Quem sou eu

sexta-feira, 23 de maio de 2025

O PODER DO LEGADO MUSICAL - MIO BABBINO CARO


A  Arte  que  Inspira

A música tem um poder singular: transcender o tempo e tocar a alma. Algumas obras carregam uma identidade tão marcante que se tornam eternas, reconhecíveis em qualquer cenário, evocando emoções profundas e memórias vivas.

Este banner representa mais do que uma simples homenagem — é um tributo à grandiosidade de uma composição que, mesmo com o passar dos anos, continua a cativar corações e mentes. Uma obra inequívoca, que não apenas ressoa nos ouvidos, mas vibra na essência de quem a aprecia.

Ao criar este espaço visual, busquei capturar a magia do instante e traduzir em palavras e imagens a inspiração que essa música me trouxe. Que esta arte sirva para compartilhar o encanto e reafirmar o impacto inconfundível dessa peça no universo sonoro.



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QUE PONTARIA HEIN? - O DESAFIO DE UMA GRANDE JORNADA





ALGUMAS REMINISCÊNCIAS DE NOSSA VIDA PROFISSIONAL EM ARAÇATUBA-SP

Ao longo de nossa trajetória profissional, passamos por momentos que marcaram profundamente nossa experiência na implantação da filial da empresa de Conservas Alimentícias em Araçatuba, SP. A viagem até lá já foi um prenúncio das histórias que iríamos colecionar.


Partimos da capital por volta das 22:00 horas em um ônibus leito, seguindo as normas da empresa, que não priorizava deslocamentos aéreos na época. O grupo era formado por nós, Oscar, Jorginho Carvoeiro—também conhecido como Jorginho Carioca—e outros colegas, cada um com sua peculiaridade que tornava a jornada ainda mais memorável. Oscar, sempre meticuloso, carregava anotações sobre o projeto como se fossem um tesouro. Jorginho, com seu bom humor peculiar, era o responsável por manter o ânimo alto mesmo nos momentos mais tensos. E nós, entre risos e desafios, formávamos um time de profissionais dedicados a fazer a nova filial prosperar.


Em uma parada técnica em Bauru, aproveitamos para um rápido lanche antes de embarcar novamente. No entanto, ao chegarmos ao destino, percebemos a ausência de Oscar. O mistério foi desfeito quando soubemos que ele havia embarcado no ônibus errado, todos eram da mesma cor e organizados de forma idêntica na estação rodoviária. O episódio rendeu boas risadas e virou assunto entre nós e os colegas da matriz.


Ao desembarcarmos em Araçatuba, tivemos mais uma situação cômica. No escuro da madrugada, pegamos nossas malas e também a de Oscar, que seguia sem dono. Jorginho, determinado a chegar rápido ao ponto de táxi, segurou sua mala nas mãos, pois naquele tempo rodinhas ainda não eram comuns. De repente, um homem de aparência asiática começou a gritar desesperadamente: "MARA MIA, MARA MIA!" Chegando perto de Jorginho, tentou recuperar sua mala. A confusão foi generalizada, parecendo até um assalto, com pessoas correndo pelo corredor. Depois de muito bate-boca, conseguimos resolver a situação, mas a cena ficou eternizada na memória coletiva, especialmente pelo bordão repetido à exaustão por Jorginho: “MARA QUASE IGUARO NÉ?” Como se não bastasse, ao voltarmos para pegar nossas próprias malas, percebemos que o ônibus já havia partido e levado tudo para a garagem, o que exigiu um novo deslocamento para recuperar nossas bagagens.


Dentro da fábrica, os desafios continuaram. Nossa missão era recrutar e selecionar funcionários para dar início à produção da moagem de tomates, convertendo-os em polpa para fabricação de extratos e derivados. Porém, a mão de obra disponível era quase que exclusivamente rural e sem experiência na função. Iniciamos uma campanha na rádio local, mas os resultados foram tímidos. Optamos então por percorrer a cidade com uma Kombi equipada com alto-falantes, divulgando a oportunidade nos bares, feiras e lojas. Aos poucos, o número de candidatos aumentou, e conseguimos preencher as vagas essenciais para o funcionamento inicial da unidade.


A equipe recém-formada era composta por pessoas de perfis diversos, muitos deles sem nenhuma experiência prévia na indústria. Entre os colaboradores contratados, tivemos porteiros e vigilantes que enfrentavam desafios diários, além de operários que precisavam aprender rapidamente as técnicas de processamento. O ambiente era intenso e exigia muita adaptação por parte de todos.


