GUERNICA
Após uma visita panorâmica da cidade de Madri, percorrendo seus principais bairros e monumentos, tais como: Plaza de Espanha, a espetacular Gran Via, ladeada por belos edifícios, Praça Cibeles, com sua harmoniosa fonte dedicada à deusa grega da fertilidade, Paseo Del Prado, com seu famoso museu. Logo mais adiante, nos deparamos com a monumental Estação Ferroviária Atocha, esbanjando um visual esplendido em seus entornos, propiciado por um belíssimo jardim tropical, nem parecendo que em alguns anos atrás, foi alvo de um ato de terrorismo. Em um dos acessos, foi erguido um memorial em louvor aos que tombaram naquele dia de terrível agonia.
Essa estação foi para nós, uma referência para encontrarmos e visitarmos o Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, esposa do Rei Juan Carlos, que tínhamos como meta ainda naquele final de tarde noite. Já sabíamos que o nosso foco estava concentrado no segundo andar, onde se encontra um espaço totalmente dedicado ao pintor cubista Espanhol Pablo Picasso.
Quando se fala desse artista, logo vem à mente, o painel mundialmente conhecido; GUERNICA, que acaba sendo a atração principal. A foto que coloquei no início do meu relato, foi obtida através da internet, pois no local, não há permissão e o ingresso de máquinas fotográficas é severamente controlado.
La chegando verificamos que o valor do ingresso era de 30 euros. Fomos então procurar a bilheteria e o vendedor nos informou que a partir das 19h00, o acesso seria grátis, como faltava meia hora, ficamos pelas imediações vendo o movimento que transcorria com graciosidade, mas com uma ligeira pressa dos turistas afluindo para o local, pois já sabiam da concessão gratuita.
Subimos pelo elevador e saímos no espaço certo, onde começamos a percorrer os corredores e sentíamos a emoção entrando em nossos corações e olhos, contemplando as famosas obras do pintor, até que em um dado momento se percebeu uma enorme aglomeração, devidamente policiada por seguranças com os administradores pedindo silencio absoluto; estávamos diante de Guernica.
Trata-se da trágica e clássica obra do pintor, colocando naquele imenso painel, suas mais íntimas impressões, retratando as conseqüências do intenso bombardeio sofrido pela cidade durante a Guerra Civil Espanhola.
O painel foi produzido em 1937 e exposto naquela ocasião no Pavilhão Internacional de Paris reservado à República Espanhola. É grandioso em todos os sentidos, tanto na catástrofe quanto no seu tamanho. Foi elaborado em tela pintada a óleo, mostrando o símbolo doloroso produzido pelas guerras.
Pelos relatos e as informações obtidas nos prospectos, o artista mostrou toda sua rejeição a tamanha violência, reproduzindo o povo, os animais e as construções atingidas pelo bombardeio.
Após a saída, ao passar em frente à estação que foi fielmente reconstruída e revitalizada, exaltando toda sua beleza, olhei para o monumento iluminado, entendendo a revolta do povo espanhol, pelo ato de terrorismo praticado, como fez Picasso quando pintou Guernica
Um comentário:
Olá meu caro Luiz Paschoal.
Fico muito grato pelo seu comentário.
Estive lendo alguns dos seus artigos em seu site e constatei com alegria e com um pouco de saudade, assuntos com os quais lidei por muito tempo em minha vida profissional, antes de enveredar pelos caminhos da literatura.
Um abraço.
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