A PROFESSORINHA
DE FRANCÊS.
Depois de uma longa temporada no
exterior, voltei para as festas de natal e final de ano. Dentre algumas
providencias que teria que realizar, fui até ao banco, onde mantenho uma conta
regular. Conversei com a atendente e disse-me que tinha que “pegar uma senha”, (já
comecei a estranhar esses costumes brasileiros), o gerente da minha conta,
chamaria pelo meu nome.
Depois de algum tempo, ouvi o chamado
e me aproximei-me da mesa. Começou o diálogo, pedindo informações porque não
comparecia regularmente para conversar, etc.
Ao ver meu extrato que me ofereceu
rapidamente, fiquei sabendo que tenho descontado mensalmente, uma taxa para manter
a conta, não sabia, pois tinha delegado a um parente; disse-me que para não
haver o desconto, teria que fazer uma aplicação.
Falei, eu já tenho aí, é só verificar.
É um Brasil que até então não estava acostumado.
Enfim, ao sair da sala, fui abordado
por uma pessoa na antessala que estava ali me esperando, por ter escutado o meu
nome, anunciado pela secretária.
O Vendramini é você? Lembra-se de
mim? Sou o Chicão, daqueles tempos do ginásio escolar?
Consegui lembrar, puxando pela memória
do tempo. Não sei se ficou sabendo por que não compareci mais na sala das aulas
de francês? Lembra-se daquela professorinha? Era uma “mulheraça”, não é mesmo?
– Então falei: Chicão meu velho, fiquei sabendo do acontecido posteriormente,
pois nesse dia estava ensaiando na fanfarra da escola para o desfile do sete de
setembro.
O RELATO DO CHICÃO:
Então
começou a descrever aquela bela mulher, parece que o tempo não se apagou de sua
memória, ditas por ele, como doces lembranças.
- Houve um dia que ela entrou na
sala e logo meus olhos saltaram para a blusa meio que transparente, aparecendo
o sutiã, com aqueles contornos rendados, comecei a ficar excitado, depois sentou-se
à mesa para fazer a chamada, não havia frontal e lateral, e assim, dava para observar
aqueles belos joelhos, contornados com uma saia preta justíssima.
- Ao levantar-se e virar para
escrever os textos na lousa, notava-se as finíssimas meias, com aquelas
costuras com um fio escuro, dava para ver a marca da calcinha sobressaindo na
saia, era um panorama de enlouquecer. Conforme escrevia com o giz, o atrito na lousa
fazia meu coração explodir de excitação, suas ancas balançavam em um vai e vêm,
fazendo todos arrepiarem, e alguns, soltavam “elogios” para aquela bela figura
de mulher.
- Ao terminar o texto, chamou-me
para fazer uma análise sintática, relutei em levantar, porque o meu circo
estava armado e comecei a esconder o volume com as mãos. Ela percebeu e fez que
não enxergasse. Na semana seguinte a cena se repetia, a saia era branca, mas o
sombreado de uma calcinha vermelha transparecia sobre a saia, a blusa transparente,
sempre mostrando o sutiã rendado. Na análise da frase, ela fazia aquele
“biquinho” para pronunciar as palavras em francês, e dizia que era assim que se
devia fazer. Toda à classe tremia, e ela percebendo o “frisson” da rapaziada,
se fazia de inocente. Como ela percebia que eu ficava sempre com o circo armado
em baixo da carteira, pediu para levantar, (para o meu desespero), não deu para
disfarçar, o “zezão” ficou nervoso, foi um terremoto, ela saiu e foi chamar o
Diretor. Logo chegou e me levou pelas orelhas na Secretaria, chamou o meu pai e
veio à expulsão da escola”.
- Bons tempos aqueles não foi mesmo
Vendra? É verdade respondi ao Chicão, e fui me desvencilhando da conversa. Para
a despedida, falou; você veio do exterior não é mesmo? Percebeu alguma mudança por
aqui?
Respondi que eram muitas e ainda
mais com os poderes constitucionais se digladiando em busca de notoriedade.
Falei que torcia para as coisas
melhorarem, pois, os costumes são tão diferentes das situações vividas por mim lá
no exterior.
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