Em uma manhã de um dia sem sol observei no hall de minha casa o
esplendor de um pequeno vaso de flores que proporcionou aos meus olhos uma
alegria com a chegada de mais uma estação do ciclo terrestre.
A flor despertou em mim uma lembrança trazendo à minha mente a figura de minha mãe que era apaixonada por essa flor, “conhecida por maio”. Na sua candura de mulher cultivava-a em pequenos vasos em nossa antiga casa da Rua Zacarias de Góes, onde crescemos no pensamento e para a vida.
Quando meu pensamento concentrou-se na máquina de costura que era sua atividade principal, fiquei imaginando sua habilidade como costureira doméstica e depois servindo uma clientela mais refinada, entrando no mundo da moda.
Mas o que é a moda?
Conforme pesquisa realizada, a palavra significa costume e provém do latim modus. A variação da característica das vestimentas surgiu para diferenciar o que antes era igual, usava-se um estilo de roupa desde a infância até a morte.
A partir da Idade Média, as roupas eram diferentes seguindo um padrão que aumentava segundo a classe social, houve até leis que restringiam tecidos e cores somente aos nobres.
A burguesia que não era nobre, mas era rica, passou a imitar o estilo nobre das roupas iniciando um processo de grande trabalho aos costureiros que a partir de então, eram obrigados a produzirem diferentes estilos para diferenciar os nobres dos burgueses.
Com a revolução industrial no século XVIII, o custo dos tecidos diminuiu bastante, em 1850 com a invenção das máquinas de costura, caiu ainda mais.
Mesmo após a facilidade das confecções, as mulheres ainda eram privadas da modernidade continuando a usar roupas sob medida. A partir desta dificuldade, surgiu a alta costura que produzia diferentes estilos por meio de estilistas que inventavam tendências.
Com o tempo, surgiram as costureiras domésticas que se utilizavam de modelos das revistas desenhadas pelos estilistas; criando assim, um nicho de mercado.
Aquelas que se destacavam começaram a ser solicitadas por quem não tinha essa habilidade, para realizar seus sonhos com os tecidos.
As mãos de minha mãe:
Uniram
com um alinhavo as partes do molde sem esquecer que cada uma é diferente da
outra e que juntas fazem um todo como a família
As mãos de minha mãe:
Fizeram
bainhas para que pudéssemos crescer para que não ficassem curtos os ideais.
As mãos de minha mãe:
Juntaram
retalhos para que tivéssemos uma manta única que nos cobrisse...
As mãos de minha mãe:
Seguraram
presilhas e botões para que estivéssemos unidos e não perdêssemos a
esperança...
As mãos de minha mãe:
Aplicaram
elásticos para podermos adaptar folgadamente às mudanças exigidas pelos anos...
As mãos de minha mãe:
Bordaram
maravilhas para que a vida nos surpreendesse com as suas continuas dádivas de
beleza...
As mãos de minha mãe:
Coseram
bolsos para guardar neles as moedas valiosas das melhores recordações de nossa
identidade...
As mãos de minha mãe:
Quando
estavam quietas zelavam os meus sonhos para que alimentasse os meus ideais com
o pó das suas estrelas.
As mãos de minha mãe:
Seguraram-me
com linhas mágicas, quando entrava na vida... Para começar a vesti-la;
As mãos de minha mãe:
Nunca
abandonaram o seu trabalho... E sei muito bem que hoje, onde estiverem, fazem
orações por mim.
E eu beijo-as
como se recebessem bênçãos.
NOTA DO AUTOR FORMATADOR
O texto inicial é de minha autoria sendo o poema “as mãos de
minha mãe” de autor desconhecido que foi extraído de uma formatação recebida e
por mim adaptado.
Se desejar ver esse texto em formatação para slides em Power Point, acesse o site: http://sergrasan.com/toninhovendraminislides/