O
nome do país Egito vem de uma palavra grega Aegyptus, que foi tomada do termo antigo
“Hik up tah”, a casa da alma.
A
cada ano, nova geração de pessoas tem um grande interesse sobre a história
desse país. A maioria já ouviu falar das pirâmides e dos faraós, tais como Ramsés
II e Tut Ankh-Amun. A civilização está entre as mais antigas e duradouras do
mundo, com uma história de mais de 3000 anos antes de Cristo.
A
Cidade do Cairo, onde estão situadas as pirâmides mais famosas, é considerada a
joia do oriente, cercada por muitos minaretes, que misturam o moderno com o
antigo. Está no centro de todas as rotas
que levam aos três continentes, Ásia, África e Europa. É uma viagem na história
de uma civilização imortal.
A
pirâmide do meio, do faraó Quefren, ainda guarda vestígios de sua cobertura
original em seu cume; foi erguida com braços escravos. Sua construção ocorreu
durante o seu reinado com a finalidade de, após a sua morte, abrigar o seu
corpo. A crença era de que, do topo da pirâmide, sua alma se elevaria ao céu,
por onde passaria pelo julgamento dos deuses para receber a vida eterna,
reinando para sempre em outra galáxia.
Na
frente da magnífica construção, está a esfinge com o corpo de um leão e a
cabeça do faraó Ramsés II. É um monumento majestoso e imponente, sentinela e
guardiã de outros tempos e crenças, mas olhando para um passado distante que
não mais existe, como se ainda estivesse zelando pela antiga tradição religiosa
dos sacerdotes e venerada pelos faraós-imperadores, reverenciando e observando a
antiga capital Tebas, a cidade das cem portas!
Quando
nos aproximávamos da cidade, ainda dentro do avião, pudemos contemplar lá de cima,
o magnífico panaroma das pirâmides. Foi deslumbrante, estonteante, uma emoção
inenarrável.
À
noite tínhamos a programação para assistirmos a um show, composto de luzes através
de raios luminosos, sons e vozes projetadas sobre as pirâmides.
Foi
algo impressionante. A emoção tomou conta de nossos semblantes, um espetáculo
digno dos deuses. Parecia que os faraós estavam presentes, entendíamos tudo, como
se fosse algo do passado, acontecendo perto de nós.
Depois
de visitarmos vários monumentos, andando a pé pelas escaldantes areias, acabei
ficando sem o solado da sandália, que grudou nas pedras que cobria o acesso a
tal pirâmide. O sol estava abrasador, despejando sobre nossas cabeças, (felizmente
cobertas por chapéus), uma temperatura de mais 40 graus.
Após
um breve descanso, o nosso guia, Sr. Sahid, uma figura... sugeriu que
entrássemos no interior daquele soberbo monumento, erigido em pedras de várias
toneladas, que não cansávamos de admirar, era como se fosse um clima de mistérios,
envoltos em lendas, presentes naquele momento, pelas palavras do guia.
Entre
tantas conversas, nos falou que foi o guia de uma pessoa muito importante e conhecida
no Brasil, o Sr. Abravanel (Silvio Santos), que esteve recentemente visitando o
local.
Adquirimos
os bilhetes e rumamos para a entrada onde nos esperava um beduíno que falava muito
alto, como se estivessemos entendo a língua árabe.
Após
algum entendimento, conseguimos saber que somente um grupo de cinco pessoas
poderia ingressar desde que o anterior voltasse.
Esperamos
pacientemente sob aquele sol... Quando apareceu a primeira pessoa, percebemos
que a expressão era de alivio. Perguntei o que tinha de interessante lá dentro.
Como eram todos estrangeiros, o idioma não foi entendido, mas se percebiam nos
rostos, várias caras e bocas. O que será que viram lá embaixo? Sim, porque a
entrada era por um túnel que penetrava em acentuado declive, através de uma
escada de madeira contendo “placas de escoras feito um breque para não cair”. A
passagem era estreita e o caminhar tinha que ser bastante abaixado. Haja coluna!!!
