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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

ENTRE O CÉU E O SILÊNCIO

 

A  TEMPESTADE


O sol, durante o dia, parecia castigar a terra com sua luz incandescente — uma tensão térmica que pressionava tudo sob uma atmosfera quase cruel. Era como se o planeta estivesse sendo apertado por garras invisíveis, sufocado por uma força que não podíamos controlar.
E nós?

Ah, nós... pequenos, frágeis, limitados em nosso microcosmo. Tínhamos até medo de pensar sobre tudo isso. A vastidão nos intimidava.

Mas então, no momento das preces — quando a natureza se transforma em palco — as cortinas da noite começaram a descer sobre o firmamento, bordadas por nuvens cúmulo disformes que dançavam como atores silenciosos.

Eu observava tudo, sem entender direito a beleza daquele espetáculo. Aos poucos, fui me perdendo... já não havia céu, nem terra. Só uma sensação de dissolução.
Tudo era Unidade. O Absoluto. O Indivisível.

Para quem conseguia se conectar com aquela grandeza, era como se Deus estivesse ali, escrevendo com relâmpagos no pergaminho do céu uma mensagem de fé, força e coragem — mal traduzida pelos roncos dos trovões.

Por trás dos blocos densos de nuvens, os clarões pareciam o faroleiro do Senhor. Sua lanterna tremia de um lado para o outro, revelando uma luz róseo-alaranjada que cortava a escuridão como um chamado à Verdade.

A chuva descia como uma borracha viva, apagando as marcas do medo que o homem havia deixado. O vento, impiedoso, arranhava as árvores como se quisesse limpar das folhas o pó das blasfêmias e dos pensamentos corrosivos.

O corpo tremia. Mas o espírito? O espírito permanecia firme, indiferente ao medo da carne. Sentia-se forte. Indestrutível.
E então... silêncio.

A natureza se acalmou. A noite avançava, e algo leve, quase alegre, brotava em meu coração. Foi nesse instante que me dei conta:
Tudo havia passado.

Mas onde estive esse tempo todo?
Talvez não tenha sido sonho. Talvez não tenha sido delírio. Talvez tenha sido apenas... realidade vista com os olhos da alma.

💥

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 Toninho Vendramini

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sexta-feira, 2 de maio de 2025

A TEMPESTADE

 

O FENÔMENO MAIOR




O Sol, inclemente, abraçara a terra em seu calor abrasador, como se as garras de uma atmosfera intransigente apertassem este mundo em transe. Nós?

Ah, meros viajantes limitados em um microcosmo ínfimo, hesitávamos até em contemplar as engrenagens desse fenômeno maior.

Ao cair da noite, no grande teatro da natureza, as cortinas do firmamento se fechavam. Bordadas pelos cúmulos que se retorciam em formas inquietas, desenhavam a promessa de um espetáculo sem igual.

Eu, expectador inerte, via toda essa orquestra celestial sem ainda compreender a grandiosidade do que estava por vir. E então, como em um devaneio, já não havia eu, não havia céu ou terra—tudo era Unidade! O Absoluto! O indivisível!

Para os que conseguiam se perder na vastidão daquela majestade, ali estava Deus, assinando com relâmpagos sua caligrafia divina no pergaminho do céu. Cada trovão, um eco mal traduzidos de fé, força e coragem. Entre as densas muralhas de nuvens, os clarões pareciam um farol divino, tremulando sua lanterna em um balé de luz róseo-alaranjada, como se indicasse o caminho para a Verdade.

A chuva, como dedos de uma mão gentil, apagava as marcas de medo e desespero que o homem deixara gravadas. Enquanto isso, o vento, severo, acariciava as folhas das árvores, limpando-as da poeira de blasfêmias e pensamentos corrosivos.

O corpo, ah, esse ainda tremia. Mas o espírito? Sereno e altivo, sentia-se invencível, admirando sua própria grandiosidade diante da transitoriedade de tudo.

E, de repente, o silêncio. A calma. A sensação de alegria inesperada em nossos corações. A tempestade se dissipara. À noite, já avançada, parecia cúmplice de minha percepção tardia: tudo passara.

Onde estive durante todo esse tempo?

Seria mesmo realidade?

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