A cidade foi, oficialmente, o
primeiro local onde aportaram os navegantes portugueses comandados por Pedro
Álvares Cabral, quando do descobrimento, em 1500. Possui antigos monumentos
históricos, além de paisagens naturais de rara beleza ao longo da costa.
Visitar o sítio histórico da cidade
alta foi uma emoção muito grande; trouxe, ao nosso presente, momentos vividos
por aqueles desbravadores portugueses, coragem e o discernimento dessa grande
aventura chamada Brasil, deixando em seu rastro quase que uma obrigação de
defendê-lo, em termos de história, para o meu pequeno neto, o Lucas, que nos
acompanhou.
Vimos por lá inúmeros turistas em
visita ao Monumento Nacional, instituído por decreto presidencial em 1973. Trata-se
do primeiro núcleo habitacional do Brasil; além de ostentar o marco do
descobrimento, desempenhou papel importante nos primeiros anos de colonização. Os
prédios históricos que visitamos durante o dia são apreciados por muita gente à
noite, conforme comentários que ali ouvimos, quando sob efeito de iluminação
especial.
Iniciamos o passeio pelo marco do
descobrimento de onde se descortina uma das mais belas paisagens do litoral. O
marco veio de Portugal, entre 1503 e 1526, e simbolizava o poder da coroa,
utilizado para demarcar suas terras. Tudo em pedra de cantaria, de um lado está
esculpida a cruz da Ordem de Aviz e, de outro, o brasão de armas de Portugal.
Na mesma área está a igreja de Nossa
Senhora da Penha, construída em 1535 pelo donatário da capitania, Pero do Campo
Tourinho. Aí estão guardadas imagens sacras dos séculos XVI e XVII, entre elas
a de São Francisco de Assis – primeira imagem trazida para o Brasil. Para se
ter uma ideia de como era a capitania do século de Tourinho e a chegada dos jesuítas,
basta ler alguns trechos das cartas escritas por Manoel da Nóbrega e José de
Anchieta, padres da Companhia de Jesus, sobre a espetacular região.
Mais adiante, o Paço Municipal ou a
Casa da Câmara e Cadeia, datada do século XVIII, uma das mais belas construções
do Brasil colônia, ostentando uma arquitetura invejável para a época. Nesse
prédio funciona, hoje, o Museu Histórico da cidade ou museu do descobrimento de
onde compilei inúmeras informações para essa crônica. A igreja da misericórdia
ou, como é chamada pelo funcionário do museu, “Igreja do Senhor dos Passos”, de
estilo singelo, muito bonito, guarda imagens barrocas de um teor de inigualável
beleza, destacando-se o Senhor dos Passos e um Cristo crucificado.
Ainda nesse meio de um visual gracioso,
está o casario tombado como monumento nacional; e a igreja de São Benedito, ao
lado das ruínas da antiga residência e o colégio dos jesuítas, dá um ar de
imponência e respeito a um passado recente do jovem país que é o Brasil.
Certamente dentro de algumas décadas sem dúvida, será uma das principais potências
mundiais.
Em termos de defesa do patrimônio,
os patrícios ergueram o primeiro fortim em 1504, edificado sob a égide de
Gonçalo Coelho e reforçado no século XVIII.
Outros passeios realizados foram de
espetacular grandeza e beleza, destacando-se dois deles: o primeiro no parque
das águas, onde pudemos descarregar as emoções e aprimorar a esperteza, pois
realizamos grandes aventuras pelas águas “calientes”. Em um dos momentos de
caminhadas, constatei uma tribo de índios pataxós exibindo-se sob um imenso
quiosque, despertando enorme curiosidade e alegria com suas danças tribais.
O clímax dos passeios certamente foi
o da chalana, onde pudemos reunir todos os viajantes. A alegria foi contagiante,
tendo como pano de fundo o simpático “tatu”, o homem das mil caras, com seus
disfarces e vestimentas espalhafatosas, causando um furor nas pessoas, de dar
inveja aos que não fazem o magnífico passeio. Foi entrelaçado de fatos
pitorescos, como o “monstro do mangue”, anunciado como um gigante de 2,20 metros que emergia
de suas águas barrentas, vindo assustar as pessoas, na embarcação. Mas o que
vimos, foi à minúscula figura do Tatu disfarçado de monstro, proporcionando
imensas gargalhadas aos presentes.
Outro momento engraçado foi após o
almoço, às margens do belo rio, onde todo embarcado pôde ouvir sons do saudoso
Michael Jackson. O som foi entrecortado com um anúncio de que ele estaria ali
em forma de música e, para o nosso espanto, saiu, do restaurante, uma figura
saltitante e com uma vasta cabeleira. Quem era? Oh! Era novamente o Tatu em
forma de Jackson, pulando e esbanjando categoria com o “passo da lua”.
Enquanto alguns apreciavam a
bagunça, outros admiravam a bela natureza, proporcionando momentos de rara
magia em seu panorama verdejante e aquoso, deixando saudades para sempre...
O clima que nos acompanhou foi
sempre de verão, apesar de estarmos no inverno; lá é sempre quente, com picos
de 42 graus e ameno no inverno, com média de 25 graus e mínimas de 15. Nos
meses de julho e agosto, a possibilidade de chuva é maior, como aconteceu
naquela noite no Toa Toa. Deslumbramo-nos também com a Passarela do Álcool e
seus famosos drinks “capetas” e lojas de artesanatos, onde as mulheres se
deliciaram com o visual e as compras.
Para finalizar, digo que o local
conta com um extenso litoral, cerca de 90 km de praias magníficas como a de
Trancoso, Coroa Vermelha e Arraial de Ajuda. Sempre com uma areia muito fina e
branca e sem nenhum tipo de poluição (que continue sempre assim), está dividido
pelo rio Buranhem, que conta com cerca de 500 metros de largura,
por onde navegam as balsas.
A cidade é considerada um dos mais
importantes pontos turísticos do Brasil, recebendo turistas de todos os estados
brasileiros e de estrangeiros.
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