Gênova – Itália
Durante uma de nossas viagens de retorno ao Brasil, saindo da encantadora cidade de Gênova, na Itália, tivemos uma experiência memorável. Nossa aventura começou nas férias que planejamos meticulosamente para explorar as encantadoras vilas de Cinque Terre e outras cidades próximas. Hospedados em um hotel próximo à estação ferroviária, aproveitamos cada dia para conhecer a região enquanto aguardávamos o momento do embarque no navio que nos levaria de volta ao Brasil.
Nos acomodamos em uma cabine confortável com varanda, que nos presenteava com uma vista deslumbrante para o mar. O navio, uma embarcação italiana impecável, era verdadeiramente impressionante em todos os aspectos.
A bordo estavam cerca de 3.500 pessoas, com uma tripulação vasta e eficiente que zelava pelo funcionamento perfeito da embarcação. Entre os passageiros, havia muitos brasileiros: alguns retornando após as férias e outros que haviam desistido de viver na Itália. Em conversas casuais, ouvimos relatos dessas pessoas sobre suas jornadas, porém preferimos não nos aprofundar nesses detalhes.
Pelos corredores e áreas comuns, o português predominava, com poucos estrangeiros que, por sua vez, estavam indo ao Brasil de férias. Era curioso ouvir o esforço de comunicação entre os passageiros – muitos tentando frases em inglês, espanhol ou até italiano, em um tom descontraído e bem-humorado. Nos elevadores, alguns nos cumprimentavam em inglês, dizendo “Good morning”, ao que respondíamos da mesma forma, divertidos com a situação. Esse hábito virou uma brincadeira que se espalhou pelos passageiros brasileiros.
A tripulação era dedicada e multilíngue, facilitando a comunicação a bordo, que acontecia em cinco idiomas. Esse contexto incentivava os passageiros a experimentarem diálogos em diferentes línguas, criando um clima leve e descontraído – uma verdadeira “salada linguística” que arrancava risos.
Entre os momentos mais engraçados, um episódio nos marcou. Certa manhã, minha esposa saiu da cabine para entregar frutas ao nosso camareiro, um gentil e atencioso indonésio com quem nos comunicávamos em inglês. Ela, no entanto, esqueceu o cartão magnético da cabine, que é essencial para abrir a porta. Do lado de fora, tentou falar em espanhol: “Abre la puerta, es servicio de habitaciones.” Enquanto eu tomava banho, imaginei que fosse alguém da tripulação e respondia de forma automática, “Sí, sí.” A demora aumentou, e quando finalmente saí do chuveiro, percebi pela voz que era minha esposa. Ao abrir a porta, demos boas risadas – foi um momento inesperado que se tornou mais um detalhe divertido na nossa viagem.
Assim, entre pequenos incidentes e boas risadas, concluímos a travessia de 21 dias até nosso destino no Porto de Santos, Brasil. Cada momento foi especial, e essa experiência ficará marcada como uma das mais singulares em nossas vidas.
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