Embora não seja o mês da estação das flores, observei,
em nosso jardim, um resplandecente exemplar da espécie, que chegou de forma
extremamente vistosa.
Para mim, foi como se fosse um milagre, porque esse
tipo de planta solta a flor em uma estação não compatível, como a maioria.
Lendo sobre o assunto, verifiquei que ela floresce
somente uma vez durante o seu tempo de vida. Após a floração, a planta,
geralmente, desenvolve uma brotação lateral que substituirá a que irá morrer.
Elas atingem a maturidade e florescem em diferentes
idades, dependendo da espécie e condições do ambiente, respeitando sempre uma
determinada época do ano.
Muitas vezes, não florescem em razão da falta de
luminosidade ou outro fator ambiental, como, por exemplo, a temperatura. Por
outro lado, uma brusca mudança do ambiente pode provocar a floração numa planta
adulta.
Sentindo-se ameaçada, o instinto de preservação da
espécie desencadeia a floração com a finalidade de gerar sementes e brotos laterais.
Dependendo da espécie, algumas apresentam inflorescência extremamente
exuberante, podendo ser de longa duração. Algumas duram meses, outras são breves,
duram dias.
Não são parasitas como muitas pessoas pensam; na natureza,
simplesmente apoiam-se em outro vegetal para obter mais luz e ventilação. Na
observação mais detalhada, quando me aproximei para melhor analisar, notei que,
em suas entranhas, existe também outra forma de vida, com insetos trabalhando de
forma vigorosa, retirando do seu interior o pólen, para o sustento de uma
comunidade de abelhas que deveria se encontrar nas proximidades.
Não era do tipo, “marimbondo” que, quando pica uma
pessoa, é um terror; o local atingido fica inchado por até três dias.
Tratava-se de um tipo dócil, manso, sem agressão com a minha proximidade; era
um autêntico produtor de mel caseiro, cujo produto final tem a função de
alimentar a comunidade, para a sobrevivência das crias que ficam nos alvéolos.
Os seres humanos, os chamados apicultores,
interferem em seu ciclo de vida, colocando dispositivos artificiais para que
produzam além da conta, comercializando o produto e seus derivados.
Busquei,
pelas redondezas, onde estaria a colmeia, para analisar o comportamento nesta
altura da estação do ano. Depois de muito observar, constatei que se
instalou próximo ao canil, dentro de um bloco de concreto.
Que fiquem ali e procriem dentro dos princípios
básicos da natureza. E já avisei o meu caseiro “bicho-homem”, que não interfira
no processo e queira retirar o sustento dos filhotes.