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sábado, 11 de outubro de 2025

EXPLORANDO O EGITO: UMA JORNADA PELA HISTÓRIA E CULTURA MILENAR


O GUARDIÃO DA TUMBA DA FARAÓ

"O negrito nas palavras não está ali por acaso — clique e veja por quê."


O Egito é um país fascinante, repleto de história e paisagens deslumbrantes. Suas terras abrigam monumentos que atravessam milênios e contam a trajetória de civilizações antigas. Viajar pelo Egito não é apenas um passeio turístico, mas uma verdadeira imersão na grandiosidade de um dos berços da humanidade.

"Clique nas palavras em negrito e vá além do texto."

Localizado no Norte da África, é limitado pelo Mar Mediterrâneo ao norte, pela Faixa de Gaza, Israel e o Golfo de Aqaba a leste, pelo Sudão ao sul e pela Líbia a oeste. Sua geografia e riqueza cultural fazem dele um destino único para aventureiros e amantes da história.

Após um dia explorando os imponentes monumentos da região, concluímos nosso tour no Museu Nacional do Cairo, onde contemplamos peças arqueológicas que datam de mais de 3.000 anos antes de Cristo. A experiência foi um verdadeiro banho de cultura, nos transportando para uma época de faraós e civilizações fascinantes.

Nosso próximo destino era Aswan, a cerca de 950 km ao sul do Cairo. Optamos por um trem noturno turístico, acomodando-nos em cabines confortáveis. A jornada foi hipnotizante—pela janela, mesmo durante a noite, podíamos ver o Egito silenciosamente desenrolando sua paisagem, sempre às margens do lendário Rio Nilo.

Ao chegar, seguimos rumo à Ilha Elephantina e nos hospedamos em um complexo hoteleiro magnífico. Nossa estadia foi marcada por conforto e vistas impressionantes. Visitamos a represa alta e o famoso obelisco inacabado, um intrigante testemunho das técnicas de construção egípcia que, devido a uma rachadura, permaneceu no solo, transformando-se em uma atração histórica.

Na cidade, enfrentamos temperaturas extremas de até 43°C, o que tornou qualquer deslocamento a pé um desafio. Optamos por explorar Aswan em uma charrete conduzida pela simpática égua “Mônica”, enquanto o seu dono fazia elogios a ela.

Após alguns dias explorando a cidade e navegando pelo Rio Nilo, visitamos templos extraordinários em Kom Ombo e Edfu, chegando a Luxor, a antiga Tebas, conhecida como a cidade das cem portas. Exploramos o grandioso templo de Karnak, dedicado ao deus Amon-Rá, e seguimos para o Vale dos Reis, onde se encontram as tumbas dos grandes faraós, incluindo a de Tutankhamon.

Uma experiência memorável foi a visita à tumba de Ramsés. Ao entrar no local, as paredes repletas de inscrições milenares pareciam sussurrar histórias de um passado glorioso. O ar era pesado, denso com o mistério de séculos enterrados. Eu, fascinado pelo cenário, mal podia conter a vontade de registrar cada detalhe. Mirava a câmera para tudo quanto era lado quando, de repente, ouvi um grito áspero e cortante.

Um guardião de túnica esvoaçante surgiu das sombras como um espectro, os olhos faiscando com severidade. Com um movimento ágil, tomou minha câmera sem sequer me dar chance de protestar. O que antes era um passeio histórico transformou-se em um impasse inesperado. Ele vociferava em um idioma que eu não compreendia, mas sua expressão e gestos não deixavam margem para dúvidas: eu estava em apuros.

Tentei argumentar, dizendo repetidamente que não havia tirado nenhuma foto. Ele, porém, insistia em uma multa exorbitante, brandindo minha máquina como um troféu conquistado. Enquanto o grupo olhava perplexo, o tempo parecia congelar. O que fazer? Aceitar a injustiça ou arriscar uma reação?

A adrenalina pulsou. Num impulso calculado, estendi a mão e, com destreza, arranquei a câmera de suas garras. O guardião arregalou os olhos, surpreso com a audácia, e por um breve instante, houve silêncio. Então, a torrente de palavras em sua língua voltou ainda mais intensa. Ele gesticulava furiosamente, mas eu já recuava, puxando minha esposa pela mão.

