O Time dos Imbatíveis
Nosso primo Tecão, um verdadeiro mascate das ruas, vendedor de tudo — até poções para os amores mais ardentes — foi quem armou o confronto. E que confronto! Nosso time estava invicto há mais de 25 jogos. A cidade inteira queria nos ver cair, só para estampar a manchete: “O dia em que os invencíveis tombaram”.
Mas não seria fácil. Como dizia o locutor esportivo Cassiano: “Esse time é diferente. Jogadores de primeira linha. E ainda tem aquele tal de Sardonicus, o sorriso amarelo estampado no peito do Frajola — símbolo do esquadrão”. A torcida delirava com a mística: seria o Frajola o tal Sardonicus?
A Chegada Triunfal
Chegamos em nossa Kombi, pilotada pelo incansável Serjão, nosso protetor e motorista oficial. O elenco estava completo: um goleiro míope, uma defesa que assustava até a própria sombra, e eu — o zagueiro que limpava jogadas com a rispidez de um trator em campo arado.
Mas o terror dos goleiros era ele: Arnaldo, o Abeia. Peladeiro das candongas, artilheiro das mocinhas, ídolo das arquibancadas. Só que naquele dia, Abeia estava ausente. Uma noite de excessos no Bar do Guaru o deixou em apuros intestinais.
🔥 O Retorno do Rei
O jogo começou e logo sofremos um gol. Mas eis que surge Abeia, tênis debaixo do braço, meia em um pé e nada no outro. Entrou correndo, como quem sabe que o destino o esperava. Driblou, enganou, fez que fez — e fez! Golaço! A plateia explodiu. “Pelé que nada! Abeia é o nosso rei!”
Logo depois, um pênalti contra nós. O adversário chutou no canto cego do nosso goleiro Loro. Mas Loro, com a intuição dos deuses, defendeu! Fim do primeiro tempo: Loro e Abeia, a dupla dinâmica, foram carregados nos braços da torcida.
O Estouro da Lenda
No segundo tempo, uma bola estranha veio em minha direção. A câmara de ar escapava dos gomos. Ninguém ousava chutá-la. Eu vim da defesa, meti uma bicuda e... BOOM! A bola explodiu no ar como um rojão e foi parar no telhado de uma casa vizinha. A confusão foi tanta que a polícia apareceu. O jogo foi encerrado ali, no auge da tensão.
Serjão, como um zagueiro das antigas, impediu a entrada de curiosos. Um torcedor adversário tentou forçar passagem — Serjão aplicou um rabo de arraia digno dos tempos do Banharão de Jaú. A área estava limpa.
O Legado Imortal
Na segunda-feira, os programas esportivos só falavam disso. Viramos lenda. E até hoje, quando os remanescentes se reúnem, as histórias ganham vida. O Sardonicus sorri em nossas memórias. O Frajola ainda estampa nossas camisetas imaginárias. E Abeia? Continua sendo o terror dos goleiros — mesmo que só nos nossos corações.
🏅
Quer me apoiar de verdade?
clique nos anúncios — um gesto simples que
impulsiona essa jornada rumo aos 100 MIL!
Falta pouco! Já
ultrapassamos as 96 mil visualizações — veja o número total à direita, vocês
são incríveis!
Às vezes, basta um clique para abrir novas histórias, que ajudam a
manter este espaço vivo.
📌 Acesse meus espaços de cultura e amizade:
🔗 YouTube 🔗 Slides e conteúdos 🔗 Blog Vendramini Letras
Nenhum comentário:
Postar um comentário