A LUTA DE UMA CIDADE BUSCANDO O RESGATE DE UMA ÉPOCA
DO ABANDONO A REVITALIZAÇÃO
UMA VITÓRIA DE
TODA JUNDIAI
No final do ano de 2012, recebi da
Secretaria Municipal de Cultura uma série de livros relacionados com a nossa
cidade, em razão de haver participado do projeto; VERSOS DA PRIMAVERA DE
AUTORES JUNDIAIENSES. O evento, além da publicação de um livro, realizou uma
conferência e, em seu clímax, resultou na colocação de cartazes e banners pelas
calçadas e parques, para dar uma dimensão mais ampla da Literatura. Foi uma
satisfação muito grande ver o meu poema ACALANTO ser exibido em forma de
banner, na Avenida Nove de Julho e no Parque Botânico Eloy Chaves.
Dentre esses livros, despertaram
atenção especial, alguns relacionados ao Polytheama.
Aos desfolhá-los a emoção foi
tomando conta do meu ser, pois revi fotos do Teatro, quando ainda era o Cine
Polytheama na década de 1950, onde nas “matinês” de domingo, assistia aqueles
filmes em branco e preto; Gordo e o Magro, Os Três Patetas e do Zorro e seu
inseparável amigo, o índio de alcunha “Tonto”. Tudo era desenvolvido em
“episódios", fazendo com que tivéssemos de comparecer nos próximos para
não perder o enredo da história e era o que mais gostávamos, por causa das
aventuras que eram idolatradas; próprios dos meninos daquela época.
A empolgação do decorrer do filme
era tanta, que os mais ousados atiravam pedras na tela para atingir os inimigos
do Zorro, que em desabalada carreira em seu cavalo “Silver”, percorria as
pradarias de terras americanas, “caçando” os inimigos que eram bandidos mal
encarados e índios rebeldes desgarrados de suas tribos.
Com o decorrer dos anos, chegou à
época das grandes produções cinematográficas em CINEMASCOPE, cujo filme era
projetado em uma tela côncava, dando a sensação de efeitos especiais.
Neste mister, os responsáveis
pelo Cine Polytheama trouxeram para Jundiaí filmes inesquecíveis tais como:
SANSÃO E DALILA, contando a
história do hebreu Sansão, famoso pela sua força descomunal que estava em seus longos
cabelos.
O MANTO SAGRADO, narrando o
envolvimento dos seguidores e oponentes de Jesus que são influenciados pelo
manto usado por ele na sua crucificação.
O PODEROSO CHEFÃO, mostrando a
história e a saga da família mafiosa Corleone de 1945 até 1955.
Com a chegada dos vídeos cassetes
o hábito de assistir em casa ficou mais cômodo e barato, fazendo com que a
fluência nos cinemas tivesse o seu descalabro, colocando filmes pornográficos
para atrair as pessoas o que não levou muito crédito, decretando a falência dos
cinemas e seu completo abandono. Alguns tiveram suas salas adaptadas para outras
funções e o Polytheama caiu no esquecimento servindo como abrigo de pombas que
voavam no recinto como se fossem fantasmas do passado protagonizando uma
tragédia do presente.
Apresento abaixo um poema elaborado
pela poetisa Jundiaiense MARIA HELENA BÔA HATTORI, retratando o resgate de uma
época.
PASSADO E O PRESENTE
Nasce o
sol!
Como
ele – imponente,
orgulhoso,
resistente!
Foi
cinema, foi teatro, história!
E,
depois de muita glória,
foi um
dia esquecido.
Quebraram
suas janelas,
em seus
desenhos deixaram sequelas.
Com
tristeza olhava o gigante abandonado,
resistindo,
sem presente, só passado.
Deus,
um dia, bem quietinho,
olhou
para ele com carinho.
Deu uma
ordem ao coração
daqueles
que olhavam de longe
ao
gigante encantado,
Palco
de tanta emoção.
Farão
dele uma fênix!
Farão
abrir as cortinas,
as
luzes da ribalta!
E que o
guerreiro centenário nunca mais faça falta.
Hoje
renasce em seus cenários, a música, a dança.
Um
mundo encantado,
Aos
seus cem anos, Polytheama,
Jundiaí
canta viva!
Comemorando
sua idade,
festejando
suas luzes
que,
durante todo esse tempo,
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