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domingo, 12 de outubro de 2025

OBELISCO INACABADO: UMA VIAGEM ENTRE PEDRASS E SURPRESAS


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O Obelisco Inacabado de Assuã: Uma Pedra Gigante, Uma História Surreal

"Não apenas leia — clique no negrito nas palavras e mergulhe."


O impressionante obelisco inacabado em Assuã — uma obra monumental que revela os segredos da engenharia antiga e rende boas histórias de viagem. 

"Não apenas leia — clique no negrito nas palavras e mergulhe."
Durante nossa viagem ao Egito, minha esposa e eu vivemos uma daquelas experiências que misturam fascínio histórico com situações inesperadas — e, claro, boas risadas. Tudo começou em Assuã, onde nos deparamos com o famoso obelisco inacabado. Imagine uma pedra gigantesca, com quase 43 metros de altura e mais de mil toneladas, largada na pedreira como quem desistiu de ir à academia no meio do treino. Pois é, foi mais ou menos isso.

Segundo nosso guia, o carismático Sr. Sahid — um egípcio simpático e surpreendentemente fluente em português, que aprendeu o idioma durante seus estudos na Universidade do Cairo — esse obelisco foi abandonado por causa de uma falha na rocha. Acredita-se que tenha sido iniciado na época da rainha-faraó Hatshepsut. Sim, uma mulher no poder numa época em que isso era praticamente um escândalo. Para disfarçar, ela se vestia como homem, usava até um cone na barba — o que, convenhamos, deve ter gerado muita confusão nos salões do palácio.
 
O obelisco, apesar de inacabado, revelou muito sobre as técnicas de construção da época. Ao redor dele, foram encontradas bolas de diorito — pedras duríssimas usadas para alisar a superfície do granito. O processo incluía fazer fogo na rocha, jogar água para causar rachaduras e depois vir com as bolas como se fosse uma sessão de spa... só que para pedras. Depois, vinham ferramentas de bronze para aprofundar os cortes e escavar túneis laterais para remover o monólito. 
Um trabalho que exigia força, paciência e, provavelmente, muito café (ou o equivalente egípcio da época). Se tudo desse certo, o obelisco ganharia hieróglifos pintados com pigmentos de ocre vermelho ou carbono preto. 

Esses monumentos eram dedicados ao Deus Sol e tinham uma forma elegante e pontiaguda, como se apontassem para o divino — ou para o próximo raio de sol que iluminaria a glória dos faraós.

 Mas os obeliscos não ficaram só no EgitoQuando o Império Romano dominou a região, o imperador Augusto se encantou com essas obras e decidiu levar algumas para casa — como quem visita o Egito e volta com um souvenir... só que de 40 toneladas. O maior deles, o Lateranense, foi construído na época dos faraós Tutmosis III e IV e hoje está em Roma, na Praça São João de Latrão. Depois de algumas reformas e mudanças de endereço dignas de novela, foi erguido novamente em 1588 por ordem do Papa Sisto V.

Outro obelisco famoso está na Praça de São Pedro. Para colocá-lo lá, foram necessários 150 cavalos e 47 guinchos — e provavelmente muita fé. Ele veio do Egito no tempo do imperador Nero e está lá desde 1585. Tive o privilégio de contemplá-lo ao lado da minha esposa, em um dia de espiritualidade sob a proteção do Papa João Paulo II. Um momento que misturou história, fé e admiração.

E não para por aí. Em 1831, o Vice-Rei do Egito, Méhémet Ali, presenteou a França com dois obeliscos que marcavam a entrada do palácio de Ramsés II. Segundo nosso guia (que já parecia nosso tio egípcio de tanto que conversamos), esse mesmo vice-rei cogitou destruir as pirâmides da quarta dinastia para construir pontes sobre o Nilo. Sim, você leu certo. Ainda bem que alguém o fez mudar de ideia — talvez um engenheiro sensato ou um faraó bravo em espírito.

O primeiro obelisco chegou a Paris em 1823 e foi erguido na Place de La Concorde em 1836, diante de 200 mil pessoas. O rei e a família real, com medo de um desastre, assistiram tudo de longe e só apareceram na varanda quando o monólito ficou de pé — como quem espera o bolo crescer no forno antes de chamar os convidados.