Entre os muitos episódios marcantes, destacamos a história do porteiro apelidado de "Boca de Ouro", por possuir dentes dourados em sua dentadura. Ele enfrentava dificuldades de comunicação, o que gerava impaciência entre os motoristas que aguardavam para descarregar os caminhões. Quando a pressão aumentava, ele retirava sua dentadura e guardava na gaveta, tornando sua fala ainda menos compreensível. Certa manhã, ele apareceu no RH com as roupas e o rosto manchados de vermelho, resultado de uma tomatada lançada por um motorista irritado. Sem a dentadura, sua explicação era incompreensível, até que um colega lhe devolveu os dentes e finalmente conseguimos entender o ocorrido. Em meio à tensão do momento, ele se dirigiu ao grupo de motoristas e questionou: "Quero saber quem foi o filho-da-puta que atirou o tomate em mim!" Ao que um motorista corpulento respondeu: "Fui eu, por quê?" E Boca de Ouro, resignado, apenas disse: "O senhor tem uma pontaria, hein?" O episódio arrancou risadas pela fábrica e, dois dias depois, o porteiro pediu demissão.


A equipe que se formou ao longo desse período era resiliente e disposta a enfrentar desafios. Apesar dos obstáculos, conseguimos erguer um ambiente produtivo, onde cada membro contribuía à sua maneira para que a fábrica começasse a operar. Eram tempos difíceis, mas também carregados de aprendizado e histórias inesquecíveis.

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quinta-feira, 22 de maio de 2025

O CENÁRIO DE MEMÓRIAS SOMBRIAS


Silêncio absoluto.

Naquele instante, a atmosfera carregada denunciava que algo estava prestes a acontecer.

 O rangido metálico da porta enferrujada rompeu o vazio, seguido pelo estalido seco do interruptor da luz. 

Um clarão espalhou-se pelo cbículo fétido, revelando o piso branco, encardido, onde o frio cortante se infiltrou na pele dos pés daquela figura hesitante—de volta ao cenário de suas memórias mais sombrias.

A incredulidade apertava seu peito. Estaria ainda ali? Encarcerado em suas próprias lembranças, elas emergiam, teimosas e vibrantes, revivendo um turbilhão de emoções. As lágrimas brotaram sem resistência, escorrendo pela face e misturando-se ao chão impiedoso, onde cicatrizes de um passado cruel permaneciam gravadas.

Tateou o bolso, encontrando seu rosário, o fiel amigo que resistiu ao tempo. A cada conta que rolava entre seus dedos, imagens dos antigos companheiros se formavam em sua mente—homens que, como ele, habitaram aquele corredor de desesperança. Ali, ele fora um animal sedento, um espectro de sua própria humanidade. Outras vezes, uma flor frágil, buscando redenção. A justiça o havia condenado a esse inferno, onde as almas se perdiam sem promessa de retorno.

A oração, no entanto, brotou das trevas e foi penetrando sua alma, acalmando a tormenta que castigava sua carne e consciência. Pediu perdão, como o fez por incontáveis noites e, agora, mais do que nunca. Perdão pelas vidas que extinguiu na insensatez de sua mente adoecida.

Quando seus dedos tocaram a porta, seu corpo estremeceu com a lembrança do capelão. Aquele homem de fé lhe oferecera a extrema-unção antes de sua execução—um fim interrompido por circunstâncias misteriosas. Ele nunca soube o porquê. Mas, naquele momento, compreendia que a vida ainda lhe reservava um propósito.

A centelha de um novo caminho surgiu: tornar-se pastor. A figura do capelão, seu guia na escuridão, reverberava dentro dele como um chamado. Deixou para trás o corredor da morte e abraçou essa missão de resgatar almas.

Segurou a Bíblia que repousara nas mãos do capelão por anos—companheira silenciosa de sua espera pela sentença final. O destino, no entanto, reescreveu seu desfecho. O velho prédio, berço de sua dor, estava marcado para a implosão. O presídio que o aprisionara seria reduzido a pó. Por ironia ou justiça, foi ele quem recebeu a honra de acionar o mecanismo que o apagaria da existência.

Antes do último ato, curvou-se em prece. Ali, onde tantos haviam perecido, poderia nascer uma igreja. Um símbolo de transformação. Uma casa de fé. A marca de sua jornada como pastor de almas.

E assim, vemos como o sofrimento pode ser transmutado pelo convívio com Cristo, o eterno pescador de almas—independentemente de onde essas almas um dia tenham estado.

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terça-feira, 20 de maio de 2025

O SOM DOS ANOS DOURADOS - ANNI MODERNI

 
ANNI MODERNI
Memórias Douradas

Em uma velha caixa de papelão, repousavam ecos de um tempo que se perdeu nas dobras da memória. Fotografias amareladas, recortes de jornal, vestígios de um passado que, ao serem tocados, despertaram lembranças como folhas ao vento.

Abri essa janela do tempo e vi os dias dourados renascerem, os anos de juventude pulsando em cada registro. Entre os tesouros guardados, uma imagem destacou-se: lá estava eu, jovem e audacioso, tocando bateria na orquestra das domingueiras matinais, aquelas que se acendiam no Clube Grêmio dos Ferroviários logo após a missa das nove horas na igreja da Matriz.