"The Police!" bradei, vendo-o vacilar por um instante. Seus olhos se estreitaram, avaliando a situação, mas não se moveu. Com passos rápidos, escapamos pelo túnel estreito até alcançar a saída, onde nosso guia nos esperava. Ele nos olhou sério e apenas disse: "Melhor vocês saírem rápido. Esse sujeito não gosta de ser desafiado."

Com o coração ainda acelerado, seguimos para a van que nos levaria ao Vale das Rainhas. A câmera estava em minhas mãos, intacta, e com ela, todas as preciosas fotos de nossa jornada. Um episódio tenso, mas que se transformou em uma história memorável—afinal, cada viagem reserva surpresas que jamais poderíamos prever.

😎

Como todo escritor, busco aperfeiçoar cada linha, cada texto, cada narrativa para que a experiência de leitura seja envolvente e marcante. E é essa jornada de aprendizado e aperfeiçoamento que desejo compartilhar com vocês!

 O Pequeno Gesto Que Mantém Grandes Histórias Vivas

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 Toninho Vendramini

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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

O ÚLTIMO PASSO DO AVENTUREIRO


A HISTÓRIA DE UM HOMEM PERDIDO

"O negrito nas palavras aponta.

 O clique leva."

Ao longo da história, o espírito aventureiro tem sido o combustível das jornadas mais desafiadoras, aquelas que levam homens e mulheres a lugares inexplorados, onde os limites do corpo e da mente são postos à prova. Encontros com o desconhecido, com a natureza selvagem, e até com a própria morte, fazem parte do cerne dessas experiências. Um dia, ao assistir a um documentário sobre essas expedições extremas, deparei-me com uma tragédia que me deixou inquieto: um dos participantes de uma caminhada, em um dos lugares mais inóspitos do mundo, morreu no meio da jornada. O local era o Vale da Morte, um deserto cruel onde a aridez da terra e o calor sufocante são os menores dos desafios.

Isso me fez refletir profundamente: o que passa pela mente de alguém que, diante da iminente morte, se vê perdido nesse cenário? Como o espírito humano reage quando confrontado com o fim inevitável? E, mais importante, o que é o medo, senão a reação natural à sensação de que estamos prestes a ser derrotados pela própria existência?

Foi a partir dessa reflexão que decidi imaginar a história de um homem perdido naquele mesmo Vale da Morte, onde cada passo parecia uma luta contra seu próprio corpo e contra a própria vida.

A Narrativa:

A aventura o aguardava.
Não havia como voltar atrás.
O calor do sol parecia derreter o próprio chão sob seus pés, e as pedras afiadas formavam um labirinto de dor, a cada passo, um golpe contra o corpo cansado.
No horizonte, tudo parecia uma miragem: silhuetas distorcidas pela ondulação do calor.
E, na alma, uma névoa de imagens quebradas, como se a realidade se fragmentasse a cada segundo.

Ele avançava, movido por uma força que não sabia mais de onde vinha.
O corpo, já marcado pela exaustão, implorava por descanso. As pernas, pesadas como ferro, não podiam mais sustentar sua jornada. Mas havia uma vontade maior, uma necessidade de chegar, de continuar... Não importava o quanto fosse árduo.
Ele precisava encontrar o fim dessa estrada, ou talvez o fim dele próprio, o fim que já parecia esperado, mas que ele se recusava a aceitar.

A mochila, cada vez mais insuportável, pesava sobre seus ombros, e seu passo vacilava, cada movimento uma tentativa de resistir ao desânimo.
Finalmente, exausto, ele caiu no chão, sobre a areia que o queimava, uma cama inclemente, dura como a própria realidade que o cercava.
Em um último suspiro, olhou para o céu, como se pedisse ao universo, à natureza, um milagre qualquer... mas o que ele não sabia é que a natureza, naquele instante, já havia feito sua escolha.

O vento levantou-se, quase como uma presença, e varreu seus pensamentos, espalhando-os no ar quente. O pó entrou em seus olhos e narinas, fazendo com que tudo ao redor se tornasse um borrão.
A sede, cruel e incessante, martelava sua garganta. Cada gota de suor em seu rosto era uma memória da luta travada, da busca por algo que talvez não existisse.

O arrependimento invadiu sua alma, mas não como uma força negativa. Ele não tinha tempo para arrepender-se; o que ele sentia agora era mais profundo: uma mistura de reconhecimento de sua fragilidade e uma tristeza pela inevitabilidade daquilo.
Naquele momento, o que antes parecia aventura, agora era uma tragédia. A desventura de um homem que desafiou o impossível, mas que não pôde vencer a si mesmo.