Fomos
descendo, descendo, descendo, até que encontramos alguns corredores. Todos
decorados com figuras mitológicas e paisagens, contando em forma de hieróglifos:
a vida do faraó, desde o seu nascimento até o dia de sua entrada (após a sua
morte terrena), de forma triunfal e retumbante, seguida de seu séquito em vida,
em direção à câmara mortuária que continha o seu sarcófago.
Uma
sala a antecedia e nela estava um beduíno todo aparamentado e que alegremente
nos recebia para dar informações sob aquele mundo subterrâneo cheio de lendas e
mistérios.
Seus
olhos brilhavam estranhamente; constatei evidências em seu rosto, de um homem
que vivia aquele momento, como se estivesse presente no dia do sepultamento do
faraó.
Embora
não entendêssemos uma palavra sequer, sabíamos do que falava, principalmente
depois de termos assistido na noite anterior ao show de luzes, projetada sob a
mesma pirâmide onde agora, nos encontrávamos em seu interior.
Conforme
nos ia explicando, mostrava os locais, corredores, câmaras, santuários e deuses
desenhados e entalhados nas rochas vivas para cada crença e foi assim até o
ritual do embalsamamento do corpo e a colocação no sarcófago, descrito pelos
escribas do faraó, através das mãos dos artesões da época.
Conforme
o beduíno falava, minha mente viajava... Buscando viver aquele momento... As
pessoas ali dentro, preparando o ritual até o lacramento da última pedra de
mármore que estava ali sob meus olhos... Dei alguns passos para trás para
observar melhor, olhei para o teto todo decorado com aquelas figuras e as
inscrições. O éco das vozes ricocheteando nas rochas milenares levava o pensamento
a buscar o último ato de tudo o que se passava ali dentro, até que ouvi um
grito do beduíno, como se fosse de atenção ou cuidado!!!
Não
deu outra: atrás de mim havia um quadrado sob o piso vazio e de uma
profundidade de uns trinta centímetros o suficiente para desequilibrar-me e
sentir o corpo se elevando para o solo. A queda foi leve, serena, porque o
pensamento estava inebriado de emoções, cheio de devaneios sublimes de um tempo
que não volta mais.
Conforme
eu caia, minha mente pensava no que estava acontecendo. Seria a maldição do
faraó? Por sentir mais uma vez a sua tumba profanada por aquelas pessoas que lá
se encontravam? Achei que fosse uma armadilha e aquela pedra sob os meus pés
iria afundar; jogando o meu corpo para baixo.
Nessa
fração de segundo ouvi a companheira falar: - Cuidado! O beduíno esbravejava palavras
incompreensíveis o som que saia de sua boca certamente, era de repreensão. O
que seria aquele ”quadrado?”. Até agora eu não sei. Mas, naquele instante, senti o corpo mole e o
pensamento elevado ao céu, e com o coração disparado, “senti que conversei com
o faraó”. Lá no meu íntimo, “lhe disse que estávamos ali para reverenciar o seu
passado de glórias, seus feitos e sua devoção para com o seu povo de uma magnífica
história”, que atravessa milênios e que toda a humanidade respeita e ainda estuda.
Arqueólogos
do mundo inteiro estão lá observando e aprendendo, são os chamados “egiptólogos”
que avançam em estudos sobre a antiga civilização desse povo maravilhoso, que
só foi possível, após a descoberta da Pedra de Roseta, decifrada pelo francês
Champollion, foi uma herança deixada através da escrita.
Já
se passaram mais de cinco mil anos e a história ainda está presente, através da
escrita inserida nas pedras de seus obeliscos e monumentos, que vão resistindo à
ação do tempo. Tomara que o governo desse povo tenha o cuidado de preservar e
incentivar os arqueólogos a buscarem novas descobertas que certamente, ainda estão
sob aquele solo e montanhas.
Um comentário:
Parabéns pelo texto rico em detalhes. Forte abraço!
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