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quinta-feira, 30 de maio de 2013

ÍNDIO BRASILEIRO

Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava cinco milhões.
Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo.
Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.
Os que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura que era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a queimada para limpar o solo para o plantio.
Domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha.
As tribos possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.
Faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que respeitam muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência.
Com a madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações, a palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.
Entre eles não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados da caça e a pesca.
Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses.
Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças, faz também a pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também é importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios.
Os pequenos costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprenda. Portanto, a educação indígena é vinculada à realidade da vida da tribo. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.
Os primeiros contatos com os portugueses foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Quando começaram a explorar o pau-brasil das matas, davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho.
Interessados nas terras usaram a violência contra os índios para tomar as terras, chegavam a matá-los e até mesmo transmitir doenças para dizimar as tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequeno número de índios que temos hoje.
Achavam-se superiores e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazê-los seguirem a cultura europeia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.
O POEMA DE UMA RAÇA
Do Cacique ao Pajé, o desaparecimento de uma cultura e identidade.
Índio brasileiro
Pataxó de nascimento
Penacho na cabeça
Corpo avermelhado
No dia do descobrimento
Suas terras foram tomadas
Sem dó e nem piedade
Pela volúpia do homem branco
Em um tempo de incertezas
Nas reservas e isolados
Perderam suas identidades
Seus costumes, raízes e cultura
 
Não vivem mais da caça e da pesca
Transformaram-se em artesões
De roceiros a curandeiros vendendo ervas nas ruas
 
Hoje recebem esmolas dos homens brancos
Que compram suas bugigangas

Vendem a sua imagem
Aparecem na foto
Sorriem pelo dinheiro recebido
E o turista envaidecido
Mostrará o retrato atual do índio brasileiro

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