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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

DESCUBRA ILHÉUS



Visitamos recentemente, quando o nosso transatlântico atracou na cidade vinda em uma travessia desde a Europa.





Trata-se a meu ver, pelo que ouvimos por lá, a mais antiga capital do cacau no Brasil.

É conhecida, como cenário do romance mais famoso de Jorge Amado, Gabriela, Cravo e Canela.

Se você ainda não ouviu falar do livro, antes de visitá-la, certamente, logo o fará; parece que todos os outros bares, hotéis, ruas e restaurantes tem o nome do romance ou um de seus personagens.


A historia se passa na cidade, na década de 20, período em que era rica devido à exploração do cacau, e ansiava progressos e desvendava a noite litorânea em meio a bares e bordéis.




Foram três os lugares que fizeram parte da historia e nos 

impressionaram:

CASA DA CULTURA




 autor da crônica e a esposa durante a visita

Ali, está o início literário da vida de Jorge Amado: a casa retrata a infância e adolescência. Foi construída em estilo neoclássico no final da década de 20 pelo pai. O palacete ocupa uma grande área, edificada com cinco metros de pé direito, piso de jacarandá e azulejos importados na varanda.

Conforme dados colhidos, em 1997 a estrutura foi restaurada e transformada em Casa da Cultura. Nela estão expostos roupas, fotos, documentos e vídeos sobre o escritor. O museu integra a circuito de Memória da cidade. 

RESTAURANTE VESÚVIO


Aberto desde a década de 1920, ainda é o mais tradicional da cidade. Comida árabe faz parte do cardápio pelo menos uma vez por semana. Em frente a ele, há um banco com uma estatua de Jorge sentado e a frase “Baiano é um estado de espírito” Não há como discordar

BATACLAN



Entrar ali é sentir-se dentro da historia de Gabriela, foi um mergulho no passado recente, onde a fantasia e a realidade confundem-se.

Foi por lá que Maria Machadão consolidou seu nome na historia. Personagem da obra de Jorge, ela foi vivida da televisão primeiro por Eloisa Mafalda, e depois por Ivete Sangalo mais recentemente. Mulher de pulso firme, amiga de coronéis e que conduzia o lugar mais movimentado de Ilhéus, na Bahia, é um personagem icônico da literatura e dramaturgia nacional, e foi inspirada em uma história real. 

O bordel que ficava no centro histórico teve seu auge nos anos 1920 até 1940. Depois, ela sumiu. O Bataclan fechou, o prédio em que estava instalado se deteriorou e toda a historia relacionada ao local ficou restrito à obra de Jorge, que impediu que fosse esquecida.


Subindo uma escadaria nos fundos do local, um contador de historias, sentado ao pé da cama no quarto de Maria Machadão, nos contou; - “Era usada uma passagem secreta pelos ricos fazendeiros: os coronéis subornavam o padre para que ele estendesse a missa por mais tempo e falavam para suas esposas que iam para o Bar Vesúvio tratar de negócios. Porém, na parte de baixo do bar existia uma passagem que saia direto no Bataclan, onde eles se encontravam com as quengas. À hora de voltar para o bar era sinalizada pelo padre, que tocava o sino em alto e bom som."

Em 2004, o prédio tombado como patrimônio histórico, foi reaberto, e hoje funciona o restaurante e espaço cultural. A estrutura passou por reformas, mas mantém características original. Foi um trabalho difícil para os responsáveis pela obra, já que há poucas fotos e são escassos os registros que descreviam o prédio. Se o centro histórico remete quase que totalmente à Gabriela, o interior da cidade lembra outras obras do autor. A areia branca e os coqueiros estão presentes no livro Tieta do Agreste, ambientado no interior da Bahia, que também fez sucesso.
     
INFORMAÇÕES DE OUTROS LOCAIS

As fazendas de cacau na área rural foram responsáveis pelo auge econômico da cidade até os anos 1980, mas também pela absurda desigualdade social e predomínio do poder dos coronéis, que mantinham práticas semelhantes ao período escravagista em suas terras mesmo quase um século depois as abolição da escravatura, estão presentes em outras obras do autor.

Também fazem parte do circuito turístico da cidade hoje, e se reformularam após uma praga que devastou as plantações chamadas de “Vassoura de Bruxa”.

Quer for para lá, não pode perder a oportunidade de visitar e explorar a Praia Pé de Serra, é o novo destino dos amantes da natureza no litoral do sul da Bahia, quase desabitada e intocada, com grande faixa de areia, desfrutando o mar esmeralda.

 Clique aqui e será remetido a outros textos.

Um comentário:

Iracema Raizer disse...

Tive oportunidade de conhecer grande parte do litoral brasileiro inclusive a Bahia.
Esse nosso Brasil, é de una diversidade encantada...incrível! Cada estado parece um País!Somos privilegiados na diversidade... e falamos a mesma língua em linguagem e sotaques diferentes. de SUL à NORTE!

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