Era a época do frenesi juvenil. Uns corriam para o Cine Ypiranga, ansiando por risos e travessuras de Tom e Jerry, enquanto outros, seduzidos pelo frenético ritmo do rock, desciam para dançar na rua logo abaixo da praça. Elvis Presley era o rei, sua voz ecoava incessante nas rádios, e nós, músicos apaixonados, o evocávamos em acordes selvagens e melodias de pura devoção.

Nosso próprio Elvis, Ted Milton, encarnava a essência do astro: voz imponente, presença magnética, e um balanço que arrebatava os sentidos. Tutti Frutti incendiava a pista, Blue Suede Shoes fazia os pés rodopiarem, enquanto Love Me Tender e Always On My Mind se tornavam os suspiros de almas enamoradas.

Até que, como um acorde interrompido, as domingueiras silenciaram. Os músicos chegavam cansados dos bailes de sábado, e eu, que só tocava aos domingos, senti a tristeza de ver aquele ritual desaparecer.

Mas a música não aceita despedidas, apenas metamorfoses. Assim nasceu o trio, pequeno em número, mas imenso em sonho. As primeiras “brincadeiras dançantes” aconteceram timidamente, inspiradas pelos filmes americanos. A primeira delas, na casa de uma moça cujo nome a névoa do tempo apagou, quase não aconteceu – até que os pais, após muita conversa, abriram as portas para nossa arte.

A grande garagem nos recebeu como palco. O piano, sentinela de melodias, tornava-se a espinha dorsal do trio. Eu, Tony Vendra, estampava meu nome no surdo de pedal da bateria que meus pais me concederam após tanta insistência. Ao meu lado, Joel das “Candongas” no piano e Joãozinho “Boa-Pinta” ao saxofone.

Com camisas vermelhas e calças negras, éramos uma visão. Meu pai, com paciência e afeto, transportava a bateria no Ford que parecia uma barca, e assim seguíamos para onde a música nos chamasse.

As canções italianas imperavam e, por ordem dos anfitriões, as melodias deveriam ser suaves, próprias para danças de rosto colado e murmúrios secretos trocados ao pé do ouvido.

A primeira nota da noite pertencia à delicada Non Ho L’età, interpretada por uma menina do grupo, ecoando o timbre de Gigliola Cinquetti. A canção falava de juventude e espera, encantando os pais e aquecendo os corações juvenis.

Nossa fama crescia. Professores dançavam, alunos conversavam na escola sobre os próximos encontros, e nos intervalos das festas, floresciam poesias declamadas com brilho e emoção.

Até os adultos deixavam escapar pequenos excessos. O ponche servido pela mãe da anfitriã, insuspeito em sua doçura, recebia, como um segredo, um toque de vodka, e então, alegrias se multiplicavam, verdades eram ditas, declarações floresciam ao som do nosso trio.

O encanto era tanto que alguns jovens levavam a dança para as ruas, e ali, entre olhares de aprovação e reprovação dos vizinhos, o ritmo se espalhava como uma brisa inquieta.

Foi nesse turbilhão de música e vida que recebi um convite inesperado: aos sábados pela manhã, eu atenderia telefonemas na rádio Difusora, selecionando canções e declamando versos escolhidos com o programador.

A recompensa? Entradas para os cinemas Ypiranga e Marabá – um prêmio que era, para mim, tão valioso quanto os aplausos que ecoavam em nossas apresentações.

E eu tinha uma exigência: apenas música italiana. Assim, garantíamos que ressoassem nas ondas do rádio as vozes de ícones como John Foster, Lorella Vital, Pino Donaggio, Sérgio Endrigo, Peppino Di Capri e Luigi Tenco.

Mas acima de todos, havia Modugno, o poeta da canção. Sua voz preenchia o silêncio com magia, suas composições atravessavam fronteiras e, quando ele veio ao Brasil, deixou sua marca de maneira inesquecível.

Hoje, folheando essas memórias, revivendo os dias de juventude efervescente e melodias que nunca envelhecem, sinto no peito um misto de saudade e gratidão. Os Anni Moderni foram mais que um tempo. Foram um sentimento, um instante eterno, uma melodia que ainda ressoa na alma.

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PONTE TORTA: MEMÓRIAS DE UM MENINO E SUA RUA

 

O retorno à Rua Encantada


Foi num dia desses, ao percorrer a velha Rua Zacarias de Góes, que senti o passado sussurrar em meus ouvidos. Como um vento familiar que atravessa os anos, a nostalgia tomou conta de mim. Parei diante da casa número 67, onde passei tantos anos da minha infância. A fachada, embora marcada pelo tempo, permanecia quase inalterada, e ali, naquele instante, a vida fez um movimento curioso: voltou-se para trás e me permitiu reviver dias que pareciam adormecidos, mas nunca esquecidos.