 Reflexão Final:

Hoje, olhando para tudo isso, percebo que os imperadores romanos queriam eternizar seus nomes roubando monumentos alheios — como quem leva o vaso da casa da sogra e diz que foi “herança cultural”. Já o vice-rei egípcio parecia não ter a menor noção do valor histórico do que estava doando — talvez achasse que obelisco era só uma pedra decorativa.

Felizmente, o Egito aprendeu com esses episódios e hoje protege com rigor seu patrimônio. E nós, viajantes curiosos, seguimos colecionando histórias, risadas e reflexões — como essa, que começou com uma pedra gigante abandonada e terminou com uma aula de história, cultura e comédia involuntária.

Porque no fim das contas, viajar é isso: descobrir o mundo, se encantar com o passado e rir do presente — especialmente quando o guia diz que quase derrubaram as pirâmides pra fazer ponte. Aí você percebe que a história da humanidade é mesmo uma mistura de genialidade e maluquice.

 Toninho Vendramini — viajante curioso, contador de histórias e apaixonado por cultura.


 Suspiros de lugares distantes

Crônicas que nasceram de viagens reais .

Cidades que deixaram cheiro, sons e saudade.

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sábado, 11 de outubro de 2025

ESTRANGEIROS FUGINDO DO FRIO EUROPEU





 Dubrovnik: Uma Escala Inesquecível no Adriático




Durante uma travessia transatlântica que partia de Veneza rumo ao Brasil, o navio fez uma parada inesperadamente encantadora: Dubrovnik, a joia da costa croata. Conhecida como “a pérola do Adriático”, essa cidade muralhada nos presenteou com história, beleza e situações tão curiosas quanto divertidas. E foi ali, entre monumentos e mal-entendidos linguísticos, que vivemos uma das experiências mais memoráveis da viagem.

O desembarque começou com um procedimento alfandegário incomum — passaportes em mãos, nos separamos do grupo principal, formado em sua maioria por brasileiros, e partimos para explorar a cidade por conta própria.

Logo nos vimos caminhando por ruas estreitas e avenidas floridas, até chegarmos a uma praça ornamentada com flores e monumentos. Um deles nos chamou atenção: uma homenagem aos heróis locais que perderam suas vidas na guerra de independência da antiga Iugoslávia, em 1991.

Enquanto admirávamos o monumento, um casal de estrangeiros se aproximou. A conversa começou tímida, impulsionada pelas sacolas com a logomarca do navio que carregávamos. Com esforço, eles nos contaram que estavam indo para o Brasil, fugindo do rigoroso inverno europeu. O destino final era uma comunidade em Mato Grosso, onde passariam toda a estação quente antes de retornar à Europa para o verão de lá. Era uma rotina anual, motivada pela idade e pela busca por climas mais amenos.

A conversa seguia entre tropeços linguísticos e boas risadas, até que o senhor tentou nos perguntar o nome das “folhas coloridas” que enfeitavam o monumento. Sem saber como dizer “flores” em português, ele balbuciava:

— Como chama esses... folhas colorridas? Como mesma?

Nesse momento, um grupo de brasileiros que também estava no navio se aproximou e, percebendo a dificuldade do estrangeiro, resolveu fazer uma brincadeira de gosto duvidoso. Um deles cochichou para o outro:

— Vamos tirar um sarro desse gringo...

E em voz alta disse:

— É bosta!

O senhor, sem entender o duplo sentido, agradeceu e compartilhou uma história curiosa: quando sua irmã foi operada, ele quis levar um presente ao hospital. E contou, com seu português improvisado:

— Eu cheguei perto da hostitale e comprou um vaso cheio de bosta, para levar parra meu irmon. Chegando na putarria da hospitale, eu falou para a mocinha de recepçon: “Gosta de bosta? Fica com um, está muito cheirroso.”

A gargalhada foi geral. O estrangeiro, percebendo que algo estava errado, lançou um olhar desconfiado ao brincalhão e quase partiu para o confronto. A tensão se dissipou e cada um seguiu seu caminho, ainda rindo do episódio.

De volta ao porto, enfrentamos outro desafio: o pelotão de fotógrafas italianas que aguardavam os passageiros nas escadarias. Mesmo sem intenção de comprar fotos, éramos alvos constantes de cliques e poses. Já cansados, recusávamos com bom humor, dizendo que todas as fotos dos cruzeiros acabavam iguais.

