uma quase perfeita e natural prateleira de granito, em frente à Ilha que é um encanto para os olhos, esbanjando categoria, um lugar excepcional, a partir do qual, pudemos embarcar confortavelmente em mais uma aventura egípcia, já que viemos do Cairo de trem, em ótimas acomodações, onde pernoitamos em um carro-leito, para seguir dali alguns dias, em um cruzeiro pelo Rio Nilo.

Este hotel, foi que inspirou Agatha Christie a escrever o seu livro “Morte no Nilo”. Em seu terraço, tomamos o tradicional chá das cinco, que é uma tradição, e contemplamos com satisfação e encantamento o panorama, onde as “felucas” avançavam suavemente pelo Rio, foi um momento magnífico ver aquele entardecer.
Mas O que são felucas? - Na língua árabe significa barco à vela tradicional de madeira usados nas aguas do Nilo. Esse tipo de embarcação consiste em uma ou duas velas em cada mastro. É comum terem capacidade para dez passageiros e sua tripulação são compostas por duas ou três pessoas.
Apesar de terem se tornado obsoletas pelos barcos a motor, ainda são muito usadas como meio de transporte nas cidades à beira do Rio, por proporcionarem entre os turistas, ambientes mais silenciosos e calmos.

Para continuarmos os passeios no dia seguinte, fomos até o ancoradouro e preferimos tomar um barco feluca ao de motor, para atravessar o rio, indo para outra margem onde faríamos alguns passeios.
Fomos recebidos por um beduíno todo aparamentado com turbante, túnica e chinelos comuns ao lugar.
Iniciamos uma conversação para pagar a passagem e o beduíno começou a falar que, pelos gestos, entendi ser uma cortesia do hotel.
Conversa para lá e para cá (não entendíamos nada), falei que era brasileiro. Para melhor ser entendido, fiz gestos com os pés como se fosse um chute de uma partida de futebol.
Não houve espanto porque só havia eu e minha esposa nessa travessia. Descemos e fomos aos passeios. Daí, chegou o momento da volta. Chegamos ao ancoradouro e lá estava aquela “peça”. Já começou a falar alto e fazer movimentos de chute, falando: “SOCORÔTO, SOCORÔTO E SOCORÔTO”.
Arrisquei a entendê-lo melhor com o meu inglês de viagem - ele respondia pior do que eu, dizendo que assistia muito os jogos do Brasil pela televisão.
E veio novamente com as palavras “SOCORÔTO DU BURAZIRO”. Daí entendi que falava do Sócrates, jogador notável que teve passagem meteórica pelo Corinthians, Seleção Brasileira e depois foi jogar na Itália.
Ao descer, veio até ao m eu ouvido e falou aparando as mãos como conchas, como se fosse para ninguém ouvir (tudo em árabe).
Depois, bateu com as mãos em minhas costas e apertamos às mãos como um sinal de amizade, disse mais algumas coisas que até hoje não sei o que foi.


quinta-feira, 27 de junho de 2013

O PASSADO E O PRESENTE


 Toninho Vendramini e crianças egípcias
Todo ano, por volta de julho, o rio Nilo rompe o deserto do Egito com uma grande enxurrada. A cheia decorrente de apenas cinco dias de chuva, invade suas margens, depositando um lodo fértil e depois sai aos poucos, deixando uma terra mais produtiva, que soma apenas 13% de solo cultivável, sendo o restante um deserto.

O sedimento depositado rico em nutrientes é o bastante para fertilizar as duas margens do rio ao longo de 900 quilômetros. Aos camponeses, basta esperar a água drenar naturalmente, lançar as sementes e esperar a colheita.

No tempo dos faraós esse rio sempre foi generoso, porem inconstante e entregue à lógica da natureza. Os camponeses estavam condenados a sofrer enchentes devastadoras ou longas temporadas de seca. A enxurrada sempre vinha, mas com que vazão não se sabia.

Para que não houvesse mais essa situação, o governo egípcio teria que construir uma barragem, represando suas águas, para adequar à vazão conforme a necessidade do povo. Assim sendo, foi necessário desenvolver um projeto que dentre outras coisas, seria necessário retirar alguns morros e montanhas.

Em uma das montanhas, estava o templo de Abu Simbel, com as majestosas estátuas do faraó Ramsés II e alguns membros de sua família. A situação tomou ares de grandeza cultural, envolvendo mexer com um local sagrado. O governo recrutou os mais renomados egiptólogos, que mergulharam de cabeça, para resolver dois problemas: um de sobrevivência do povo campesino e outro de cunho religioso e cultural, envolvendo um templo, tombado pelo patrimônio mundial. Depois de muitos estudos, a remoção foi autorizada, e a operação foi considerada a mais sofisticada e técnica da época, sendo o templo cortado em gigantescos pedaços de pedras e granitos e colocadas em outro local, para que não fossem engolidas pelas águas.

Desta forma, o presente respeitou o passado, fazendo com que depois de mais de cinco mil anos, às margens do Nilo, continuassem a pertencer aos camponeses, que logram o seu sustento e a base da alimentação do país.

A represa, a maior obra em solo egípcio desde a construção das pirâmides, domou o Nilo, controlou suas águas e impôs a lógica dos homens às estranhas certezas da natureza.

Em nossa estada pelo Egito, eu e a companheira planejamos essa etapa e foi um dos pontos mais aguardados: a viagem com um trem especial, projetado para os turistas, com o qual percorremos por muitos quilômetros, a margem direita desse fabuloso rio, do Cairo até Aswan, onde está a represa.

Fomos dormir muito tarde, lendo bastante a respeito desse povo e também apreciando as paisagens do entardecer e os aspectos noturnos de algumas paradas técnicas para abastecimento. Nesses momentos, víamos todo o esplendor dessa raça de homens sofridos que respeitam o rio, pois é dali que vem o seu sustento.

Ficamos conversando e imaginando também, como teria sido a retirada do monumento, edificado por ordem de Ramsés II, se na ocasião estivesse presente, o que teria pensado vendo sua estatua ser cortada? Certamente não permitiria. Ele foi incansável e extremamente empreendedor, sua vida foi sempre cercada de altas cifras.

Em seu reinado, durante o século 13 A.C, construiu templos ao longo do Nilo, e pôs sua imagem neles, como nenhum outro, conforme pudemos constatar em um cruzeiro de vários dias pelo rio, partindo de Luxor, e passando pelas cidades de Edfu, Kom-Ombo, e Aswan, que visitamos com muita emoção, pois pudemos presenciar muita história, pois a civilização egípcia está entre as mais antigas e duradouras do mundo.   

Os faraós que o sucederam terminaram por levar o Egito à decadência. Mas sempre se lembraram dele como um exemplo de monarca.



A CIÊNCIA ADIVINHATÓRIA

Desde os tempos imemoriais, tem o homem procurado antever os efeitos de origem física, biológica e de inúmeras outras, surpreendendo as leis...