Sua visão, já turva pela exaustão e pela angústia, se fechou, e o sonho que o guiara até ali desfez-se como um castelo de areia sendo engolido pela maré.
O chão frio da terra escaldante o acolheu, e ali, no silêncio do deserto, o último suspiro escapou de seus lábios, junto com a última fagulha de esperança. Seu corpo agora inerte era tudo o que restava da grande aventura.

A vida, por fim, o havia deixado. O homem que um dia se atreveu a desafiar o impossível, e que em seu último suspiro reconheceu sua própria limitação, agora era parte do deserto. Seu nome, como todos os nomes de aventureiros, seria levado pelo vento. E a lenda de sua jornada, uma história sem fim, eternizada em cada grão de areia.

Final emocionante:

Enquanto o sol se punha no horizonte, o deserto voltava a seu estado de tranquilidade implacável.

Naquele vazio, onde a solidão é tão grande quanto a morte, o vento continuava a soprar, sem testemunhas, sem julgamentos. Apenas um eco distante, lembrança de um homem que ousou viver sua própria lenda.

💢

A estrada às vezes é silenciosa, mas vocês sempre estiveram por perto.

106 mil acessos depois, sigo contando o que vejo e o que sinto.

Obrigado por caminhar comigo.

Um clique nos anúncios mantém essa jornada viva.

 Toninho Vendramini

Depois de muitos anos atuando nas áreas de Recursos Humanos e Gestão da Qualidade (ISO 9001), inclusive como auditor de certificação, troquei os relatórios por passagens aéreas e os manuais por mapas. Hoje, escrevo sobre o que vejo, vivo e sinto — misturando histórias do cotidiano com experiências de viagens que me levaram dos desertos ao gelo, das vielas escondidas às grandes avenidas do mundo. Cada texto é uma bagagem aberta, cheia de curiosidades, reflexões e encontros que merecem ser compartilhados.

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sábado, 13 de setembro de 2025

UMA VIAGEM DE EMOÇÕES E MEMÓRIAS

                  

O REENCONTRO 

Viajar é mais do que deslocar-se no espaço — é mergulhar em histórias, reencontrar sentimentos e fortalecer laços. Esta crônica é um tributo à amizade, à cultura e aos momentos inesperados que transformam simples trajetos em lembranças eternas. Do Cairo a Assuã, passando por Jerusalém, cada passo foi marcado por descobertas e reencontros que merecem ser celebrados.

Após a visita ao Museu do Cairo, seguimos rumo à estação ferroviária da cidade para iniciar nossa jornada até Assuã, lar da imponente represa que empresta seu nome à cidade.

Essa obra monumental, considerada a maior construção em solo egípcio desde as pirâmides, domou o Nilo, controlou suas águas e impôs a lógica humana às certezas da natureza. Um feito que impressiona tanto pela engenharia quanto pela ousadia.

Ao chegarmos em Assuã, fomos informados pela recepção que o trajeto até o hotel seria feito por barco, atravessando o majestoso Nilo até a encantadora Ilha Elefantina, onde se encontra o resort que nos acolheu. Lá, tivemos o privilégio de assistir a um casamento típico, uma celebração vibrante da cultura local.

Foi no desembarque que sentimos a ausência de nosso querido amigo Vanderlan — uma figura cativante, cuja habilidade em se comunicar é marca registrada de sua trajetória profissional.

Durante a viagem, ele nos encantou com histórias de sua amada Feira de Santana, cidade nordestina de gente batalhadora e empreendedora. Segundo ele, foi ali que começou a venda de gado, que mais tarde evoluiu para uma feira, consolidando o nome que hoje honra o progresso da Bahia.

Mas, voltando ao episódio de sua ausência, descobrimos que, por um erro da agência e da recepção, Vanderlan não estava incluído na lista de passageiros daquele trem. Seu nome constava no próximo horário — e assim, ele viajou sozinho.

Imagino os pensamentos que o acompanharam durante a noite. A expectativa do reencontro, a saudade da família, o desconforto de não estar em seu lar, em sua cama, em sua rotina. Mas Vanderlan é um homem de espírito leve e comunicação fácil — ainda mais depois de sua visita a Jerusalém, onde, no Monte das Oliveiras, fez orações pela família e agradeceu pela transformação em sua vida. De proprietário de lotérica a corretor de imóveis bem-sucedido, sua trajetória inspira.