Uma delas, mais insistente, tentou nos convencer:
— Vieni qui, si otterrà un quadro di questo!
E, esforçando-se no português, pediu:
— Faz um sorrisada per foto!
Com 854 brasileiros a bordo, a fotógrafa não entendia por que todos riam tanto. Mas a espontaneidade do momento era irresistível.


 Gran Finale: Risos, Memórias e Marés

Assim terminou mais uma aventura em terra firme. Entre monumentos, mal-entendidos e boas risadas, Dubrovnik nos presenteou com uma história que jamais esqueceremos. E enquanto caminhávamos pelos corredores do navio, tentando evitar reencontros com os gaiatos, os estrangeiros e as fotógrafas, sabíamos que aquela escala tinha deixado marcas — não só nas fotos, mas na memória.
Porque viajar é isso: colecionar momentos que, mesmo improváveis, se tornam inesquecíveis.

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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

O SALTO DO DENTE TRESLOUCADO

 

COMO TUDO COMEÇOU...

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Nos anos 90, um consultório dentário não era exatamente o lugar dos sonhos. Não existia a sofisticação dos aparelhos modernos ou o conforto da tecnologia de hoje. Tudo era artesanal, uma experiência que, para muitos, parecia mais um campo de batalha do que uma simples consulta. O som do motor com cordas girando ao lado de sua cabeça, a broca feroz perfurando o dente, o cheiro de dentina... era tudo uma montanha-russa de sensações! Mas aquele dia seria diferente, e o consultório, um palco para uma das histórias mais insólitas de todos os tempos.

A Narrativa:

Era uma tarde qualquer, por volta das 17h, e eu estava sentado na sala de espera do consultório, ouvindo a conversa do dentista com outro paciente. “Vai demorar mais um pouco”, disse o dentista, “preciso ajustar um dente de madrepérola para colocar como pivô na raiz do dente anterior.” Naqueles tempos, tudo era feito à mão, sem pressa, e com um método que exigia paciência – de ambas as partes.

Enquanto ele explicava, a porta do consultório estava entreaberta, e eu, curioso, pude ver o processo que ele estava conduzindo. O ambiente estava levemente iluminado pela luz do sol da tarde, e o barulho característico da broca começava a ecoar no ambiente. O dentista então disse: “Não encaixou direito. Vou ter que dar uma esmerilhada com o motorzinho para ajustar.” E logo, o som de um dente sendo desgastado começou a preencher o espaço, uma sinfonia de tensão. Foi quando, sem mais nem menos, o dente escorregou das mãos do dentista e foi lançado para fora da janela! E não parou por aí...

Ele saltou de pedra em pedra na rua de paralelepípedos que ficava abaixo, pulando e ricocheteando, como se tivesse vida própria. O dentista, em pânico, correu atrás dele, gritando como se fosse uma corrida contra o tempo. “Vou pegar o dente! Vou pegar o dente!” ele berrava, enquanto a rua começava a se agitar com os comerciantes, que, curiosos, assistiam à cena absurda.

Aquela rua, uma ladeira íngreme, parecia uma verdadeira pista de obstáculos. À medida que o sol começava a se pôr, a luz enfraquecia e o dente continuava sua jornada, agora iluminado apenas pela luz das lojas. O dentista, desesperado, foi até um comerciante de bugigangas e pegou um farolete emprestado. Mas o tempo estava contra ele, e o dente ainda não aparecia.

Enquanto isso, o cliente estava lá, na cadeira, com a boca aberta, esperando pacientemente… mas nada de dente! O dentista, agora exausto e sem alternativas, informou ao paciente que teria que pedir ao protético para fazer um novo. “Volte na próxima semana, que o novo dente já estará pronto para você.” Mas o prejuízo? Ele não podia arcar com isso!

O Climax:

Então, num golpe de sorte (ou desespero), ele contratou Epaminondas, o treinador de cães adestrados. Um homem com um cachorro tão peculiar que ele respondia ao nome de Kid Louco, um especialista em rastrear até as menores pistas. No dia seguinte, Epaminondas chegou com seu cachorro e iniciou a busca pela ladeira. Durante horas, o cachorro farejou cada centímetro da rua, até que, finalmente, lá estava o glorioso dente, resgatado das pedras e da lama!

