O ANDARILHO

O ANDARILHO

Já era noitinha, quando um velho andarilho, passando por uma vila, reuniu algumas pessoas para contar uns casos. Várias pessoas pararam para ouvi-lo. Ele pediu um jarro de boca larga, colocou-o ao lado de algumas pedras e, em seguida, perguntou às pessoas quantas pedras cabiam no frasco. Alguns moradores da vila se ofereceram para colocar as pedras e, quando estas pareciam não caber mais no frasco, o andarilho perguntou: - Está cheio? Todos olharam e fizeram que sim com a cabeça. Então, ele pegou um saco de pedrinhas e despejou-as no interior do frasco, sacudindo-o em seguida. As pedrinhas preencheram o espaço entre as pedras maiores. O velhinho sorriu com ironia e perguntou: - Está cheio? Desta vez os ouvintes duvidaram.  - Talvez não! - Muito bem! E ele pegou um saco com areia e começou a despejar no frasco. A areia infiltrou-se nos pequenos espaços que sobraram. - Está cheio? - Não, exclamaram os ouvintes.  - Isso mesmo! E o velhinho andarilho pegou uma jarra com água e começou a despejar o líquido no frasco, que reteve seu novo conteúdo sem transbordar.

- O que acabaram de ver? - perguntou o velhinho.  E veio a resposta de um dos moradores da pequena aldeia: - Que, por mais cheio que esteja o jarro, sempre conseguimos um espaço para colocar água. - Não, respondeu o velho. O que demonstramos é que, se não colocarmos as pedras grandes primeiro, não poderemos coloca-lãs depois. E quais seriam as pedras grandes? Nossa família, nosso amor, nossos amigos, nossa saúde, nós mesmos. Se tudo isto estiver bem acondicionado, sempre caberão novas pessoas em nossa vida. Então, os moradores da vila o chamaram para na aldeia pernoitar, mas o velho disse que outras vilas o aguardavam e seguiu viagem.

 

 Acesse outros textos clicando na frase