A INSENSATA MORDAÇA
As Forças
Armadas Brasileiras adquiriram grande poder político após a vitória na Guerra
do Paraguai. A politização das instituições militares ficou evidente com a Proclamação
da República, que derrubou o Império e teve continuidade mais acentuada com a Revolução
de 1930.
As tensões
políticas voltaram à tona na década de 1950, quando importantes círculos
militares se aliaram a ativistas de direita, em tentativas de impedir que os presidentes
Kubitschek e Goulart tomassem posse, devido ao suposto alinhamento com a
ideologia comunista.
O Regime Militar
no Brasil foi autoritário e governou o país de 1º de abril de 1964 até 15 de
março de 1985. A implantação da ditadura começou com o Golpe de 1964, quando as
Forças Armadas derrubaram o governo constitucional de Goulart, e terminou
quando Sarney assumiu o cargo de presidente, com a morte de Tancredo Neves.
No período
ditatorial, a repressão se instalou imediatamente após o golpe de Estado. As associações civis contrárias ao regime
eram consideradas inimigas do Estado, portanto, passíveis de serem enquadradas.
Algumas foram reprimidas e fechadas, seus dirigentes presos e suas família
vigiadas.
As greves de
trabalhadores e estudantes foram proibidas e passaram a ser consideradas crime.
Muitos cidadãos que se manifestaram contrários ao novo regime foram indiciados
em Inquéritos Policiais Militares. Os considerados culpados eram presos,
processados, alguns expulsos do país e outros, simplesmente, desapareceram.
A
Insensata Mordaça
Uma crise se instalou.
Povo assustado!
Revolta estudantil.
Para mudar o País.
A força da caserna se apresentou.
Avistou-se um castelo branco nas nuvens negras.
Caminho intolerante e obscuro.
Quebrou-se a caneta, destruiu-se o papel.
As amarras prenderam a boca.
Lenço forte apertado!
Músculos oprimindo o pensamento!
A voz está muda.
O pranto desaba na face.
Molha o lenço e reforça as amarras!
Um suspiro sai das entranhas.
Um gemido preso pela dor.
Um Hino Nacional não cantado.
A vontade de gritar se faz presente.
Suplício da voz de uma paixão.
Um pensamento patriótico acalenta o momento.
Uma viagem forçada para terras distantes.
Abajo, abajo, abajo.
A alma se purifica e acrescenta beleza.
O pranto foi embora.
O retorno foi consagrado.
Ao berço esplêndido esperado.
Vem das profundezas da alma.
Uma palavra chamada liberdade.
Poema dedicado a um
amigo que foi exilado durante o regime.
Nenhum comentário:
Postar um comentário