Mas, mesmo com a vitória, o dentista sabia que havia perdido muito. Ele pagou os serviços de Epaminondas e então, com um sorriso amarelo, enviou uma mensagem ao paciente: “Pode vir hoje, o dente já está pronto!” Quando o cliente chegou, ele olhou desconfiado para o dente e disse: “Mas já? Não era para ser na semana que vem?” O dentista, sorrindo nervosamente, respondeu: “Agora estamos mais modernos! O protético inventou uma nova máquina e o dente ficou ainda melhor!”

Mas o cliente, desconfiado, começou a notar algo estranho... “Esse dente tem um gosto esquisito”, disse ele. “Parece até o cheiro do meu cachorro!” O dentista tentou disfarçar: “Ah, é o material novo, não se preocupe!” Mas, nos dias seguintes, o cliente começou a ter uma tosse muito peculiar, como se estivesse latindo. Seria uma coincidência? Ou o destino havia realmente marcado aquele dente com um toque de Kid Louco?

Final:

Às vezes, os caminhos que seguimos têm um modo curioso de nos devolver o que semeamos. O dentista, orgulhoso de seu dente recuperado, nunca soube se o cheiro de cachorro desapareceu ou se o cliente, que se tornou uma lenda da clínica, jamais conseguiu se livrar do latido estranho que ecoava em sua garganta. A história do dente que pulou pela ladeira ficou marcada para sempre no consultório, um conto de fracassos e vitórias, de risos e aflições – uma verdadeira corrida contra o tempo, e contra o destino.

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Contos com um toque de magia

Depois de muitos anos atuando nas áreas de Recursos Humanos e Gestão da Qualidade (ISO 9001), inclusive como auditor de certificação, troquei os relatórios por passagens aéreas e os manuais por mapas. Hoje, escrevo sobre o que vejo, vivo e sinto — misturando histórias do cotidiano com experiências de viagens que me levaram dos desertos ao gelo, das vielas escondidas às grandes avenidas do mundo. Cada texto é uma bagagem aberta, cheia de curiosidades, reflexões e encontros que merecem ser compartilhados.

 

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 Toninho Vendramini

Criador de Conteúdo Digital

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sábado, 13 de setembro de 2025

UMA VIAGEM DE EMOÇÕES E MEMÓRIAS

                  

O REENCONTRO 

Viajar é mais do que deslocar-se no espaço — é mergulhar em histórias, reencontrar sentimentos e fortalecer laços. Esta crônica é um tributo à amizade, à cultura e aos momentos inesperados que transformam simples trajetos em lembranças eternas. Do Cairo a Assuã, passando por Jerusalém, cada passo foi marcado por descobertas e reencontros que merecem ser celebrados.

Após a visita ao Museu do Cairo, seguimos rumo à estação ferroviária da cidade para iniciar nossa jornada até Assuã, lar da imponente represa que empresta seu nome à cidade.

Essa obra monumental, considerada a maior construção em solo egípcio desde as pirâmides, domou o Nilo, controlou suas águas e impôs a lógica humana às certezas da natureza. Um feito que impressiona tanto pela engenharia quanto pela ousadia.

Ao chegarmos em Assuã, fomos informados pela recepção que o trajeto até o hotel seria feito por barco, atravessando o majestoso Nilo até a encantadora Ilha Elefantina, onde se encontra o resort que nos acolheu. Lá, tivemos o privilégio de assistir a um casamento típico, uma celebração vibrante da cultura local.

Foi no desembarque que sentimos a ausência de nosso querido amigo Vanderlan — uma figura cativante, cuja habilidade em se comunicar é marca registrada de sua trajetória profissional.

Durante a viagem, ele nos encantou com histórias de sua amada Feira de Santana, cidade nordestina de gente batalhadora e empreendedora. Segundo ele, foi ali que começou a venda de gado, que mais tarde evoluiu para uma feira, consolidando o nome que hoje honra o progresso da Bahia.

Mas, voltando ao episódio de sua ausência, descobrimos que, por um erro da agência e da recepção, Vanderlan não estava incluído na lista de passageiros daquele trem. Seu nome constava no próximo horário — e assim, ele viajou sozinho.