Família, encontros e tradição

A rua era o coração pulsante da família. Dentro de dois quarteirões, primos, tios e avós se conectavam como se aquele pequeno mundo fosse nosso reino particular. Nos almoços fartos, a mesa se tornava campo de batalha dos mais velhos, que jogavam truco com gestos exagerados e gritos em italiano. O Campo "bocha", administrado pelo meu avô “Tonella”, era motivo de orgulho e disputa acalorada, onde cada jogada exigia precisão quase cirúrgica. E, claro, tudo terminava com rodadas de vinho, cerveja e cantorias melancólicas que evocavam a distante Itália.

Travessuras e pequenos delitos inocentes

A infância era feita de ousadia e descobertas. No salão do tio João "Barbeiro", a meninada se acomodava como fregueses folgados, coçando a cabeça do velho pássaro-preto até que ele soltasse aquele grito estridente que se espalhava pela rua. O futebol no campinho da Avenida Paula Penteado era um espetáculo à parte: bolas furadas pelos vizinhos, vidraças quebradas, broncas memoráveis. Mas os furtos de jabuticaba, ah! Esses eram uma arte. Entre cercas e galhos, disputávamos cada fruta como pequenos caçadores, até que um dia recebemos tiros de sal – mas isso nunca nos impediu.

Os personagens que moldaram o bairro

Além da família, o bairro abrigava figuras inesquecíveis. O Zé Preto, com seu ranchinho e sua horta, vendia verduras para minha mãe enquanto despertava uma curiosidade ingênua em nós, com seu porte imponente e feições marcantes. O Boia Béstia, motorista aposentado, se dedicava à criação de canários que eu adorava alimentar. Havia também o tio Nicola, cuja marcenaria era um mundo à parte. Lá, as confusões eram inevitáveis, e bastava uma provocação para sua careca brilhar de raiva, resultando na expulsão sumária dos meninos travessos.

Festas e celebrações que uniam a vizinhança

Quando junho chegava, as festas da Dona Nenê transformavam a rua em um cenário vibrante. O aroma de quentão e bolo de fubá se espalhava, as luzes dos rojões iluminavam o céu, e as rezas aos santos Pedro, João e Antonio uniam os corações. Mas nem tudo era inocente: o Zé Preto, encarregado dos foguetórios, emprestava alguns para os meninos que, sorrateiros, os soltavam no quintal dos vizinhos que ousavam furar suas bolas no campinho.

O mistério da Ponte Torta

Havia um limite no mundo de um menino: a curva da Avenida Paula Penteado. Além dela, começava o território desconhecido. O Grupo Escolar Siqueira de Moraes era a primeira razão para ultrapassá-la, mas havia algo ainda mais intrigante – a Ponte Torta. Minha mãe sempre alertava sobre o perigo daquele local, e por muito tempo, só pude imaginar seu formato. Seria mesmo torta para baixo? Poderia cair no rio? Essas perguntas ocupavam minha mente até que, certo dia, desafiei meus próprios medos e caminhei até lá.

Lá estava ela. Um arco imponente sobre o rio Guapeva, coberto pelo mato que crescia em suas margens. O tempo o havia conferido uma aura antiga e solene. Percebi que, além de suas pedras envelhecidas, ela guardava histórias dos imigrantes que a cruzaram, do bondinho puxado por animais, das vidas que por ali passaram. A Ponte Torta não era apenas uma estrutura: era um testemunho, um elo entre o passado e o presente.

Memórias que nunca se apagam

Hoje, ao revisitar essas lembranças, vejo que o tempo não apaga nada. Ele apenas move as peças do tabuleiro, transformando memórias em marcos eternos. A Rua Zacarias de Góes, o campinho, as vozes dos tios e primos, os gritos do truco e a melodia dos canários – tudo isso ainda vive dentro de mim. A Ponte Torta permanece como um símbolo da infância, onde um menino, curioso e destemido, desafiou os limites do próprio mundo para encontrar histórias que jamais seriam esquecidas.

 

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 Como todo escritor, busco aperfeiçoar cada linha, cada texto, cada narrativa para que a experiência de leitura seja envolvente e marcante, a escrita é uma arte em constante evolução.

Se hoje meus textos ressoam mais, se envolvem mais, se alcançam mais corações, é porque sigo me dedicando a aprimorar minha forma de contar histórias. E é essa jornada de aprendizado e aperfeiçoamento que desejo compartilhar com vocês!

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segunda-feira, 19 de maio de 2025

ROMA ETERNA: SOB A CÚPULA DO TEMPO

O TEATRO DOS SÉCULOS

Imagine-se chegando ao coração pulsante da velha Roma. O céu se abre como uma pintura renascentista, e ali, diante de seus olhos, o Pantheon se ergue com sua imponência atemporal. Mas o que poucos sabem é que esse monumento carrega mistérios, lendas e histórias que resistiram ao tempo—e agora, você faz parte delas.

