Verona é uma cidade maravilhosa
e cheia de encantos; trata-se de uma comuna Italiana da região do
Vêneto, com cerca de 256.000 habitantes.
Estende-se
por uma área de
206 Km2, tendo uma densidade populacional de 1182 hab./km2. Faz fronteira com
Bussolengo, Buttapietra, Castel d’Azzano, e outras pequenas cidades da região, onde
eu e a companheira nos rendemos à bela paisagem que deslumbrávamos em um trem
de estilo europeu, muito bonito, limpo, silencioso e de lugares marcados
conforme a cabine que recebemos na portentosa estação em Milão.
É Banhada pelo rio Adige e fica
a uns trinta quilômetros do famoso Lago de Guardia, que olhamos rapidamente,
quando o trem parou na estação, porque metade dos viajantes ali desceu e a outra
seguiu para Verona que era o nosso destino já traçado no dia anterior.
Verona, ao que parece, conforme
informação recebida foi fundada pelos Celtas, sendo mais tarde, uma colônia
romana com o nome de Augusta. Ostentou-se galhardamente como capital de “ducados”
durante o reino Lombardo, e posteriormente colônia de monges beneditinos.
Chegou, inclusive, a ostentar a
supremacia de toda a Itália, sendo também palco para a célebre matança de
franceses conhecida com o nome de Páscoas Veronesas.
Foi incorporada ao reino da
Itália em 1866, com a terceira guerra de independência italiana. Possui vários
monumentos onde se destaca o impressionante anfiteatro romano e a famosa arena,
onde até hoje são encenadas peças líricas pela noite adentro, as quais não
pudemos assistir em razão de não pernoitarmos na cidade.
Nossa ansiedade foi pela busca
do local mais procurado, onde se passou a historia da peça Romeu e Julieta
escrita por Shakespeare, que sabíamos pelas informações, ficar próximo ao
centro da cidade, circundada por uma vila, e pelo que conta a historia, morava
a Julieta.
Este grande marco que é a sua
casa entregou à cidade a fama de ser a dos eternos apaixonados e de centenas de
turistas que a visitam.
Esse tema era o comentário
geral no trem e que antecedia a chegada, com um cicerone dando muitas
informações como: chegar até o local da casa, onde está o famoso balcão, de
onde recebia olhares apaixonados do intrépido Romeu.
Caminhamos por diversas horas
pelas ruas parando nos lugares históricos, até encontrar em uma enorme feira de
artesanato, com um palco itinerante, com teatro ao ar livre, atores amadores vestidos
com as roupas da época do ilustre casal encenavam a peça, ao som de flautas.
As pessoas da plateia, em pé,
naquelas ruas estreitas e bucólicas, murmuravam frases de amor aos seus
parceiros, entre eles estávamos também, deslumbrados com aquela encenação. As
frases pitorescas ecoavam pelas ruas com os músicos e atores caminhando até
encontrar a casa do balcão, culminando com o ato final naquela antiquíssima
casa.
No pátio antes de adentrar a casa
e a sacada, existe uma estatua de bronze: a mão direita está gasta e lisa, de
tanto que as pessoas passam as mãos, pedindo quem sabe, um amor impossível ou
qualquer outro desejo.
Após a demorada visita e fotos
do local, voltamos a uma praça onde fica a Arena com inúmeros e pitorescos
restaurantes ao ser redor. O cansaço era muito grande em razão das longas
caminhadas à procura de outros monumentos que encantam a cidade, razão pela
qual compramos ingressos para um ônibus panorâmico, onde pudemos apreciar mais
uma vez os lugares visitados.
Após completarmos o trajeto do
panorâmico, sentamo-nos nas cadeiras de um confortável restaurante com uma mesa
muito enfeitada. Era uma espécie de quiosque, com vista para a Arena. Este
monumento, no antigo império Romano, era lugar de diversão com o sacrifício de
animais e homens; hoje é palco de peças teatrais de muito sucesso, destacando
Puccini, Verdi e outros renomados.
Solicitamos a presença de um garçom
com um aceno de braço, pois o vozerio era muito grande. Para o nosso espanto
nos atendeu falando em português, uma vez que percebeu o nosso linguajar. Era
um Brasileiro de Santa Catarina e disse-nos que, em todos os restaurantes e
sorveterias, havia brasileiros trabalhando, o que pudemos comprovar, quando
solicitamos um sorvete para um Italiano e ele exclamou! ”Brasiliano, è qui per
servirei l suo popolo” (Brasileiro está aqui para servir a sua gente).
E assim terminamos mais um bonito
passeio. Já à tardinha, retornamos em um trem com lugares marcados na bela
cabine internacional, que tinha, como destino final, a magnífica cidade de
Genebra na Suíça, com passagem por Milão, onde estávamos hospedados.