Imagino os pensamentos que o acompanharam durante a noite. A expectativa do reencontro, a saudade da família, o desconforto de não estar em seu lar, em sua cama, em sua rotina. Mas Vanderlan é um homem de espírito leve e comunicação fácil — ainda mais depois de sua visita a Jerusalém, onde, no Monte das Oliveiras, fez orações pela família e agradeceu pela transformação em sua vida. De proprietário de lotérica a corretor de imóveis bem-sucedido, sua trajetória inspira.

Naquela noite, seus pensamentos devem ter transbordado emoções. E, quando finalmente nos reencontramos, tudo se iluminou. O sorriso, o abraço, a alegria — tudo voltou a pulsar com intensidade.

Eu e minha esposa sentimos que a amizade se fortaleceu ainda mais. Com Vanderlan, Márcia, Thaís e Thiago. Com Elvira, Cícero e Davi. Com Ayala, Mila e o pequeno Miguel. A imagem que guardamos de cada um foi enriquecida por essa viagem repleta de cultura, que nos levou do Cairo a Israel, guiados por Osama, que nos presenteou com conhecimentos preciosos.

Essa experiência criou um elo que não queremos desfazer. E, graças à internet, podemos manter viva essa corrente de afeto e memória.

REFLEXÕES DESSA VIAGEM
Que essa conexão continue firme, como o Nilo que atravessamos, como os trilhos que nos conduziram, como os abraços que nos acolheram. De Jundiaí, São Paulo, enviamos um abraço caloroso, cheio de saudade e gratidão.

 O Blog de Toninho Vendramini

Um passeio por memórias, afetos e encantamentos.

Este meu blog não tem capa dura nem páginas numeradas.

Ele vive nas entrelinhas do tempo.

Cada texto é uma fresta — por onde escapa o que ainda pulsa.

Escrevo como quem conversa com o silêncio.

Como quem guarda o mundo em palavras pequenas.

Como quem acredita que lembrar é uma forma de amar.

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sábado, 2 de agosto de 2025

'FELUCAS, CHÁ DAS CINCO E SÓCRATES: UMA TRAVESSIA PELO RIO NILO'

 

Uma crônica divertida e encantadora sobre descobertas, encontros improváveis e o charme eterno do Egito


 Prefácio

Viajar é mais do que deslocar-se no espaço — é atravessar fronteiras culturais, mergulhar em histórias e, às vezes, viver situações tão inusitadas que só poderiam acontecer longe de casa. Nesta crônica, compartilho uma aventura vivida às margens do Rio Nilo, onde o passado milenar do Egito se mistura com o inesperado humor de um beduíno fã de futebol brasileiro. Prepare-se para navegar por paisagens deslumbrantes, templos sagrados e uma travessia que terminou com um grito: “Socorôto!”

 A NOSSA AVENTURA:

Estava em Aswan, cidade encantadora ao sul do Cairo, onde o Nilo se divide em dois canais por causa da Ilha Elephantina — uma faixa de terra de 1.500 metros de comprimento que parece flutuar entre o passado e o presente. Visitamos o Museu da Núbia, o Jardim Botânico, o Mausoléu de Agha Khan, o Obelisco Inacabado e o templo de Philae, cada um com sua aura de mistério e beleza.

Nos hospedamos em um hotel construído sobre uma impressionante prateleira de granito, com vista para a ilha. Foi ali que Agatha Christie se inspirou para escrever Morte no Nilo. No terraço, tomamos o tradicional chá das cinco, enquanto observávamos as felucas deslizando suavemente pelo rio, como se dançassem com o vento. O entardecer parecia pintado à mão.

As felucas — embarcações tradicionais de madeira com velas triangulares — ainda são muito usadas por quem busca uma travessia tranquila e silenciosa. No dia seguinte, decidimos cruzar o rio em uma delas, evitando os barcos a motor. Fomos recebidos por um beduíno vestido com túnica, turbante e chinelos típicos. A negociação da travessia foi um espetáculo à parte: gestos, sorrisos e uma tentativa de comunicação que mais parecia um jogo de mímica.

Ao dizer que éramos brasileiros, tentei ilustrar com um chute imaginário, como se estivéssemos em um campo de futebol. O beduíno sorriu, e seguimos viagem. Na volta, ele nos esperava no ancoradouro, empolgado, gritando: “SOCORÔTO! SOCORÔTO!” — e fazendo gestos de chute com entusiasmo.

