Foi nesse cenário que nasceu este poema, inspirado nos retirantes: homens, mulheres e crianças que, mesmo diante da escassez, carregam consigo a dignidade e a esperança.
Assolava fome e tristeza.
Não nascia mais ninguém.
Povo cansado e calejado,
Faltava maternidade,
Faltava parteira também.
Batiam em dura retirada,
Com o amparo do cajado.
Força da mãe natureza,
Num lugar não reluzente.
Sol de luz sempre presente,
Mas sem luz materna acesa.
Sítio ermo e doentio,
Muito pó pelo caminho.
Pedras de duro feitio,
Ventre pesado no ninho.
Visão distante da cidade,
Gemido em conflito ardente.
Garganta periclitante,
Vento uivando de verdade.
E ali, contra o desatino,
Para o desencanto da alma,
E o desespero dos recursos.
Encerramento Poético Dramático
Mas mesmo ali, onde o chão não dá trégua,
Onde o tempo parece esquecer os nomes,
Brota um olhar que desafia o destino.
Retirantes seguem — não por fuga,
Mas por fé no que ainda pode florescer.
São protagonistas de um poema sem fim,
Escrito com poeira, suor e esperança.
Porque o sertão, mesmo seco,
Ainda sonha com chuva.
💫
Depois de
muitos anos atuando nas áreas de Recursos Humanos e Gestão da Qualidade (ISO
9001), inclusive como auditor de certificação, troquei os relatórios por
passagens aéreas e os manuais por mapas. Hoje, escrevo sobre o que vejo, vivo e
sinto — misturando histórias do cotidiano com experiências de viagens que me
levaram dos desertos ao gelo, das vielas escondidas às grandes avenidas do
mundo. Cada texto é uma bagagem aberta, cheia de curiosidades, reflexões e
encontros que merecem ser compartilhados.
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Antonio Vendramini Neto
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