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sábado, 12 de abril de 2025

O TEATRO DE JUNDIAI ATRAVÉS DO TEMPO

 



Do Abandono à Revitalização: Uma Vitória de Toda Jundiaí

No final do ano de 2012, recebi da Secretaria Municipal de Cultura uma série de livros relacionados com a nossa cidade, em razão de haver participado do projeto Versos da Primavera de Autores Jundiaienses. O evento, além da publicação de um livro, realizou uma conferência e, em seu clímax, resultou na colocação de cartazes e banners pelas calçadas e parques, ampliando o alcance da literatura na cidade. Foi uma satisfação imensa ver o meu poema Acalanto exibido em forma de banner na Avenida Nove de Julho e no Parque Botânico Eloy Chaves.

Dentre esses livros, alguns relacionados ao Teatro Polytheama despertaram minha atenção especial. Ao desfolhá-los, uma onda de emoção tomou conta de mim: cada imagem era como uma janela para o passado. Lá estavam as fotos do Cine Polytheama na década de 1950, época em que, nas matinês de domingo, assistia filmes em preto e branco, como Gordo e o Magro, Os Três Patetas, e as aventuras de Zorro e seu inseparável amigo, o índio chamado “Tonto”. Tudo era apresentado em episódios, mantendo viva a expectativa para os próximos capítulos e alimentando a paixão pelas aventuras idolatradas pelos meninos da época.

A empolgação durante os filmes era tanta que os mais ousados até atiravam pedras na tela, tentando atingir os inimigos do Zorro, que, em desabalada carreira montado em seu cavalo Silver, percorria as pradarias americanas “caçando” bandidos mal-encarados e índios desgarrados de suas tribos. Anos depois, chegaram as grandes produções cinematográficas em Cinemascope, projetadas em uma tela côncava que proporcionava uma sensação de imersão e efeitos especiais jamais vistos. Foi então que o Cine Polytheama trouxe para Jundiaí clássicos inesquecíveis, como Sansão e Dalila, O Manto Sagrado e O Poderoso Chefão, marcando uma época de ouro do cinema.

Infelizmente, a popularização dos videocassetes tornou mais cômodo assistir aos filmes em casa, provocando o declínio dos cinemas. Em uma tentativa desesperada, passaram a exibir filmes pornográficos, o que levou ao abandono dos espaços. O Polytheama, antes tão vibrante, tornou-se um abrigo para pombas, como se fossem fantasmas do passado protagonizando uma tragédia do presente.

A Luta de Jundiaí pelo Resgate de um Patrimônio

Os jundiaienses sentiram profundamente o abandono do Polytheama, mas não desistiram. Com união e empenho, a cidade conseguiu recuperar esse precioso patrimônio sociocultural. Reinaugurado em dezembro de 1996, o Teatro Polytheama hoje conta com modernos equipamentos de som e luz, além de conforto e segurança para 1326 espectadores distribuídos em plateia, frisas, camarotes e galerias. Mais do que um marco arquitetônico, o Polytheama se tornou um templo de expressão artística, simbolizando o poder da cultura em renascer das cinzas do esquecimento.

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