Com meu inglês de turista e a ajuda de muita intuição, entendi que ele era fã de futebol brasileiro e admirador de Sócrates, o icônico jogador da Seleção. “SOCORÔTO DU BURAZIRO!”, repetia ele, com brilho nos olhos. Ao desembarcar, veio até mim, falou algo em árabe como se fosse um segredo, bateu nas minhas costas e apertou minha mão com força. Um gesto de amizade universal.

 O Gran Finale:

Aquela travessia pelo Nilo foi mais do que uma simples travessia. Foi um encontro improvável entre culturas, uma celebração da paixão pelo futebol e uma lembrança de que, mesmo em terras distantes, o Brasil vive no coração de muitos. E que Sócrates, com sua genialidade, ainda inspira sorrisos — até mesmo nas margens do Nilo.

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terça-feira, 17 de junho de 2025

O RESGATE DA MEMÓRIA NA PRAÇA DA MATRIZ




JUNDIAÍ EM ÓLEO SOBRE TELA NA ÉPOCA
 DO BRASIL COLONIAL
AUTOR DESCONHECIDO

A tradicional Praça da Matriz, cujo nome oficial homenageia o governador Pedro de Toledo, abriga entre seus prédios uma majestosa e centenária igreja, hoje designada Catedral Diocesana da região. Nesse dia, o espaço irradiava alegria, repleto de visitantes entusiasmados pelo evento que ali acontecia: a 5ª edição do Arte na Praça.

Organizado por um grupo dedicado à valorização cultural, destacando-se as poetisas Valquíria Gesqui Malagoli, Renata Iacovino e Júlia Fernandes Heimann, o evento reunia amantes da arte e da literatura. E, entre os diversos momentos daquele encontro, estavam meus poemas estendidos em um varal literário, fazendo parte da programação Praça Viva, da qual tive a honra de participar.

Um agradável som vinha do palco montado diante da igreja, onde um conjunto musical deslumbrava o público com clássicos do sertanejo. A praça pulsava em criatividade: oficinas abertas permitiam que as pessoas moldassem esculturas em argila, inspiradas na arquitetura da catedral. Ver tanta gente interagindo com a cultura do município despertou em mim um profundo sentimento de pertencimento.

Sentado em um dos bancos, deixei-me levar pelas memórias daquele lugar tão marcante na minha juventude. A igreja sempre foi um ponto de encontro, onde eu assistia às missas dominicais e, logo após, participava da ciranda de jovens que seguia até a entrada do lendário Cine Ypiranga — hoje desaparecido. Ali, assistíamos a animações clássicas, como Tom e Jerry, e grandes produções cinematográficas em sessões concorridas.

Minha mente vagava. Recordei a icônica fonte luminosa no centro da praça, cuja beleza e magia encantavam visitantes. Com o tempo, tornou-se palco de comemorações espontâneas — formaturas, despedidas de soldados e até a celebração do título mundial de futebol de 1958. Entretanto, a euforia nem sempre terminava bem, pois a polícia frequentemente intervinha, conduzindo os mais exaltados ao famoso camburão “13”.

Os discursos dos políticos também marcaram épocas, muitos deles aparecendo apenas em busca de votos, esquecendo-se rapidamente das promessas feitas. E, claro, rememorei um dos momentos mais especiais da minha vida: meu casamento. Subir os degraus da igreja ao lado de minha esposa, Dijanira, foi um instante inesquecível que tornou aquele espaço ainda mais significativo para mim.

Por alguns instantes, fui completamente absorvido pelo passado. Entretanto, despertei quando minha esposa me mostrou meus poemas no varal literário. A emoção foi indescritível: era como receber o elogio de um pai ou professora. Ver um trabalho meu exposto publicamente, integrado a um evento tão belo, reacendeu em mim o amor pela escrita.

O encantamento daquele dia ainda se perpetua. Ao voltar para casa, fui surpreendido por uma notificação no meu notebook: um e-mail da poetisa Valquíria me enviava o certificado de participação no evento. Agora, providencio um quadro para exibi-lo em meu espaço literário, como uma lembrança viva desse momento memorável.

Que iniciativas como o Arte na Praça continuem florescendo, para que a cultura e os talentos da cidade sejam sempre celebrados e preservados.


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ILHÉUS: ENTRE CACAU E MISTÉRIOS

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