Naquela noite, seus pensamentos devem ter transbordado emoções. E, quando finalmente nos reencontramos, tudo se iluminou. O sorriso, o abraço, a alegria — tudo voltou a pulsar com intensidade.

Eu e minha esposa sentimos que a amizade se fortaleceu ainda mais. Com Vanderlan, Márcia, Thaís e Thiago. Com Elvira, Cícero e Davi. Com Ayala, Mila e o pequeno Miguel. A imagem que guardamos de cada um foi enriquecida por essa viagem repleta de cultura, que nos levou do Cairo a Israel, guiados por Osama, que nos presenteou com conhecimentos preciosos.

Essa experiência criou um elo que não queremos desfazer. E, graças à internet, podemos manter viva essa corrente de afeto e memória.

REFLEXÕES DESSA VIAGEM
Que essa conexão continue firme, como o Nilo que atravessamos, como os trilhos que nos conduziram, como os abraços que nos acolheram. De Jundiaí, São Paulo, enviamos um abraço caloroso, cheio de saudade e gratidão.

 O Blog de Toninho Vendramini

Um passeio por memórias, afetos e encantamentos.

Este meu blog não tem capa dura nem páginas numeradas.

Ele vive nas entrelinhas do tempo.

Cada texto é uma fresta — por onde escapa o que ainda pulsa.

Escrevo como quem conversa com o silêncio.

Como quem guarda o mundo em palavras pequenas.

Como quem acredita que lembrar é uma forma de amar.

 Já somos mais de 100 mil viajantes por aqui — obrigado por fazer parte.

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segunda-feira, 16 de junho de 2025

A LENDA DO NEGRINHO DO PASTOREIO


SOU GAÚCHO LÁ DOS CONFINS DA FRONTEIRA


As lendas do nosso Brasil são inúmeras e fascinantes, especialmente nas regiões mais afastadas do burburinho das grandes cidades. Vagueiam pelos rincões e pelas matas, onde vivem na voz dos contadores, que com imaginação fértil transportam mentes por céus, terras e mares, perpetuando saberes através da crendice popular.

Em uma viagem de férias ao Sul do Brasil, mais precisamente à charmosa cidade de Gramado, na Serra Gaúcha, vivi uma dessas experiências que parecem saídas de um livro — ou de um sonho. Naquela noite gelada, saímos de um concerto musical e, para aquecer a alma, decidimos tomar um chocolate quente. Fomos orientados por um local a caminhar até a famosa “Rua Coberta”.

Seguimos a pé. Logo percebemos a estrutura característica: telhas em arco formando uma cobertura sob a qual turistas se aconchegam em bistrôs e bares, embalados por apresentações culturais. Um grupo de jovens, trajando os trajes típicos da região, animava o ambiente com canções folclóricas. Ao lado, uma fogueira ardia lentamente, cercada por espetos com carnes suculentas — aroma inconfundível da paixão gaúcha pelo churrasco e pelo chimarrão.

Em um momento especial, o cantor — alegre e altivo, com botas altas e um cajado que mais parecia um bastão mágico — executou um sapateado vibrante sobre o tablado de madeira. Aplausos ressoaram. Depois, com sotaque carregado de chão e história, anunciou a próxima canção: “O Negrinho do Pastoreio”, uma lenda do sul que, segundo ele, jamais deveria ser esquecida.

A plateia, encantada, pediu que ele contasse mais. Com um brilho nos olhos, ele começou:

“Sou gaúcho lá dos confins da fronteira, terra de bugre bravo e de lenda forte…”

E contou. Contou que no tempo da escravidão, um senhor poderoso possuía uma tropa de cavalos que era seu orgulho e sustento. Seu filho — mimado, preguiçoso e cruel — não herdara o gosto pelo trabalho, mas herdara o capricho de judiar do mais fraco. E foi assim que o Negrinho do Pastoreio, esperto menino cativo, recebeu a ingrata tarefa de cuidar da tropa, liderada por um belo cavalo baio.

Certa vez, o filho do fazendeiro espantou os animais de propósito. O menino não conseguiu recuperá-los. Acusado e injustamente punido, foi levado às coxilhas à noite e, ao não reencontrar a tropa, foi brutalmente chicoteado e deixado nu sobre um formigueiro.