O Óculo e a Chuva Sagrada

Ao atravessar as imponentes colunas de mármore e adentrar o Pantheon, uma curiosidade logo chama atenção: sua monumental cúpula, aberta ao céu, parece desafiar as leis da natureza. Diz-se que, apesar da abertura circular, a chuva nunca toca seu interior. Para alguns, é um efeito arquitetônico surpreendente; para outros, uma intervenção divina. Ao estar lá, será que você testemunharia esse fenômeno com seus próprios olhos? Talvez a resposta esteja reservada para os mais atentos.

O Descanso de Rafael

Talvez você se aproxime de um dos túmulos mais reverenciados no interior do Pantheon. Rafael, o grande mestre renascentista, descansa ali, como se soubesse que sua arte encontraria refúgio no monumento que inspirou tantos criadores. Há quem diga que, em noites silenciosas, os ecos da cidade despertam sua presença, como se sua alma quisesse contemplar sua obra uma última vez. Ao caminhar por ali, será que você sentiria a energia desse legado?

A Maldição dos Reis

O Pantheon guarda os restos dos últimos reis da Itália, mas há quem acredite que o destino dos monarcas ali sepultados é marcado por um mistério. Dizem que, desde que Victor Emanuel II foi enterrado no local, as sombras das colunas parecem se estender mais do que deveriam. Para os supersticiosos, isso representa um aviso: aquele que desafia a eternidade do Pantheon pode carregar um fardo desconhecido. Será que você conseguiria notar essa sutil mudança na luz ao passear pelo monumento?

O Pantheon como Teatro dos Séculos

Ao longo da história, o Pantheon foi palco de momentos grandiosos. Desde cerimônias religiosas e encontros filosóficos até celebrações secretas que poucos registraram. Dizem que antigos poetas sentavam-se em suas escadarias para declamar versos sobre Roma. Você, agora inserido nessa história, se tornaria parte dessa tradição? Talvez, ao inspirar-se em sua grandeza, seu próprio pensamento se entrelace ao dos grandes nomes que pisaram ali.

O Suspiro dos Deuses

Conta-se que, no momento da inauguração do Pantheon, o próprio imperador Adriano ficou em silêncio, aguardando o primeiro raio de luz atravessar o óculo da cúpula. Dizem que ele acreditava que o templo havia sido abençoado pelos deuses, pois sua arquitetura representava a harmonia entre o cosmos e a Terra. Você, que agora caminha por seu piso de mármore, poderia sentir essa conexão estelar? Será que o espírito de Adriano ainda observa cada visitante que cruza suas portas?

Roma não é apenas um destino—é um portal para o tempo. E ao cruzar as portas do Pantheon, cada visitante se torna parte de sua narrativa eterna. Ao explorar seus mistérios, será que você encontrará a sua própria conexão com a história? 

 

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PLANEJE SEUS PASSOS



PLANEJE SEUS PASSOS


Um pequeno riacho é calmo e relativamente inofensivo,
mas vários riachos podem se agrupar
e formar um poderoso rio de enorme força.

Uma leve garoa é macia e agradável,
mas quando unidas podem formar tempestades
capazes de derrubar grandes prédios.

Coisas grandes são formadas de pequenas coisas.

Para aprender a controlar as grandes coisas,
deve iniciar fazendo as pequenas e fazê-las repetidas vezes.

Isto é como colocar um tijolo sobre o outro,
devagarzinho vai se formando uma sólida e forte parede.

É colocar os pensamentos no papel,
 e formar uma obra-prima.
Toda realização é construída de pequeno passo.

Planeje seus passos,
e então dê o primeiro e depois outro.
E você conquistará seus objetivos.

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sábado, 17 de maio de 2025

O INSTANTE QUE RESUME UMA VIDA

O  OLHAR  DO  ESCRITOR


Passei boa parte da noite mergulhado em pensamentos. As lembranças da minha trajetória profissional ainda estavam vivas na memória, como se ecoassem no silêncio da madrugada. Ao despertar no dia seguinte—bem depois do horário habitual—percebi que aquele não era um dia qualquer. As homenagens recebidas na véspera, marcando minha aposentadoria, ainda pulsavam em meu coração, transbordando emoção.

O canto dos pássaros matinais misturava-se com as palavras de apreço que ecoavam na minha mente. Por tantos anos, dediquei-me ao trabalho com empenho e determinação, garantindo não apenas minha subsistência, mas também o bem-estar da minha família. O sucesso que alcançamos foi fruto do esforço conjunto, e essa certeza enchia-me de orgulho e satisfação.

