OS ENCANTOS DE UMA SALA DE AULA
Desde criança, as palavras sempre exerceram um fascínio sobre mim. Recordo-me dos dias em que me perdia entre livros antigos, imaginando histórias que nunca haviam sido escritas. A literatura se tornou um refúgio, um universo paralelo onde eu podia criar mundos e personagens, dar voz a emoções e transformar experiências em narrativas.
Foi desse encantamento que nasceu meu desejo de escrever. No início, eram apenas anotações dispersas, pensamentos soltos guardados em cadernos que, mais tarde, se tornariam pequenas histórias. O tempo passou, e percebi que a escrita não era apenas um hobby, mas uma parte essencial de quem eu sou.
Esse amor pelas palavras me levou a momentos inesquecíveis, como aquele dia especial em minha jornada como escritor. Dentro de um programa que aproximava alunos de escritores, fui convidado a visitar uma sala de aula para falar sobre meu livro, Vozes no Silêncio da Noite.
Era uma manhã tranquila, e ao entrar naquele ambiente escolar, senti-me tomado por uma energia peculiar—uma mistura de expectativa e nostalgia. Cada rosto jovem ali presente trazia consigo a curiosidade genuína de quem está prestes a descobrir um novo mundo.
Durante a explanação sobre um dos contos, pedi que alguns alunos lessem trechos e interpretassem o significado das palavras, tentando guiá-los na magia por trás da literatura. Em meio à troca de olhares atentos e frases discutidas, um aluno me lançou uma pergunta inesperada:
"Como se tornou um escritor?"
Por um momento, silenciei. Era uma pergunta simples, mas que despertava em mim uma reflexão profunda. Nunca havia parado para pensar na grandiosidade dessa jornada. E ali, diante daquelas jovens mentes ávidas por conhecimento, percebi o quão realizada era minha vocação.
Ser escritor não é apenas colocar palavras no papel. É sentir, reviver, transformar experiências e permitir que outros enxerguem o mundo através de novas perspectivas.
Expliquei que cada autor carrega consigo histórias que se misturam à própria vida. Alguns se inspiram em romances, outros em contos, e, às vezes, apenas nas pequenas coisas do cotidiano. O escritor, no fundo, é um inventor—um artesão de palavras.
A conversa fluiu como um rio tranquilo, e ao final, pude compartilhar um pensamento que carrego comigo até hoje:
Nascemos com o dom de escrever, independente de nossa origem. Podemos ser empresários, moradores de rua, professores ou estudantes—o talento reside na vontade de transformar sentimentos em palavras.
Com esforço, leitura, dedicação e entrega, cada escritor constrói seu próprio universo, dando vida a personagens e narrativas que atravessam barreiras de tempo e espaço.
Ainda me lembro do brilho nos olhos dos alunos ao ouvir isso. Foi um dia marcante, e ao sair da escola, levei comigo mais do que a satisfação de ter falado sobre literatura. Carreguei o prazer de ter despertado, quem sabe, o sonho de futuros escritores.
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Meu Poema
La Perra Gorda
(contém palavras de um tom contemplativo, capturando uma cena singela com sensibilidade)
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Aproximou-se, de forma suave, na varanda.
Veio ao meu encontro com passos lentos.
Cansada, sentou-se ao meu lado.
Seduziu-me com um olhar!
Acompanhei o seu caminhar!
Notei que o seu corpo estava diferente.
Caminhou para sua casinha!
Embaixo da janela da cozinha.
Lá dentro continha...
Três perritos!!!
Negrito, Pedrito e Marquito.
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