Três dias depois, o fazendeiro retornou e, para seu assombro, encontrou o menino ileso ao lado dos cavalos, protegido por Nossa Senhora. Nascia ali a lenda do Negrinho do Pastoreio — guardião dos animais e das coisas perdidas.

Naquele instante, a rua escureceu. As luzes apagaram-se. Levei a mão ao bolso e percebi a falta da minha carteira. Pedi uma vela ao garçom e a acendi, como manda a tradição. Senti então algo sob meu pé: a carteira! Teria sido milagre? Coincidência?

Foi quando um tropel de cavalo ecoou pela rua. Vimos surgir da escuridão o Negrinho montado em seu cavalo baio. As ferraduras faiscavam no asfalto. Ele parou diante de mim e disse:

“Pois é, senhor... encontrou sua carteira, né? Ouvi seu pedido. Vim mostrar minha força — para que continuem acreditando na lenda.”

“Obrigado”, respondi. “Mas... quem é você?”

“Faço parte do grupo de teatro que se apresentou na peça que vocês assistiram.”

E, montado em seu baio encantado, galopou rua afora, saudando os presentes e deixando para trás um rastro de emoção.

O churrasco foi servido. Peguei minha carteira — que estava no bolso, pronta para pagar a conta. Foi então que acordei.

Estava no hotel. Ao meu lado, sobre o criado-mudo, repousava um prospecto turístico: naquela noite, haveria uma peça teatral sobre lendas gaúchas, com passeio à Rua Coberta e chocolate quente.

Nossa cultura é feita desses mistérios. Os nomes variam, os sotaques mudam, mas as histórias sobrevivem, encantam e ensinam. São um tesouro que deve ser cultivado nas escolas, passado adiante — de geração em geração — para que não se percam no tempo.

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quinta-feira, 10 de abril de 2025

UMA MANHÃ INUSITADA ENTRE PÁSSAROS E GUARIBAS





UM LUGAR CHAMADO PAI JACÓ

Em uma manhã de sábado, acordei com o tradicional gorjeio dos pássaros saltitando nas árvores próximas ao meu quarto. Abri a porta-balcão e, respirando profundamente o frescor do dia, fiz uma saudação de louvor por estar à frente de mais um capítulo da vida.

Deixei-me levar por pensamentos, refletindo que cada dia é uma dádiva única e deveria ser bem aproveitado. Quem sabe em outra ocasião não teria a mesma chance? Com horas livres à frente, decidi caminhar pelas áreas verdes do meu condomínio.

Enquanto me preparava, um som estridente vindo de uma pequena mata no final da rua despertou minha curiosidade. O som desafiava meu instinto explorador e, sem programar muito, resolvi investigar. Ao chegar, olhei para o alto das árvores, procurando por pássaros raros ou pequenos animais silvestres.

De repente, aquele som, tão peculiar, soou novamente. Meu coração acelerou, e comecei a buscar de um lado para o outro. Meus olhos rodopiavam, minha curiosidade era quase palpável. Cada movimento das árvores parecia esconder um segredo, e o sol, em pequenos clarões entre as folhagens, me cegava momentaneamente.

Foi então que, de forma súbita, senti algo explodir sobre minha cabeça. Uma dor forte me atingiu. Era um caroço de uma fruta desconhecida. Olhei novamente para cima, e lá estava ele: um pequeno animal dependurado em um grande galho seco. Seus movimentos ágeis o tornavam quase invisível, mas sua presença era inegável.

Percebi que ele saboreava uma fruta com tamanho deleite que quase me fez querer provar também. Após devorá-la, o malandro lançou outro caroço, que por pouco não me atingiu novamente. "Ô, seu mal-educado!", gritei. E ao lado dele, lá estava um companheiro, tão debochado quanto. Os dois pareciam rir de minha indignação com uma "cantoria" que ecoava pela mata.

Não satisfeitos, ainda soltaram um esguicho em minha direção, trazido pelo vento. Antes que me atingisse, pulei para trás, mas acabei tropeçando e caindo sentado sobre a guia da rua. Levantei-me, indignado. Quando olhei para o alto, os dois haviam desaparecido. Foram rápidos, deixando-me apenas com a memória da aventura.

Em casa, consultei a enciclopédia e descobri que se tratavam de guaribas, uma espécie de primatas notórios por seus sons estridentes. Curioso, mas agora mais precavido, decidi: da próxima vez que ouvir tais sons, "recomendo" aos vizinhos investigarem. Quem sabe, terão a mesma sorte que eu de cruzar o caminho



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