Mas e agora? Qual caminho deveria seguir? Essa pergunta me acompanhou ao longo do último ano da minha atividade profissional. Eu precisava encontrar algo que preenchesse minha mente e me proporcionasse um lazer criativo. Após muitas reflexões, compreendi que a escrita era a resposta—uma paixão que já cultivava nos momentos de folga. E que melhor maneira de começar do que contar a saga do meu avô italiano, que desbravou terras brasileiras com coragem e esperança? Talvez essa história pudesse, um dia, se tornar um livro.

À medida que escrevia, memórias do cotidiano e aventuras ao redor do mundo começaram a emergir. O desejo de registrar essas experiências me levou a colecioná-las em contos, prosas, poesias e poemas, muitos dos quais naturalmente se transformaram em crônicas.

Foi então que recebi um convite para compartilhar meus textos em um site. O retorno positivo, com um número expressivo de leitores, abriu novas portas. Passei a contribuir para antologias, revistas e jornais, tornando-me, sem perceber, um cronista.

Mas afinal, o que é uma crônica? Minhas pesquisas revelaram que o termo vem do latim chronica e, segundo estudiosos, nos tempos medievais, era utilizado para narrar eventos em ordem cronológica. Dessa forma, servia como um registro documental, preservando acontecimentos para a posteridade.

Com o passar do tempo, a crônica adquiriu uma essência literária mais leve e dinâmica, entrelaçando elementos poéticos, líricos e até fantasiosos. Hoje, está presente em jornais, revistas e, cada vez mais, no universo digital, mantendo sua essência vibrante e conectada aos acontecimentos do dia a dia.

Diferente de uma notícia, a crônica não precisa ser escrita por um jornalista; ela pertence ao olhar do escritor, que dá vida aos fatos com uma narrativa envolvente e imaginativa. Os personagens podem ser reais ou fictícios, e o cronista é, acima de tudo, um observador atento, que traduz a sociedade com sensibilidade e criatividade—sempre em busca de um tema que desperte a curiosidade dos leitores.

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CAUDILHO E DITADOR O CREPÚSCULO DA TIRANIA


CHEGOU ENTÃO O ÚLTIMO SUSPIRO 
CHURUBUZCO, O ÚLTIMO CAUDILHO

Agora um espectro do homem que um dia aterrorizou uma nação, arrastava-se pela sala de estar, olhando fixamente para a lareira onde as chamas haviam consumido os resquícios de seu passado. Mas nem o fogo era capaz de apagar a verdade—ela continuava a arder em sua consciência, sufocando-lhe o espírito.

Afundado na poltrona de couro envelhecido, sentia o peso dos anos e das incontáveis injustiças que perpetrou. Sua própria existência, antes sustentada pela força bruta, agora se esvaía como um fio de fumaça. O silêncio opressor da casa exalava uma sentença já proferida: o esquecimento.

Chamou sua ordenança, o único que restara ao seu lado na fuga. Apontou para as cinzas espalhadas, ordenando que recolhesse o último fragmento de papel que insistia em não desaparecer. Com as mãos trêmulas, assoprou a fuligem e leu a assinatura distorcida pelo fogo—um nome que já não significava nada.

O último ato. O último suspiro. 

Olhou para aquele fragmento como se pudesse devorá-lo e apagar sua própria história. Engoliu o papel, sufocando-se com o gosto amargo de sua própria derrota. O soluço fatal rasgou-lhe a garganta, e, no instante seguinte, o corpo pesado tombou, finalmente vencido pelo tempo e pelo juízo que sempre evitara.

Lá fora, o vento agitava as folhas das árvores revigoradas pela liberdade. Os murmúrios do povo ecoavam como um cântico de esperança, enquanto o nome do caudilho se desmanchava nas brumas do esquecimento.

Poema - O Último Eco da Opressão

Nas sombras do poder usurpado,
O tempo corroeu sua glória falsa,
O medo tornou-se seu único abraço,
E a história selou sua condenação.

Vozes silenciadas agora ressoam,
As cinzas do medo foram sopradas,
A terra respira e floresce,
O dia nasceu para o povo esquecido.

O último ato, o último suspiro,
Uma existência devorada pelo destino.
Cinzas ao vento,
Nada restou além do esquecimento.

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Sigamos juntos, entre palavras e páginas, sempre explorando novos horizontes literários.


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quarta-feira, 14 de maio de 2025

UMA VIAGEM PARA ATENAS NA GRÉCIA ANTIGA

 

A PROCURA POR DIONISIO, O TEATRO.

O teatro, na Grécia antiga, teve suas origens ligadas a Dionísio, divindade da vegetação, da fertilidade e da vinha. Durante as celebrações em honra ao ‘Deus’, em meio a procissões e com o auxílio de fantasias e máscaras, eram entoados cantos líricos, que, mais tarde, evoluíram para representações plenamente cênicas, como as que, hoje, conhecemos através de peças consagradas.

