O
Egito é um país árabe do Norte da África, limitado ao norte pelo Mar
Mediterrâneo; ao leste com a Faixa de Gaza, com Israel, com o Golfo de Aqaba (através
do qual faz fronteira com a Jordânia e com a Arábia Saudita) e com o Mar
Vermelho; ao sul com o Sudão; e ao oeste com a Líbia.
Após
um dia inteiro com as visitas aos tradicionais monumentos, terminamos o passeio
percorrendo o Museu Nacional da cidade do Cairo, contemplando toda a história
com mais de 3000 anos antes de Cristo, onde apreciamos as peças que foram
encontradas nos túmulos dos faraós. Foi um autêntico banho de cultura.
Saímos
com muitas informações e com uma visibilidade que deixará lembranças por todo e
sempre. O destino a seguir era a cidade de Aswan, que está distante 950 km ao sul do Cairo.
Fizemos
esse percurso através de um trem noturno (especialmente projetado para os turistas),
e nos alojamos em uma cabine individual, com duas camas. Através da janela, mesmo
à noite, fomos vislumbrando o panorama do País, pois o trem percorria
silencioso, contornando sempre o rio Nilo, até o destino final.
Quando
fizemos uma parada técnica, vimos toda a efervescência do povo na estação,
circundando o trem e acenando para as pessoas no interior dos vagões, os quais
respondiam com alegria. Nesse momento, recebemos o jantar, e, no dia seguinte,
o café da manhã.
Após
o desembarque, fizemos o translado para o porto fluvial, recepcionados pelo
pessoal do hotel e partimos, em um curto trajeto, para a Ilha Elephantina, circundada
pelo Nilo, onde nos hospedamos em um complexo hoteleiro maravilhoso, com dimensões
espantosas e extremo conforto.
Na
cidade, visitamos a represa alta e o obelisco inacabado, que se encontra esculpido
e deitado no solo, e que não foi removido, porque, no processo, apareceu uma
rachadura e ali ficou até os tempos de hoje, como uma atração turística, dando
a ideia de como eram feitos e transportados até o local de sua exposição.
No
período da tarde, por volta das duas horas, “inventamos de fazer um
reconhecimento pela cidade”. Começamos o trajeto e não aguentamos nem cinco
minutos, porque a temperatura estava em quarenta e três graus.
Recorremos
a uma charrete toda enfeitada, puxada pela égua “Mônica”, a quem o beduíno
fazia muitos elogios.
Percorremos
por duas horas o centro da cidade, fizemos compras com aquele “bando de gente nos
cercando”, querendo vender lembrança e bugigangas. É um verdadeiro terror,
coisa de louco! Só estando lá para ver a cena: a gente correndo para a charrete
com aquele monte de gente atrás.
No
dia seguinte já estávamos em um cruzeiro pelo Rio Nilo e, por quatro dias, durante
as paradas, fizemos visitas às cidades de Kom-Ombo, Edfú, conhecendo templos
maravilhosos de indescritível arquitetura egípcia da antiguidade e, finalmente,
Luxor. O significado dessa palavra é “palácio”, que, no
tempo dos faraós, era a capital, chamada de Tebas, a cidade das cem portas.
Descemos
do navio e o pessoal de terra apanhou nossas bagagens e as levou para o
aeroporto de onde, no final do dia, após os passeios, voaríamos mais uma vez, para
a cidade do Cairo.
Começamos
pelo templo de Karnac, construído em 2000 a .C. em homenagem ao Deus Amon-Rá. É o
maior do Egito que, atualmente, conta com 22 construções. O mais visitado é o
templo de Luxor, construído por Amenophis e Ramsés II em 1450 a .C.
Seguimos
para o Vale dos Reis, atravessando o Nilo. É na outra margem, onde estão
localizadas todas as tumbas da moderna dinastia dos Reis (1550 – 830.) a.C,
incluindo a tumba do Rei menino Tut Ankh Amun. Não pudemos adentrar ao recinto
da tumba, destinada à visitação somente de arqueólogos, Egiptólogos e
estudantes da cultura Egípcia que terão, mais tarde, esses títulos.
Diante
disso, refizemos o nosso programa e fomos conhecer o interior da tumba de
Ramsés; e para lá fomos apressadamente em pequenos grupos, que, antes, ficavam aguardando
em um local coberto e com ar-condicionado (lá fora, calor de 43 graus).
Eu
não me cansava de tirar fotos, mirava a câmara e disparava para tudo quanto era
lado, incentivado pela companheira, “Tire ali, lá, acolá, etc. e tal”. O nosso
grupo recebeu sinal verde para dirigir-se à entrada da tumba.
Percebi
que o pessoal das fotos, guardava as câmeras e outros tiravam meio que
escondendo a digital. Fiquei curioso e perguntei do que se tratava, recebendo
como resposta que era proibido. Quando chegamos mais à frente, escutei um
beduíno, uma espécie de guardião, fiscal, sabe lá mais o quê, que bradava em
sua língua, entremeando com algumas frases em Inglês.
Não
podia tirar fotos. Recolhi a minha máquina e deixei-a como tiracolo, e fui
caminhando “buraco abaixo”. Entenda-se: entrada subterrânea em forma de descida
íngreme para o fundo da terra, embaixo de uma montanha.
Ninguém
tirava foto; de repente, alguém atrás de mim, disparou um flash. O tal beduíno
veio correndo em minha direção e tomou a minha digital, falando um monte de
coisas naquele idioma, em tom alto. Guardou a máquina naquele bolso de sua
túnica e ficou falando ainda mais alto. Eu retrucava dizendo, já nem sabia mais
em que idioma, que não havia tirado nenhuma foto. Não adiantou, ficou com a
minha digital.
Fui
percorrendo aquela íngreme descida e observando nas paredes figuras
maravilhosas, contando toda a vida daquele faraó até a sua morte e o seu
funeral naquele lugar. A todo o momento, eu ficava pensando: se eu não
recuperar a máquina, vou perder todas as fotos que tinha feito. Seria uma pena
e uma lamentação que não teria fim.
Olhamos
todas as câmeras, túneis, inscrições e começamos o trajeto da volta; quando
chegamos perto do guardião, ouvíamos o seu bradar que nem um louco e
gesticulando para outras pessoas. Cheguei nele e pedi a minha máquina. Ele a retirou
do bolso e disse-me que eu teria que pagar uma multa de 1000 libras egípcias
que equivale a 200 reais.
Enquanto
ele falava com a câmera na mão, saltei sobre o seu braço e a arranquei das mãos
e sai depressinha. Ele veio atrás, falando alto. Fiz sinal para parar e mostrei,
no visor, que não havia tirado nenhuma foto. Mesmo assim ele queria dinheiro.
Então
eu disse que ia chamar “The Police”; ele olhou assustado e ficou observando-me à
distância com um olhar mortífero. Peguei na mão da esposa e saímos em
desabalada carreira até o nosso Guia, que nos esperava do lado de fora da
tumba. Explicamos o fato e ele disso que “aquele cara” era perigoso e que era
melhor a gente se afastar e ir para a “van” que nos levaria para o Vale das
Rainhas, para visitar o templo funeral da Rainha Hatchepsut.