Os homens que têm em
seu íntimo o espírito aventureiro sempre embarcaram em viagens pelo mundo afora,
percorrendo caminhos tortuosos, buscando situações perigosas, com emoções, às
vezes, fatídicas.
Em uma ocasião, assistindo
a um programa em um canal televisivo sobre aventuras desse naipe, tomei
conhecimento de uma caminhada que terminou em tragédia, com um dos
participantes morrendo no meio da jornada.
Muito se tem falado sobre
o Vale da Morte, local de caminhos estreitos, onde não há animais e pouquíssima
vegetação. É nesse ambiente que pessoas de espíritos indômitos acabam morrendo,
tentando uma travessia.
Indignado com a
situação, imaginei o desenrolar do pensamento daquela pessoa enquanto caminhava
por aquela trágica trilha desértica... Naqueles momentos de agonia, quando seu
fim lhe parece iminente, sua mente despertará os sentimentos de sua alma? Terá
se recolhido em estado de alerta? Sentirá medo? Pois o medo é a reação negativa
ao ter que enfrentar alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto
física como psicologicamente, levando a pessoa ao pavor, que é a ênfase do
medo, provocando a descarga de adrenalina, aceleração cardíaca e tremor.
E senti-me inspirado a
fazer...
“O RETRATO DE UM CAMINHO”
A aventura estava a sua espera.
Não importava o calor e as pedras no caminho.
Na estrada, silhuetas foscas.
Na alma, imagens distorcidas...
Ele é incansável na mente.
O corpo fatigado pedia descanso,
As pernas já não aguentavam.
Ansiedade para chegar...
Num canto, em algum lugar!
Mochila pesada no passo dobrado.
Estava trôpego e com falta de fôlego...
Deitou no chão, na areia escaldante.
Pediu aos céus ajuda e um milagre!
Veio o vento e varreu seus pensamentos.
O pó entupiu-lhe os olhos e o nariz.
A sede martelou sua garganta...
O arrependimento misturou-se com a aventura.
Naquele pobre local, uma desventura...
Sua vista embaraçou.
O sonho acabou.
No chão o corpo inerte...
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