Seu florescimento ocorreu e foi cultivado em Atenas, que também conheceu o seu esplendor, e espalhou-se por todo o mundo de influência grega.
Sua tradição foi herdada pelos romanos, que a levaram até as suas mais distantes províncias, sendo uma referência fundamental na cultura do ocidente até os dias de hoje.

Essa introdução que fala do teatro grego é para relatar uma situação curiosa e engraçada acontecida nas ruínas desse local, em uma viagem que eu e minha esposa realizamos, quando visitamos a Grécia.

Iniciamos nossa viagem saindo do porto de Pireaus em Atenas, em um transatlântico com bandeira grega chamado de Royal Olimpic Cruises, navegando pelo mar Jônico, parando, inicialmente, na ilha grega de Corfu. Posteriormente, veio a romântica italiana Veneza e também a medieval Dubrovnik, na Croácia.

No mar Egeu, o transatlântico cruzou o pitoresco estreito de Dardanelos, navegando pelo mar de Mármara até o estreito de Bósforo, aportando na exótica Istambul, na Turquia. No retorno, rumamos até as famosas ilhas gregas Mykonos e Santorini e, depois, para Atenas.

Em terra firme, visitamos Atenas, capital da Grécia e berço da civilização. É uma cidade cheia de vida, onde o antigo e o moderno coexistem. Começamos o primeiro dia de passeios, partindo do centro da cidade em uma viagem de metrô, com destino à estação de Acrópolis. Ali fica todo o complexo das ruínas, destacando-se o majestoso Parthenon, erguido por cima da cidade cuja glória ainda é visível nas suas pedras gastas.

Antes de iniciarmos o passeio, realizado em dois longos dias, adquirimos uma cartela em forma de bilhete que é fracionado para cada templo ou ruína do complexo visitado.

O primeiro local foi o templo Erechtheion, de onde se podia desfrutar um visual magnífico; logo, em uma de suas extremidades, nos detemos no belo pórtico de Karyatids, em que as deusas em forma de estátuas “seguram” o que restou da cobertura; depois, veio o teatro de Odeon, no qual, até hoje, acontecem espetáculos noturnos de rara beleza, em um palco adaptado nas ruínas.

No local, notava-se, desde muito longe, os focos de luzes sobre as muralhas, com o som reverberando por todo o morro, dando a impressão de que os deuses todos se reuniram naquele momento para anunciar toda a magnitude de uma época que ficou distante do nosso atual calendário.

No segundo dia, começamos pelo templo Athena Nike e outros mais, até que encontramos o tão aguardado museu da Acrópolis. Foi tanta emoção que quase perdemos o fôlego ao ver os vestígios de extrema beleza! Entrava em nossas mentes uma mistura de emoção e culto à cultura que, armazenando imagens, ficarão para sempre gravadas em nossas lembranças. Foi tudo muito deslumbrante, a história desfilava ante nossos olhos.

Caminhando pelos corredores, vislumbramos um portal esplendoroso onde contemplamos as estátuas dos deuses que estavam no alto do Parthenon e que foram derrubadas por um forte terremoto; os fragmentos foram montados e expostos no museu, onde estavam sob uma robusta proteção eletrônica.

Nesse momento, o som estridente de uma sirene ecoou pelo local; alguém deve ter tocado em um dos artefatos e o alarme foi disparado. Olhando para frente, percebi que fora minha esposa quem havia tocado em um dos objetos, pois vi um dos seguranças do local advertindo-a, explicando que, em todo o recinto, havia alarmes extremamente sensíveis.

Depois do corre-corre, falamos em “enrolês” (mistura de inglês e português), que não sabíamos ler aqueles cartazes na língua grega alertando sobre o alarme. Foram muitas risadas, mas seguimos adiante para uma última parada que seria o teatro Dionísio.

Anda para lá, para cá, perguntávamos alguma coisa e só recebíamos informação na língua grega. Ali, naquele momento, percebemos que o ditado existente no Brasil “tá falando grego?” é a pura verdade, pois não entendíamos uma só palavra.

Descemos um morro e chegamos à entrada do complexo e perguntamos de novo para um transeunte - parecia uma figura de outros tempos, vestindo trajes da antiquíssima civilização.

Arrisquei um inglês meio maroto e ele respondia em grego; ou seja: não entendíamos nada! Depois de muitas tentativas, começamos só a falar: DIONÍSIO, DIONÍSIO, DIONÍSIO! Nesse momento, apontou com o dedo para o outro lado do complexo; era uma rua com muitos veículos e, para atravessar, foi um sufoco, pois o trânsito grego é de arrebentar qualquer pedestre e motoristas estrangeiros que se metem a dirigir por lá.

Fomos para lá ver o tão aguardado teatro, mas percebemos que saímos do complexo; estávamos em uma rua com aquele trânsito louco... Então, avistamos um letreiro bem grande “DIONISIO’S – TYPICAL RESTAURANT, GREEK FOOD” (Restaurante Dionísio, comida típica grega).

