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O TEMA DESTA CRÔNICA
Em uma ocasião, dentro de um programa criado
especialmente para que os alunos das Escolas tivessem oportunidade de
conversarem com os ESCRITORES, fui a uma sala de aula, a convite de um
estabelecimento de ensino.
Durante a explanação sobre um dos
contos do meu livro
VOZES NO SILÊNCIO DA NOITE, solicitava, aleatoriamente, para um dos alunos ler
um trecho e interpretar o conteúdo. Em um dado momento, um deles me perguntou:
Como se tornou um escritor?
A pergunta me deu a oportunidade de oferecer uma
resposta, que, até a mim mesmo, me surpreendeu, pois me percebi realizado com
minha vocação de escritor.
Em síntese, foi uma conversa em que dei tudo de mim, tentando
ajudar os alunos a desenvolver a capacidade de entender a criatividade do
escritor, utilizando a imaginação fértil em um romance, e, em outros momentos,
em um conto, às vezes, até por uma situação pessoal.
Todos os relatos foram para mim e os ouvintes uma experiência
apaixonante. E pude concluir dizendo ter-me transformado em um escritor, com
alguns livros publicados.
A
bem da verdade, nascemos com o dom de escrever. A pessoa pode ser um morador de
rua ou até mesmo um empresário. A consolidação vem com muita leitura, esforço
mental e até físico, no desenvolvimento da montagem da história e, depois, no
arcabouço na confecção de um livro.
A vida mostra que existem talentos nos mais diversos seguimentos da sociedade e que poderiam ser aproveitados. Isso, então, é um convite a pensar que, para escrever, não existem barreiras sociais ou econômicas.
O que importa é deixar que o medo com o desconhecido não o atrapalhe ao expor suas ideias; o detalhe de cada texto, cena, e a criação de um ou vários personagens, leva a criar situações fictícias, em sua grande maioria, no mundo que o cerca. O escritor, na verdade, é um grande inventor.
Infelizmente, hoje em dia, já não existe tanto interesse pela leitura.
Tal condição faz com que se destaquem os contos, minicontos e micro-contos,
nascendo assim o livro ‘antologia’, realizado em parcerias, publicando apenas
um pequeno conto ou um poema. A palavra é de origem grega e tem como tradução,
“coleção de flores”, que são trabalhos literários agrupados por temática, usada
para categorizar coleções de histórias e romances curtos, agrupados em um único
volume para publicação.
Mas, acima de tudo, vale a pena registar a origem da escrita, este processo
simbólico que possibilitou ao homem expandir suas inspirações para muito além
do seu próprio tempo e espaço, criando mensagens que se manteriam inalteradas
por séculos e que poderiam ser proferidas a quilômetros de distância.
Acredita-se que tenha se originado a partir de um simples desenho de duas
pernas que poderia representar o conceito de andar ou ficar em pé, terminando
por evoluir em símbolos como os hieróglifos egípcios por exemplo.
Dentro desse
contexto, coloco aqui uma das minhas criações poéticas que participaram de
várias antologias.
LA PERRA GORDA
Aproximou-se, de forma suave,
na varanda.
Veio ao meu encontro com
passos lentos.
Cansada, sentou-se ao meu
lado.
Seduziu-me com um olhar!
Acompanhei o seu caminhar!
Notei que o seu corpo estava
diferente.
Caminhou para sua casinha!
Embaixo da janela da
cozinha.
La dentro continha...
Três perritos!!!
Negrito, Pedrito e Marquito.