Demos belas gargalhadas e retornamos ao complexo, em busca do teatro, até que vimos umas estátuas simbolizando a época, emoldurando o palco que se parecia com uma arena; enxerguei até uma placa escrita em grego, (só entendi Dionísio), indicando o local. 

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terça-feira, 13 de maio de 2025

O LIMIAR DE UMA NOVA ERA - PAPA - LEÃO 14. - O PAPA DO FUTURO


O PAPA DO FUTURO

Essa narração não é bem a trajetória real dos acontecimentos... Na minha visão de escritor, a imaginação campeia solta em busca de um bom motivo para escrever uma crônica ou um conto, mas o fato da morte desse grande estadista foi verdadeiro. Estou falando do Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio.

O seu longo pontificado, marcado por humildade e dedicação aos mais pobres, chegou ao fim. Sua morte, aos 88 anos, deixou o mundo em luto. Aquele homem, já considerado por muitos como um símbolo de compaixão e diálogo, necessitava transmitir sua última mensagem ao mundo. O povo, reunido em orações na monumental Praça de São Pedro, aguardava, em silêncio, o momento final.

Francisco, em seus últimos dias, refletia sobre sua jornada como líder espiritual de 1,4 bilhão de fiéis. Sua luta por justiça social, paz e cuidado com a criação foi um marco de seu papado. Mesmo debilitado, ele manteve sua fé inabalável e sua missão de unir os povos.

Em sua cabeceira, encontravam-se seus assessores diretos, alguns em fervorosas orações, outros já providenciando o protocolo para os dias que se seguiriam ao seu funeral. Ele estava ali, inerte, mas sua presença espiritual parecia preencher os intramuros de seu reduto religioso.

Na porta de seus aposentos, os tradicionais guardas suíços mantinham sua vigília, com seus uniformes coloridos e alabardas, como há mais de quinhentos anos. A cena era de respeito e reverência.

A Praça de São Pedro, que tantas vezes ecoou suas palavras de esperança, agora era palco de um silêncio profundo. O povo, em uníssono, entoava cânticos de louvor ao seu legado. "Santo Súbito", murmuravam alguns, relembrando o impacto de suas ações.

Após o sepultamento, os cardeais de todo o mundo começaram a se reunir na Capela Sistina para o conclave. A fumaça preta, sinalizando a ausência de decisão, pairou por dias. Mas, finalmente, a fumaça branca anunciou: "Habemus Papam!". O sucessor de Francisco, escolhido em meio a orações e reflexões, assumiria a missão de continuar seu legado.

A profecia de que um Papa negro seria eleito não se concretizou. O mundo aguardava um marco histórico, um símbolo de inclusão e renovação. Mas, em vez disso, a Igreja viu surgir um novo líder com outra missão: Papa Leão 14.

O Cardeal Robert Francis Prevost, nascido nos Estados Unidos e com forte ligação com o Peru, foi escolhido para liderar a Igreja Católica. Sua eleição trouxe consigo um novo capítulo, um pontificado que promete dar continuidade ao legado de Francisco, com um olhar atento à justiça social e à paz mundial.

O impacto da chegada de Leão 14

Desde sua primeira aparição na varanda da Basílica de São Pedro, Leão 14 demonstrou que sua missão seria de continuidade e renovação. Seu discurso inicial trouxe palavras de humildade e compromisso, reafirmando o desejo de construir uma Igreja mais próxima dos fiéis e sensível às questões da sociedade moderna.

A escolha de seu nome não foi acidental: inspirado em Leão 13, conhecido por seu papel fundamental na Doutrina Social da Igreja, ele já sinalizava um papado voltado para os desafios do mundo contemporâneo, da pobreza à inteligência artificial. Essa nova era promete fortalecer o diálogo com diferentes religiões, incentivar o papel da juventude dentro da Igreja e reafirmar a importância da inclusão.

As primeiras decisões de seu pontificado começaram a moldar sua identidade. Seu olhar para a América Latina reflete sua preocupação com comunidades historicamente marginalizadas, reforçando o papel da Igreja na luta pela dignidade humana. Além disso, sua relação com os avanços tecnológicos desperta curiosidade: como será a Igreja sob seu comando em meio às transformações digitais e sociais?

O mundo observa, atento, os primeiros passos desse novo pontificado. O impacto de sua liderança não se restringe ao Vaticano; reflete-se em cada canto onde a fé toca corações. A esperança renasce, e a Igreja Católica segue sua jornada, guiada por um novo pastor que carrega, consigo, o peso da tradição e a promessa do futuro.

Compartilhe nos comentários — Às vezes, basta abrir a janela para viver uma história. E é essa jornada de aprendizado e aperfeiçoamento que desejo compartilhar com vocês.

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ILHÉUS: ENTRE CACAU E MISTÉRIOS

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